Destroçados!

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Serkan

Bip. Bip. Bip.

Esse som e as inúmeras vozes na minha cabeça estão me enlouquecendo um pouco mais a cada segundo. Quando Mustafa me ligou e mencionou o nome daquele crápula senti meu sangue ferver, mas ao receber a notícia que meus filhos haviam sido sequestrados desejei matá-lo com minhas próprias mãos.

Eu sei o quanto Alptekin Bolat pode ser cruel com duas crianças, fui vítima de suas maldades por quatorze anos. Ele matou o meu irmão.

Mas, pensando racionalmente, ele não deve fazer nada com meus pequenos, pois eles servirão de moeda de troca.

— Serkan — Escuto o sussurro de Eda, quase inaudível. Após o seu desmaio, a trouxe para o hospital e o médico prescreveu um calmante diluído no soro. — Onde estão os meus filhos? — Pergunta e beijo a sua testa. — Eu quero meus filhos, Serkan!

— Eu também, meu anjo! — Digo. — Os meus seguranças junto aos detetives estão os procurando. — Contratei mais especialistas na área e eles já iniciaram as buscas.

— Os seguranças incompetentes que deixaram esse monstro levar meus filhos? — Esbraveja, enquanto tenta retirar o acesso em seu braço. — Eu quero procurá-los! — Lágrimas inundam seus olhos. — Eu necessito dos beijos doces da minha princesinha — Um nó se forma em minha garganta e as lágrimas escapam. — Eu preciso escutar a risada do meu leãozinho! — Abraço-a.

— Eles estarão conosco em breve, meu amor! — Confortamo-nos juntos em um abraço apertado e demorado. — Eu prometo! — Beijo o topo da sua cabeça e escuto um pigarreio.

— Boa noite! — O médico nos cumprimenta. — Como se sente? — Ele pergunta ao segurar uma prancheta.

— Fisicamente bem — Diz — Mentalmente destruída e com um coração destroçado.

— Podemos usar mais uma dose de calmante! — Recomenda e minha esposa nega.

— O único remédio é os meus filhos! — Determina e o médico assente. — Posso sair desse lugar? — Encontro seu olhar perdido, ao passo que meu celular toca em meu bolso.

Serkan — A voz aguda de Mustafa ecoa. — Alptekin deixou um bilhete na caixa de correio.

— Do que se trata? — Pergunto e escapo do olhar observador de Eda.

Há apenas uma frase — Ele pigarreia. — Está preparado para perder tudo outra vez? — Eu não posso e não vou perder os meu filhos, Alptekin!

Saio do quarto de Eda para conversar com Mustafa sem preocupá-la ainda mais.

— Eu pago uma fortuna a vocês, Mustafa! A partir desse momento não sou o Serkan casado com Eda — Digo — Sou o antigo Serkan Bolat, o que dita regras e necessita que elas sejam cumpridas. — Cerro meus punhos. — Encontre Alptekin Bolat e traga os meus filhos de volta. É uma ordem!

Sim, senhor! — Responde com o tom gélido. — Algo mais?

— No fim, garanta que ele jamais machuque a minha família! — Determino no mesmo tom.

Como preferir! — Desligo a chamada e encontro minhas esposa observando o céu, de costas para mim.

— Não há uma estrela no céu — Soluça — Mas, sinto e preciso de vocês. — Há tanta dor em sua voz. — Necessito do seu colo, mamãe. Desejo as suas palavras sábias, papai! Estou sentindo tanta dor nesse momento que não consigo mensurar. — Abraço-a e beijo seu ombro. — Eu preciso dos meus pequenos. — Choramos e quebramo-nos juntos na mesma Intensidade.

Intensos e quebradosOnde histórias criam vida. Descubra agora