"Eu realmente acredito que, embora o amor possa ferir, ele também seja capaz de curar."ꙮ꙳ꙮ꙳ꙮ꙳
A decisão precipitada de Serkan trouxe um redemoinho de sentimentos ao meu coração. Pensei em pedir a guarda de Ezgi sozinha, pois daqui a seis meses não teremos nenhum vínculo, mas ele fez tudo o contrário.
Aceitar fazer parte apenas do presente dele já foi algo totalmente doloroso para mim, porque posso sair machucada, contudo não podemos brincar com os sentimentos de uma criança.
Entro no quarto dele após colocar Ezgi para dormir e o vejo lendo um livro.
- Ela dormiu? – Pergunta e eu sento em sua frente e assinto.
- Não acho uma boa ideia pedirmos a guarda conjunta de Ezgi! – Digo e ele me encara atônito.
- Não temos alternativa! – Segura minha mão e a beija – Deixe-me cuidar de vocês, Eda!
- Até quando, Serkan? O contrato irá acabar e vamos dissolver a vida de uma criança! – As lágrimas estão a um passo de descerem, mas eu seguro-as. – Gostaria apenas de entender o porquê de você não pensar no futuro?
- Irei garantir uma vida estável para vocês duas após o término do contrato! – Diz e eu deixo as lágrimas escaparem.
- Não precisamos do seu dinheiro, Serkan! – Enxugo o meu rosto – Por que você não pensa no futuro? – Repito e ele desvia o olhar.
- Algumas perguntas não há respostas, Eda! Não quero vê-la chorando! – Encontro seus olhos marejados, ele parece vulnerável.
- Responda-me, lütfen! – Suplico enquanto o meu coração palpita apressadamente.
Quero tanto que ele desabafe as suas dores, os seus medos, as suas angustias que chega a doer fisicamente. Quero que ele pense em um futuro ao meu lado, pois não penso em outra coisa!
Fecho meus olhos enquanto sinto nossos corpos se colando em um abraço confortável. Um abraço que transmite dor, tristeza, arrependimentos e ternura. Afastamo-nos e ele me beija com convicção. Quando nossas línguas se encontram, é uma fuga momentânea da realidade. Retribuo seu beijo, apesar de saber que não vai dar em nada. Não terei a resposta da minha pergunta. Não teremos um futuro.
Ele se afasta e me encara nos olhos com uma expressão de sofrimento. Leva a mão até a minha nuca e depois até a minha bochecha, roçando o polegar no meu lábio inferior.
- O meu passado – Ele parece se machucar com cada letra – ele também foi doloroso. Ensinou-me que não posso pensar ou planejar o futuro.
- Você pode desabafar comigo, Serkan! Confie em mim, como eu confiei em você! – Digo ao tocar em seu rosto.
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Intensos e quebrados
Fanfic"Depois da tempestade vem à calmaria". Essa frase pode se enquadrar na vida de muitos, mas não de Eda Yildiz. Perdeu os pais vitimas de um atentado, até então misterioso. A adolescência está carregada de más e doloridas lembranças. Trabalha compulsi...