Brazil, RJ - 2 de Maio - Segunda-feira - 9:12 AM
Dia 1
Pov AlecxaDespertei e logo olhei as horas no relógio, já passava das 9 da manhã, por causa do fuso horário meu relógio biológico simplesmente fica confuso. Tentei me mexer em cima da cama mas senti um peso em minha cintura, olhei e se tratava do braço de Melinda. Retirei seu braço devagar para que ela não acordasse e consegui. Me levantei indo para o banheiro, estava um pouco quente então fui direto para o box.
Ouvi o barulho da porta do banheiro abri, e mesmo o vidro do box sendo embaçado, consegui distinguir de quem era o pequeno corpo transitando pelo banheiro.
— Bom dia ruiva, dormiu bem? — ela não respondeu. Terminei de tomar meu banho e sai do banheiro só de toalha e top, ela estava na varanda tomando café, abri a mala e tirei uma calça moletom e uma blusa branca lisa. Pouco tempo depois vi ela se levantar e sair da varanda, estava de fone, uma das mãos carregava uma xícara e na outra uma folha de papel. Ela retirou os fones e apontou a folha para mim. A peguei.
— Uma das atividades da lista era tomar café na varanda escutando alguma música brasileira. Eu gostei, a e bom dia.— falou e andou até o banheiro.
Olhei a lista e sorri, não acredito que vamos realmente seguir essa lista entupida que Sarah mandou. Olhei o próximo item da lista e tinha:
"Andar no bondinho do Pão de Açúcar e visitar a estátua do Carlos Drummond.
Fui na mala e troquei de roupa, acho que vamos andar um pouco, então troquei a calça por uma bermuda. Ela saiu do banheiro só de toalha e passou direto até sua mala, pegando uma roupa.
— Veste algo leve, acho que vamos andar um pouco. — falei apontando para a lista e saindo do quarto, queria dar um pouco de privacidade para ela. Desci até a recepção e havia alguns homens acompanhados de Marcos, os cumprimentei e esperei a ruiva descer. Pouco tempo depois ela desceu, estava com um vestido preto com bolinhas brancas, e calçada com rasteirinhas. Bem diferente das roupas que usava em Seattle quando nos encontrarmos em sua casa. Ela caminhou até mim e me deu um selinho, mantendo nosso disfarce de esposas felizes. Saímos do hotel e fomos direto para a praia de Copacabana.
***
— Viu como aquela velhinha nos encarou? — riamos enquanto andávamos pelo shopping da cidade. Melinda e eu havíamos discutido qual o melhor sabor de sorvete, acabei passando um pouco do meu sorvete em seu rosto, ela tentou devolver e no fim acabamos nos sujando. Algumas pessoas nos olhavam com reprovação, claro que não só por causa da brincadeira, e sim por sermos um casal de mulheres. Apesar do Brasil ser um país mais "livre", algumas pessoas ainda vivem dentro de uma bolha extremamente preconceituosa.
Saímos do shopping alegres e entramos no carro, agora iríamos visitar a estátua do Carlos Drummond. Melinda estava animada, tínhamos conversado um pouco e ela confessou que era a segunda vez que viajava para um lugar diferente, longe de Seattle. Chegamos no local onde ficava a estátua e tentamos ao máximo passar despercebidas, mas foi quase impossível. Muitas pessoas chegaram nos cumprimentando e pedindo para bater fotos, acabamos nem vendo a estátua direito. Mais tarde, voltamos para o hotel exaustas, almoçamos e durante a tarde ficamos descansando.
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A manhã foi movimentada e divertida, apesar de Alecxa ter essa pose de poucos amigos, ela sabe se divertir. Nos conhecemos um pouco mais e ela me mostrou o lado legal dela, ainda tinha um pouco de receio em me aproximar dela, afinal a primeira impressão que ela deixou não foi muito boa. Enfim, andamos no bondinho do Pão de Açúcar, fomos ao shopping e por fim fomos ver a estátua de Carlos Drummond. Não conseguimos aproveitar a visita a estátua direito, mas foi bom do mesmo jeito.
Nesse momento estamos no quarto do hotel, Alecxa está no notebook, resolvendo alguma coisa sobre o trabalho. Ela sai do trabalho mas o trabalho não sai dela. E eu estou na varanda lendo um livro. Ouvi um telefone tocar e logo a voz de Alecxa surgiu falando com alguém. Não consegui ouvir muito bem a conversa.
