"Depois da tempestade vem à calmaria".
Essa frase pode se enquadrar na vida de muitos, mas não de Eda Yildiz. Perdeu os pais vitimas de um atentado, até então misterioso. A adolescência está carregada de más e doloridas lembranças.
Trabalha compulsi...
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— Estou precisando tanto de você! — Ceren diz assim que entro na cafeteria. Abraço-a e fito seus olhos marejados. — Eu não tenho amigas em Istambul, sei que você é ocupada, mas não tenho a quem recorrer.
— Pode contar comigo para o que precisar, Ceren! — Seguro sua mão e sinto sua tensão. — Esse garoto te machucou? — Veementemente, ela nega. — Você está grávida? — Justificaria o seu medo.
— Não! — Quase grita. — Nós nos beijamos algumas vezes, mas não passou disso, ele é um completo cavalheiro. — Sorri. — Eu sou virgem! — Afirma, cabisbaixa.
— Ser virgem não é algo negativo, minha querida! Significa que você está esperando a pessoa certa, por exemplo, foi com seu irmão que eu perdi a virgindade. — Confesso, com o intuito de tentar tranquilizá-la. — Diga-me o que está maltratando seu coração.
— Ele é doze anos mais velho. — Caramba, Serkan terá uma síncope. — Nós estamos apaixonados e ele gostaria de conhecer minha família para assumir nosso relacionamento, mas imagino as piores reações do meu pai e de Serkan.
— Certo. — Tento calcular as minhas palavras para não amedrontá-la. — Eu o conheço? — Ela assente e prossigo, com o intuito de formar o quebra-cabeça. — Ele trabalha com seu pai?
— Com Serkan — Responde, apreensiva. — Eda! — Meus olhos percorrem pela foto que aparece no celular dela durante uma chamada. E o meu coração acelera de uma maneira descompensada ao imaginar a reação do meu marido.
— Engin está disperso no trabalho — Lembro-me das palavras de Serkan, enquanto retirava o paletó após um dia exaustivo de trabalho. — Porém, o que mais me incomoda é que ele está me evitando. Como se precisasse dizer algo, mas não tem coragem.
Isso não poderia estar acontecendo. Uma terceira guerra mundial é uma consequência iminente. — Engin? — Pergunto já sabendo a resposta.
— Sim — Confirma. — Preciso de sua ajuda para contar ao meu irmão. — Uma lágrima solitária escapa dos seus olhos tristes. — Sonhava com o momento que iria abraçar meu irmão, receber seus conselhos, seu carinho — Desabafa. — Não quero ver sua decepção ou chateação. Não desejo acabar com a amizade de anos que ele tem com Engin. Mas também, não consigo me afastar da pessoa que faz meu coração acelerar todas as vezes que o encontro.
— Eu entendo, Ceren! — Fui sincera. É impossível contrariar os desejos do nosso coração. — Farei o possível para conversar com Serkan e fazê-lo compreender o relacionamento de vocês, mas adianto que não será simples.
— Eu amo minha família e a opinião deles é de extrema importância — Franzo o cenho, fazendo uma pergunta silenciosa que logo é respondida. — Se Serkan for contra eu tentarei esmagar o que sinto. — Aproximo me dela e abraço-a. — Por que as questões do coração são complicadas?
