8-Suspeitos

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No dia seguinte...

Core estava sentada em uma cadeira, esperando para ser chamada para depor, quando Poncho e seu parceiro chegaram com um rapaz algemado.

A moça fez menção de se levantar e ir até seu namorado, mas Poncho tocou a farda duas vezes com o dedo indicador, mostrando que estava de serviço, e a garota voltou a sentar, apenas observando Poncho de longe.

Durante o interrogatório...

- Como eu já disse, senhor delegado, eu estava dormindo a noite inteira no meu quarto. É verdade que ontem tivemos uma pequena discussão em público, mas nada que fizesse eu ficar com raiva o bastante para matá-la. Aliás, ela me provoca há 6 anos, e eu nunca a matei. Por que faria isso agora? - Core respondeu enquanto sacudia os pés nervosa, mas olhando para Poncho, seu olhar de reprovação a fez parar de  se sacudir.

- E você consegue provar que passou a noite inteira em casa? - O delegado perguntou, olhando sério para a garota.

- Meus pais estavam em casa a noite toda, pode perguntar a eles se quiser. - Core falou, encarando a mesa que estava à sua frente.

- Mas suponho que seus pais também estavam dormindo, não é verdade? - O delegado perguntou, enquanto anotava algo.

- É o que as pessoas normais fazem à noite, não é? - A jovem respondeu finalmente, olhando nos olhos do delegado e fazendo o namorado revirar os olhos.

Depois de mais algumas perguntas, Core saiu da sala do delegado e foi até a máquina de café, pegando um expresso pequeno apenas para ter mais alguns segundos na delegacia, enquanto procurava por seu namorado. No entanto, como não o achou, foi em direção ao ponto de ônibus, onde pegaria o transporte de volta para casa. Quando virou a esquina, Poncho a pegou pelo braço e tapou sua boca para que a garota não gritasse.

Core ficou apavorada, e quando viu que era seu namorado, começou a dar socos em seu peito, não muito fortes, enquanto protestava.

- Nunca mais faça isso, quase morri de susto!

- Já ouviu falar que bater em um policial é crime? Saio em meia hora, se quiser me esperar, te levo em casa. - Poncho falou, ainda segurando o braço da moça.

- Eu não queria ficar sozinha em casa, você sabe, meus pais só chegam lá por volta das 19 horas. O que posso fazer? Ficar pensando se vou ser presa? - Core falou, fixando os olhos no rapaz.

- Respondendo ao delegado daquele jeito, é bem possível. Olha aqui, Core Rondel, eu nunca deixarei que nada de mal aconteça com você. Te protegerei com todas as minhas forças, eu juro. - O rapaz selou a testa da namorada e, em seguida, mexendo na carteira, falou:

- Toma, pegue esses 50€. Vá até aquela lanchonete e coma algo. Assim que eu sair, virei te buscar.

E assim, a garota fez.

30 minutos depois, Poncho, vestido com uma camisa branca, calça jeans preta, tênis da mesma cor, cordão de prata e boné, estacionou o BMW coupé na frente da lanchonete, e Core saiu ao seu encontro.

Logo que a garota entrou no carro, Poncho a beijou e perguntou:

- Para onde vamos? - E ficou extremamente surpreso com a resposta de Core.

- Para sua casa. Você mudou enquanto eu estava internada e acabei por nunca conhecer sua casa.

- Você que sabe. - O rapaz falou, acelerando o carro.

Em Viry-Châtillon...

- Meu pai deu uma entrada bem generosa para me ajudar a comprar este apartamento. Não é muito grande, mas é melhor do que pagar aluguel. - O rapaz falou, abrindo a porta do apartamento e surpreendentemente mostrando uma organização impecável. - São 2 quartos, 2 banheiros, sala, cozinha, lavanderia e varanda.

Core poupée, a Garota do Cabelo de Boneca( +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora