11- Assassino?

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O policial Fernandes prestava atenção em toda a rua, e naquele horário, o movimento era quase inexistente.

Quando um bêbado passou na rua, Poncho quase torceu para que, pelo menos, ele urinasse na rua, para que ele pudesse chamar a atenção do sujeito.

Já havia passado uma hora desde que ele tinha voltado para o carro e 40 minutos desde que Milena havia apagado a luz do quarto.

- Parece que desistiu de me atormentar - Poncho falou, abrindo a bolsa térmica e pegando um sanduíche de queijo e presunto. Antes de tirar do plástico filme, o rapaz olhou para um lado e para o outro e achou melhor fechar a janela no caso de Aisha ainda estar por perto. O policial começou a fechar a janela do carro quando ouviu um barulho de vidro quebrando.

- A pessoa não tem um minuto de paz - Poncho gritou. - Milena precisa de tratamento, e falarei isso para os pais dela quando chegarem.

O celular de Poncho tocou, e o policial revirou os olhos quando viu que era uma ligação de Milena.

- A garota não desiste; poderia estar dormindo, comendo, assistindo a alguma série, jogando algo no celular ou se distraindo, mas não, está atrapalhando o meu trabalho, porque o que ela faz de melhor é atrapalhar a vida dos outros.

O policial Fernandes atendeu a ligação. Milena estava chorando, pelo eco da ligação, possivelmente em um banheiro.

- Afonso, eu juro que não estou mentindo. Alguém quebrou minha janela e entrou no meu quarto, eu ainda estava acordada e corri para o banheiro.

- Milena, estou indo, mas dessa vez seguirei o protocolo e chamarei reforços, de modo que, se você estiver mentindo novamente, terá que responder judicialmente - Poncho falou enquanto saía do carro.

- Cala a boca e vem me tirar daqui. - Enquanto Milena gritava, o policial conseguia ouvir ao fundo barulhos como se fosse de uma pessoa tentando invadir o banheiro onde a jovem estava. Então, o policial correu em direção à casa, enquanto passava uma mensagem via rádio para a delegacia pedindo reforços.

O policial Fernandes subiu a escada de dois degraus por vez, tentando chegar o mais rápido possível ao quarto de Milena, mas quando chegou lá, encontrou a porta trancada.

- Milena, a porta está trancada, precisarei arrombá-la. Aguenta só um minuto. O policial se preparou para arrombar a porta, mas enquanto isso, ouviu uma melodia que o assassino cantarolava enquanto tentava abrir a porta do banheiro.

Bem, aquilo não era bem um cantarolar, mas mais um murmúrio como quando estamos com a boca fechada cantando uma música. No entanto, só com esse som, o policial Fernandes não conseguia saber se o assassino era homem ou mulher.

O policial tentou arrombar a porta, mas na primeira tentativa não conseguiu. Então, tentou de novo, e foi quando a porta se abriu.

O policial Fernandes gritou para Milena enquanto corria até a janela:

- Pode sair do banheiro, ele já fugiu. O policial olhou pela janela e viu ao longe a silhueta de alguém correndo, entrando no meio das árvores do parc de L'hôtel de Ville, que ficava atrás da casa da família Sampaio. O policial Fernandes pulou pela janela do segundo andar, onde ficava o quarto de Milena, caindo no chão com um rolamento (quase uma cambalhota), amortecendo a queda, e em seguida, já saiu correndo atrás do suspeito.

Core poupée, a Garota do Cabelo de Boneca( +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora