꧁ 76 - Paixão ꧂

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New York - 27 de janeiro - Sábado - 16:08 PM

Pov Melinda

— Duas pipocas grandes e quatro refrigerantes, por favor. — Vanessa informou ao atendente do pequeno carrinho de comida assim que a fila andou e chegou nossa vez.

Observei com atenção o rapaz baixinho com touca e luvas preparar nossos pedidos atrás do pequeno balcão, ele estava sendo ajudado por uma garota que parecia não estar de bom humor. Foram rápidos cinco minutos para os pedidos ficarem prontos. Assim que ela anunciou nossos nomes, retirei uma nota de cem do bolso e deixei em cima do balcão, pegando os refrigerantes enquanto minha amiga cuidava das pipocas.

— Então, vai me dizer porque passou as últimas duas semanas estranha? — Vanessa perguntou ao meu lado, estávamos terminando de atravessar o corredor que ligava o campo de futebol aonde boa parte das pessoas estavam amontoadas e o ginásio de natação, onde iria ocorrer um torneio entre algumas escolas.

— Mais tarde, pode ser? — indaguei fitando seu rosto por alguns segundos antes de começar a subir as arquibancadas em direção aos nossos lugares, não dando outra opção a ela, a não ser me acompanhar e encerrar o assunto, por hora.

Nos últimos dias, o assunto do meu "divórcio" com Emilly não saiu da minha cabeça e aparentemente da dela também não. Passamos vários dias evitando uma a outra, sempre que uma ia tomar café da manhã a outra já havia saído, nos jantares, comíamos em ambientes diferentes e sempre que ocasionalmente nos esbarrávamos uma na outra nos corredores do apartamento, desculpávamos e na maioria das vezes se instalava um silêncio extremamente constrangedor.

A situação estava se tornado muito difícil de lidar, era óbvio que estávamos agindo como duas adolescentes. Mas eu não conseguia me aproximar, todas às vezes que eu decidia quebrar aquele ciclo que estávamos nos afundando, meu sub consciente me alertava, quanto mais próximas ficávamos, muito mais difícil seria após nós terminarmos. Então preferi apenas deixar as coisas como estão, era doloroso? Sim. Mas estamos evitando uma futura dor maior.



A gritaria que estava no ambiente me tirou dos meus devaneios, ficando impossível manter um pensamento calmo diante do lugar lotado, onde muitas pessoas carregavam bandeiras e pompons coloridos com as cores de suas escolas. Na terça, quando minha irmã dormiu ao meu lado, era sobre isso que ela queria conversar. Sua escola estava patrocinando um torneio de natação e seu nome estava na lista de participantes, como nossos pais não podiam vir, ela pediu para mim e Emilly viéssemos. E claro que não recusamos, sabíamos quanto nossa presença significava a ela e não iríamos fazer uma desfeita.

Mas como o assunto daquela noite ainda estava reverberando bastante entre mim e ela, tomei liberdade de chamar Vanessa, que insistiu em trazer Felipe. Depois dos dois terem assumido oficialmente o status do relacionamento deles, pareciam unha e carne, onde um estava o outro tinha que estar presente. Tipo uma promoção, compre um, leve dois.

No fim, foi bom tê-los trazido aqui. Os dois se empenharam bastante em dar apoio a minha irmã, fizeram um cartaz enorme com o nome dela e pintaram seus rostos com as cores do colégio de Stefani. Fora os gritos estridentes que estavam dando em direção à garota, que naquela altura devia estar uma pilha de nervos.

Assim como eu, ela nunca gostou muito de ser o centro das atenções, principalmente em situações como essa. Mas era impossível não notar sua facilidade em lidar com essas situações, diferente de mim. Ela se sair melhor, quando está sob pressão.

THE CONTRACTOnde histórias criam vida. Descubra agora