17 O que está acontecendo?

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Poncho acordou, e a senhora Rondel já havia ido para o trabalho, deixando o café da manhã pronto na mesa. O rapaz subiu para fazer sua higiene matinal e encontrou a porta do banheiro fechada e o som do chuveiro ligado.

- Core, está tudo bem? - Poncho perguntou, achando estranho a jovem tomar banho cedo daquele jeito, pois não tinha nenhum compromisso.

- Estranho, acho que vou ficar menstruada de novo. Acordei com minha roupa suja de sangue. - Core falou enquanto desligava o chuveiro.

- Não se faça de desentendida, você sabe muito bem o que é isso. - O rapaz falou, olhando para a porta, e a jovem respondeu:

- Sei, meu ciclo menstrual está desregulado.

- Do que você está falando? Cada vez te reconheço menos, você mentiu para mim... Eu não sabia... Eu te penetrei com o dedo, e isso aconteceu. - O rapaz explicou, estranhando o comportamento da namorada.

- Não sei do que está falando, Poncho.

- Core Rondel, ontem eu estava vendo uma live quando você desceu a escada, pegou uma cerveja, tomou, e me ofereceu, sentou-se de maneira sexy e começou a me provocar, depois você ficou... ficou... Passando o pé... lá embaixo...

- Core soltou uma gargalhada.

- Eu não bebo, você sabe.

- Core, você acariciou... "ela" depois chegou a calcinha para o lado, derramou cerveja e me convidou para beber.

- Poncho, e o que você fez?

- Vida, quando uma garota te manda chupar, você não tem muita alternativa, ou você chupa ou ela arruma alguém que chupe.

- Eu acho que você devia pedir férias o quanto antes, claramente você está muito estressado, e eu até entendo, esse caso está exigindo muito de você.

- Core, eu posso estar cansado, mas não estou doido.

- Poncho, eu não falei que você está doido, apenas que... Pode ter sonhado isso e confundido com a realidade.

- Vem aqui, Core, eu vou te mostrar. Você tomou uma cerveja, e eu joguei a garrafa na lixeira da cozinha.

O rapaz saiu, puxando a namorada pela mão, e quando chegou à cozinha, Poncho pegou a lixeira. No entanto, ao procurar a garrafa, a lixeira estava vazia.

- Claro, sua mãe deve ter jogado fora.

- Afonso, eu sempre te respeitei muito como policial, mas você precisa de férias, urgente.

- Core, eu não vou pedir férias enquanto esse caso não for resolvido, coloque isso na cabeça, e eu sei o que aconteceu, e não estou delirando ou sonhando.

Na casa da família Morel...

Poncho estava extremamente mal-humorado, repetindo a todo momento em voz baixa:

- Eu não estava sonhando, eu não estou doido, eu não vou pedir férias, eu não estava sonhando, eu sei o que aconteceu.

- Algum problema? - Perguntou Samantha, enquanto abria uma latinha de energético, sentada na cama de casal do seu quarto.

- Muitos; mas eu queria saber o porquê de você ter tantos seguidores que te chamam de bruxinha? Não é só porque você adivinhava quando iria ter prova surpresa na escola, não é? - Poncho perguntou, sentado no chão do corredor, encostado na parede do lado de fora do quarto de Samantha.

- Na verdade, é por causa do meu sobrenome. Você viu no Luis Royal ,no passado alguns bruxos em Juvisy tinham esse sobrenome: "Caron". Esse povo me persegue desde que criei minha primeira conta em rede social. Eu achava legal, sempre tive mais seguidores que as minhas amigas, sem saber o porquê, até minha avó de parte de pai vir com esse assunto de bruxas.

- Samantha falou, caminhando até a janela e abrindo a cortina para olhar a rua.

- Mas eu achei que seu pai fosse o senhor Morel...

- Um café, senhor Fernandes? - O senhor Morel falou, oferecendo um café para o policial, que aceitou.

- Obrigado. - O policial Fernandes falou, pegando o café da bandeja, enquanto prestava atenção em Samantha, muito próxima à janela.

- Mon chéri, um café duplo para você.

- Só você me entende, papa. - Samantha falou, selando a testa do pai e pegando a caneca de café cheia até a boca.

- Prefiro te ver acordada do que chorando. - O senhor Morel falou, selando a testa da jovem.

O senhor Morel desceu a escada, colocou um jogo de futebol aleatório na TV, e pouco tempo depois era possível ouvir o seu ronco.

- Sabe, eu nunca gostei de fazer bullying com os outros, mas gostava de estar no grupo das garotas populares...

- Eu imaginava exatamente isso quando olhava para você. - Poncho falou, encostando a cabeça na parede.

Samantha andou até o corredor saindo do seu quarto e sentou ao lado de Poncho, a cerca de 1 metro de distância. Ela olhou para o policial e perguntou:

- Por que Milena?

- Eu estava carente. A Milena não enrola; quando ela quer alguma coisa, ela é direta. Ela disse claramente que queria ficar comigo, mesmo eu dizendo que gostava de outra pessoa. Ela disse que estava afim de tentar fazer com que eu a esquecesse. Eu precisava me ocupar, então decidi que iria fazer da Milena uma pessoa melhor e, quem sabe, até me apaixonar. - Poncho explicou.

- Ela só fingia. Perto de você, ela era uma pessoa amável, mas longe de você, continuava insuportável. - Esclareceu Samantha.

- Por que você não deixa os outros policiais entrarem na sua casa? É mais fácil te proteger daqui de dentro. Sei que têm a privacidade de vocês, mas acho que, para você continuar viva, vale a pena. - O policial falou, olhando para Samantha, ainda com a cabeça encostada na parede.

- E você acha que eu realmente valho a pena? - A jovem, vestida apenas com uma camisa de beisebol do time New York, falou, olhando para o policial, e ele respondeu:

- Toda vida vale a pena.

Core poupée, a Garota do Cabelo de Boneca( +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora