41 Valeu a pena?

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Dois dias depois, Samantha acordou meio desorientada; tirou o equipamento do nariz, sentou na cama e viu seu pai dormindo na poltrona reclinável do seu lado.

A jovem, com a cabeça doendo, olhou a sua volta e viu uma mochila. Samantha tirou o lençol que estava em cima de si e foi até a mochila para ver se tinha alguma roupa, já que estava com aquelas camisolas de hospital que mostram a bunda.

Como esperado, a mochila não era dela; era do seu pai. Ele tinha colocado roupas ali:

- Calça social, camisa social, gravata, cueca, luva e pijama.

Samantha pegou uma camisa social e um cinto e foi ao banheiro. Depois de escovar os dentes para tirar o gosto de cabo de guarda-chuva da boca, olhou o seu rosto no espelho durante algum tempo e em seguida o lavou com água gelada.

Sam prendeu o cabelo dando um nó no alto da cabeça e reparou que em sua perna tinha um curativo extremamente apertado, mas a única coisa que a preocupava era saber como Milena estava, pois apesar de todas as besteiras que fez durante a vida, a jovem se jogou em sua frente na hora do tiro.

A jovem sentiu o chão frio e viu o chinelo do pai, calçou e saiu do quarto sem fazer barulho para não acordar Lohan.

Samantha olhou no relógio do corredor do hospital e eram 19 horas da noite. A jovem continuou andando pelo corredor procurando por Milena e ao longe viu alguém olhando pela janela de um quarto, mas não conseguia saber quem era, pois sua vista ainda estava ardendo graças à fumaça do incêndio. A jovem se aproximou e pensou em recuar quando viu que se tratava de Poncho, o que a fez imaginar de quem seria o quarto à frente.

Quando Samantha tentou se virar para voltar para o quarto, Poncho quase gritou:

- Sam.

A voz de Poncho acelerou o coração da Jovem que estava dividida entre sair correndo para seu quarto e abraçá-lo pelo resto da vida.

Poncho estava quase tão bem vestido quanto Samantha. O rapaz usava um conjunto de moletom cinza que parecia 3 números menores do que deveria ser. Ele também estava de chinelo, a diferença era que o chinelo cabia em seu pé. O cabelo de Poncho estava solto e sua barba por fazer.

Poncho chegou perto de Samantha e falou:

- Passei no seu quarto, mas você estava dormindo. Conversei com seu pai e ele disse que se tudo correr bem em 2 dias terá alta.

- Quanto tempo estou aqui? - Samantha falou sem graça por estar vestida com a camisa e o cinto do seu pai.

- Dois dias e duas noites. Aliás, belo look. - Poncho falou abaixando um pouco a cabeça e sorrindo do jeito que Samantha adorava.

- O seu look também não está dos piores. - Samantha falou sorrindo.

- Aparentemente, minha mãe trouxe para mim uma mochila cheia de roupas de quando eu tinha 16 anos.

- Meu pai nem trouxe roupas para mim. - falou Samantha caminhando em direção ao quarto que outrora Poncho estava olhando, e o rapaz a acompanhou.

- É que os médicos achavam que você só acordaria amanhã. - Poncho explicou.

- Não o defenda.

Poncho e Samantha ficaram em silêncio por alguns minutos olhando Core dormindo com sua mãe ao lado na poltrona reclinável.

- Como ela está? - Samantha perguntou vendo a jovem recebendo uma bolsa de sangue e outra de soro.

- Ela perdeu muito sangue e está bem fraca. - Poncho falou olhando para Samantha.

- Ela já acordou? - Samantha perguntou curiosa.

- Sim, a princípio seu plano funcionou, ela era a Core de novo. - Poncho respondeu ainda olhando para Samantha que evitava fazer o mesmo.

Core poupée, a Garota do Cabelo de Boneca( +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora