꧁ 73 - Tentando resistir ꧂

1.1K 95 22
                                    

New York - 15 de Janeiro - Segunda-feira - 08:02 AM

Pov Melinda

Amanhã completa duas semanas do enterro de John, os dias que se sucederam após o ocorrido na casa dos meus pais foram lentos e cansativos. A energia na casa era pesada, ninguém se atrevia falar um A sequer e a imprensa ajudou a piorar tudo.

Toda vez que alguém se arriscava sair no jardim ou ficar perto demais de uma janela aberta, era fotografado ou filmado. Assim, gerando e alimentado mais notícias e machetes de atualização de como as coisas andavam entre a "família Copper".

Apesar de ter passado vários dias do enterro, mamãe parecia não ter aceitado a situação, parou de se alimentar, ficava o dia inteiro trancada no quarto e não falava com ninguém. Ela parecia estar apenas vegetando em cima da sua cama, o mais afetado depois dela era meu pai, que tentava ao máximo fazê-la sair do estado depressivo que se encontrava e a incentivava a se cuidar um pouco.

Depois vinha minha irmã, que desde o dia da notícia não parecia ter sido afetada, ficava vagando pela casa sempre com um fone no ouvido ou com livros, parecendo estar no seu próprio mundinho.

Foram longos dez dias vendo todos cabisbaixos e tentando fingir estar tão mal quanto eles, Emilly me fez companhia nesses dias, era bem mais fácil lidar com toda aquela coisa com ela do lado. Passávamos os dias praticamente juntas, ela resolvendo algumas coisas da empresa pelo computador e eu ficava ao seu lado, esperando que ela terminasse. Isso quando não passávamos algumas madrugadas conversando sobre coisas aleatórias até que uma de nós acabasse pegando no sono.

Bruna me ligou algumas vezes para saber como iam às coisas, eu era para ter voltado ao trabalho cinco dias atrás, mas ela acabou me dando dias a mais de folga para lidar com tudo. O que foi bom, apesar de estar aliviada psicologicamente, estava lidando com outras questões a mais que envolve tanto ela, como minha querida esposa falsa.

Inclusive acho que foi uma péssima ideia ter aceitado que ela passasse esses dias comigo, cada vez que eu tentava não ficar próxima demais a ela, minha mente me contradizia e fazia o que queria. Minha cabeça está uma bagunça só, as lembranças dos dias em que passamos em Maldivas e a noite incrível que tivemos, vinham com força toda vez que o clima ficava tenso entre nós.

Fora as noites em que passei acordando de madrugada com o corpo suado e com a droga da calcinha molhada. Eu não sei o que ela havia feito com a minha mente e meu corpo, mas eu precisava me livrar daquilo antes de ficar cada vez mais confusa com relação aos meus sentimentos.

Agora estávamos no carro enquanto ela me levava para o estúdio de Bruna, meu último dia de folga foi ontem e eu precisava voltar a minha rotina de sempre. A ideia de trombar com algum repórter ou outro intrometido tentando arrancar informações de mim, me faz querer passar mais um mês sem mostrar meu rosto nas ruas. Porém, a realidade me chama e eu não posso me dar o luxo de se esconder por causa dele.

— Jantar hoje às nove? — Emilly perguntou estacionando o carro perto do meio fio, já em frente ao estúdio. Desviei meu olhar para seu rosto, ela me fitava com expectativa e me vi tentada a recusar, mas minha boca foi mais rápida em aceitar o convite.

— Podia ter me perguntado mais tarde, sabe que estou livre a partir das cinco. Mas sim, eu aceito. — completei com um pequeno aceno.

THE CONTRACTOnde histórias criam vida. Descubra agora