꧁ 71 - Ano novo, problemas velhos ꧂

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New York - 02 de Janeiro - Terça-feira - 08:19 AM

Pov Alecxa

Ouvi um barulho de telefone em algum lugar aleatório do meu apartamento tocar por cima da música lenta que eu escutava e suspirei pesadamente, cogitei chamar Isabel para que atendesse e trouxesse até mim, porém, a lembrança de que eu estava sozinha veio com força e bufei.

Larguei a garrafa de cerveja que bebia e deixei largada perto da espreguiçadeira que estava deitada, caminhei lentamente em direção ao barulho do aparelho. O encontrei entre os travesseiros do sofá e observei que o nome de Felipe brilhava na pequena tela, deslizei o dedo no visor e caminhei de volta a varanda com o telefone na orelha.

— Você não era para estar na estrada? — indaguei, voltando a me sentar na espreguiçadeira e pausando a música. Ouve um chiado do outro lado da linha e logo a voz do meu amigo se fez presente.

Felipe e Vanessa estava na estrada para Filadélfia, seus pais moravam lá e ele estava ansioso para apresentar a loira para seus pais. E nesse momento, eles deveriam estar a pelo menos um pouco antes da metade do caminho.

A volta de Maldivas foi rápido e os poucos dias que passamos em lá foram os melhores possíveis, a praia, a comida e o sol, eram as coisas que eu mais sentia falta. Porém, o que é bom dura pouco, por esse mesmo motivo, assim que nosso último dia lá acabou, viemos quase que imediatamente para Nova Iorque.

Assim como Felipe e Vanessa, Sarah e o meu querido cunhado, foram passar o ano novo em outra cidade, mais específico com a família de Eduardo. E Melinda também resolveu que eu deveria ficar sozinha, assim que chegamos de viagem, refez as malas depressa e foi diretamente para Seattle, junto de sua irmã.

E eu, bom. Eu estava na cobertura bebendo cervejas enquanto escutava músicas com a letra cheia de promiscuidades e refletindo um pouco sobre a vida.

Emilly, liga a sua TV no canal principal. — foi a única coisa que disse, minha testa franziu diante do pedido.

— Por quê? — ouvi um pigarreado.

Só vai ligar, agora! — exclamou. Levantei apoiando o telefone no ombro e alcançando o controle da televisão em cima da pequena estante. Mudei os canais até chegar no principal, uma repórter loira apresentava uma notícia qualquer e eu não estava entendendo nada do porquê ele me pediu para assistir jornal uma hora dessa da manhã.

Então, fotos de John invadiram a grande tela da TV, as mesmas fotos que Dominick havia me mostrado em Roma, então uma repórter negra surgiu relatando algumas informações sobre o caso de desaparecimento do avô de Melinda.

Caminhei até a cozinha largando a garrafa de cerveja no balcão e desliguei minha chamada com Felipe, na mesma hora em que o nome do meu amigo sumiu do visor, o de Melinda surgiu. Atendi quase que imediatamente e ouvi barulho de muitas vozes do outro lado.

— Melinda? — a chamei, um barulho de porta surgiu e deduzi que ela estava indo para um local menos movimentado.

Emy, ele está m-morto. — sussurrou, sua voz parecia embargada pelo choro, respirei fundo sentindo meu coração acelerar e soltei o ar lentamente. Eu sei, ruiva. Minha mente vagou pelas lembranças sombrias daquele dia, mas nada veio, nada de remorso ou arrependimento.

THE CONTRACTOnde histórias criam vida. Descubra agora