Aproveitamos uma semana daquele lugar perfeito, porém com limites e atenção triplicada devido à teimosia de Eda. Mesmo sob meus protestos fizemos todas as atividades previstas, como nadar com os tubarões — quase enlouqueço com essa ideia dela, mas no fim cedi — assistimos o pôr do sol, tivemos o prazer de assistir o fenômeno do mar de estrelas, visitamos uma ilha desabitada e preparei outras surpresas para minha princesa.
Quando chegamos em Istambul, voltamos a ginecologista e obstetra de Eda que indicou atividades para favorecer o parto normal e humanizado, mas a senhora serelepe não admite tanta calmaria.
— Serkan Bolat — Ela me tira do transe. — Irei enlouquecer nesse ritmo, preciso sair desse apartamento! — De acordo com a última ultrassonografia, Tum Tum está com trinta e cinco semanas, desse modo a médica pediu cautela e diminuição do ritmo. — Por favor! — Pede ao beijar meu pescoço.
— Ceren nos convidou para um jantar no apartamento — Digo e acaricio sua barriga — Pode ser? — Ela assente animada, mas vejo o cansaço estampado em seu rosto corado. — Como você está se sentindo? Quer uma massagem? — Pergunto, preocupado.
A médica e os artigos que li, evidenciaram os sintomas nesse ponto da gestação — cansaço excessivo, insônia, sensação de falta de ar, inchaço nas pernas. — Bem como, a vida do bebê dentro do útero — Ele reage frequentemente aos sons, conseguimos distinguir as partes do seu corpo - quando Tum Tum chutar.
Por esse motivo, estou cuidando deles em exagero, buscando conforto e relaxamento. Decidi me afastar da empresa e trabalhar em home office, com o intuito de estar presente para qualquer situação ou necessidade de Eda.
— Ele está chutando muito — Sinto o seu cotovelo e sorriu. — principalmente, quando escuta sua voz e a de Ezgi! — Nossa princesinha conversa com ele a todo momento — Eles serão grandes amigos.
— Mamãe — Ezgi entra em nosso quarto como um foguete. — Tenho que contar algo a Tum Tum — Diz, com o rosto suado e um sorriso radiante no rosto. Ela deita a cabeça no colo da mãe e inicia o monólogo. — Tum Tum! Eu recebi cartinhas na escola — Meu coração acelera — Duas de Can e duas de Alev — Ela mostra ao bebê e vira seu rostinho para me encarar. — Papai, estou indecisa! — Meu coração para nesse instante.
— Indecisa? — Questiono com um nó na garganta. — Com o quê? — Eda rir baixinho.
— Gosto de receber cartinhas — no plural. Estou a ponto de infartar — Se eu aceitar uma delas, não irei mais receber. E tia Melo disse que não podemos facilitar para eles, então estou indecisa. — Continua me observando e deve ver a cor sumindo do meu rosto. — Na cartinha de Alev, ele me pede em casamento — Eda gargalha, enquanto eu puxo o ar para meus pulmões. — O que faço, mamãe?
— Posso ler? — Eda pergunta ao segurar a carta do moleque que pediu minha princesinha em casamento.
"Ezgi! Você aceita se casar comigo? Iremos morar juntos e ler o 'Pequeno Príncipe' todos os dias! Um beijo, Alev."
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Intensos e quebrados
Fanfiction"Depois da tempestade vem à calmaria". Essa frase pode se enquadrar na vida de muitos, mas não de Eda Yildiz. Perdeu os pais vitimas de um atentado, até então misterioso. A adolescência está carregada de más e doloridas lembranças. Trabalha compulsi...