Capítulo 22

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Princesa Shahnaz POV:

— Chegou tarde demais, Princesa, sua protetora é uma assassina e acaba de ser presa pelo general. – Atefeh diz e sorri.

— Alguém me explica o que essa cobra está dizendo? – peço e vejo Dara e muitas mulheres chorando, tento procurar quem está faltando no harém.

— É Jaleh quem procura, Alteza, a assassina.

— Não pode ser! – digo revoltada e Dara toca em meus pés.

— Eu implorei para o general não a levar, disse que Jaleh é uma boa mulher e que não faz mal a ninguém, mas encontraram o veneno no baú dela. – Dara diz.

— Ela deve estar apavorada sozinha naquele lugar sujo. – Arzu diz.

— Jaleh não vai ficar presa, eu não vou permitir. – digo.

— Não só vai ficar presa como já foi acusada e será julgada pelo assassinato, Alteza. – Azar diz.

— Não me chamo Shahnaz, se não a libertar! – digo e saio do harém.

Noto que a lua está alta quando decido ir ao cárcere para ver Jaleh, visto a minha capa com capuz e sigo discretamente.

— Princesa, o que deseja aqui tão tarde? – o carcereiro pergunta.

— Saber o andamento do cárcere e dos prisioneiros. – digo.

— Como deve ser, sem regalias. Todos aguardando seu julgamento e a morte. – ele diz.

— Exijo falar com a prisioneira Jaleh. – dou a ordem e o carcereiro obedece imediatamente.

Então a porta do cárcere é aberta e um odor fétido se espalha no ar.

— Eu sou inocente! Fui injustiçada, Princesa. – Jaleh diz ao me ver.

— Eu sei disso e estou aqui para te ajudar, mas como faremos isso? – faço uma pergunta retórica, dou alguns passos e observo o cubículo onde ela está jogada.

— Por favor me tire daqui, não sei nada sobre o assassinato. – Jaleh diz.

— Como pode me dizer isso se o veneno foi encontrado em seus objetos? – pergunto.

— Alguém o colocou lá, mas não sei como ou qual sua motivação. A única coisa que sei é que não tenho o interesse de matar os nobres. – Jaleh diz.

— Pense comigo, sem dúvida há um interesse e motivação ou pelo menos todos dirão que existe, afinal você é mãe do segundo herdeiro do Imperador... – começo a dizer e ela se assusta.

— Princesa, eu jamais mataria alguém para que meu filho pudesse ascender a uma posição de destaque na corte ou no exército, mesmo por vingança em alguma negativa. – Jaleh afirma.

— Eu conheço seu caráter, mas estou lhe dizendo o que todos dirão em seu julgamento! Ninguém há de acreditar em suas boas intenções e fé, mas nas provas e testemunhos, nada temos que prove sua lealdade para com o Imperador e império, senão nossas palavras. – lamento ao dizer.

— Então estou condenada à morte? Não há esperança para mim? – Jaleh pergunta.

— Vim para dizer que vou lutar até o último momento por você. Conte comigo. – digo.

Nos despedimos com abraços e choro, limpo suas lágrimas e subo a escadaria, vou para a minha alcova e passo uma noite insone, apenas pensando no que vou fazer para resolver essa situação.

Tão logo amanhece, minhas damas adentram minha alcova, preparam meu banho, me arrumam com um vestido lilás e branco, acinturado, bordados e de mangas longas, trançam meus cabelos e colocam o véu da mesma cor sobre eles, coloco o colar, brincos, anéis, pulseiras e coroa, sapatilhas e logo estou pronta para ir ao salão do banquete.

Shahnaz - Orgulho do ImperadorOnde histórias criam vida. Descubra agora