— Nos convidaram para uma festa mais tarde, você quer ir? — sua voz surgiu atrás de mim, me fazendo levar um pequeno susto. Eu não tinha boas lembranças das últimas festas que eu fui, mas a intenção dessa viagem é se divertir, então porque não?
— Pode ser. — respondi simples.
— Ok, vamos sair às oito. — ela finalizou voltando para a cama.
***
A festa é daqui 40 minutos e não faço a mínima ideia do que vestir, estou no banheiro arrumando o cabelo, e Alecxa está no box tomando seu banho. Confesso, está sendo bem estranho dividir o quarto e até mesmo o banheiro com alguém, principalmente com uma pessoa que conheço a alguns meses. Sai do banheiro com o cabelo finalizado e tinha uma caixa em cima da cama, havia também um bilhete com meu nome. Abri a caixa e tinha um vestido e um par de saltos altos. Entrei em choque, não sabia se era realmente para mim, fora que o vestido era extremamente lindo. "Meu deus, como eu vou entrar nessa coisa?" Pensei.
Ouvi a porta do banheiro abrir e Alecxa sair apenas de short e top, desviei o olhar quase imediatamente. Isso é uma das coisas que mais me incomodam em dividir o quarto com alguém, privacidade. Eu preservo muito a minha privacidade e a das pessoas, mas parece que ela não tem nenhum pingo de vergonha de sair dessa forma na frente de alguém.
— Gostou do vestido? — ela perguntou indo até sua mala. Não sabia o que responder, eu havia gostado muito mas não sei se me sentiria muito confortável vestida com ele.
— Eu adorei...mas está muito fora da minha zona de conforto. — respondi. Ela tirou uma calça de linho cinza e uma blusa social preta de dentro da mala.
— Sinto muito, mas você não vai poder ir de moletom e shorts para essa festa. — o sarcasmo e o deboche era notável em sua voz. Revirei os olhos e fui retirar minhas maquiagens da mala.
— Afinal, para onde vamos? — perguntei. Ela colocou as roupas na cama e andou até o banheiro.
— Um amigo nos chamou para uma festa na casa dele, vai ter algumas pessoas influentes lá, então pediu para que fôssemos vestidas um pouco mais formal. — comecei a me maquiar e ela voltou ao quarto, olhei pelo o espelho e vi que estava tirando o short que vestia, tentei me concentrar em fazer algo descente no meu rosto porém meus olhos estavam focados no seu corpo. Ela vestiu a calça que por sinal combinou bastante com ela, e logo depois a camisa. Terminei de me maquiar e fui ao banheiro levando comigo a caixa com o vestido. O vesti e me senti uma sardinha dentro de uma lata, ele era colado ao corpo e bem decotado na área dos seios, tinha uma lasca na perna direita e era longo. Tentei fechar o zíper que ficava nas costas mas não consegui.
— Você pode me ajudar a fechar esse zíper? — falei saindo do banheiro, ela levantou o olhar para mim e me encarou. Seus olhos caminharam pelo meu corpo e senti uma corrente elétrica descer pela a minha espinha. Caminhei para frente do espelho e olhei meu reflexo, ela se posicionou atrás de mim e nossos olhares se cruzaram no espelho. Senti os nós dos seus dedos tocarem em minha pele e meus pelos eriçaram. Ela afastou meus cabelos para o lado deixando meu pescoço exposto, subiu o zíper e me analisou novamente.
— Você está linda. — falou quebrando o silêncio. Corei instantaneamente, me olhei e foi a primeira vez em muito tempo que eu realmente me senti bonita.
— Obrigado. — respondi, andei até a mala e peguei um par de brincos e um colar. Os coloquei e calcei os saltos. Passei um pouco de perfume e já estava pronta, ela terminou de se arrumar e saímos.
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Segundo cap da maratona:)
Desculpem se tiver algum erro ortográfico
Beijão e boa leitura 🫶🏻
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THE CONTRACT
RomanceCLASSIFICAÇÃO +18‼️ Não imaginaria que aos meus 20 anos eu estaria a ponto de me casar com alguém que nem conheço por dinheiro, mas o que fazer quando essa é a única solução que dão a você? Então, essa é a minha história.