꧁ 9 - Festa de noivado 3/3 ꧂

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New York - 16 de março - Sábado - 21:55 PM

⚠️alerta de gatilho⚠️


Pov Melinda

Tudo o que eu menos queria era esse beijo, se é que podemos chamar isso de beijo. As pessoas ao nosso redor ficaram eufóricas, e o fotógrafo amou ter uma foto exclusiva do novo casal do ano, mais que grande merda. Me soltei de seus braços sem dar muita bandeira que eu estava totalmente desconfortável, porém Alecxa não é idiota, ela deve ter percebido. Andei até a nossa mesa e fui cumprimentada pela a mesma mulher do ateliê, Sarah. Junto dela estava outras duas mais velhas, depois de um tempo constatei que se tratava da mãe e da "babá" de Alecxa.

Meus pais estavam em uma conversa, eu diria, empolgante com elas, pois sorriam e gargalhavam. Minha cabeça já estava começando a latejar e Vanessa havia sumido, resolvi ir até o banheiro pois estava apertada. Entrei em uma área aberta e segui por um corredor, entrei no banheiro e me direcionei rapidamente para dentro de uma das cabines. Me aliviei e fui lavar minhas mãos, as sequei e sai, senti alguém agarrar minha cintura e me encostar no parapeito, reconheci o toque e fechei os olhos já imaginando o pior.

— Não sabe o quanto ficou bonita nesse vestido, e passei a noite toda imaginando você sem ele. — sussurrou em meu ouvido.

— Aqui não por favor, o local está cheio. — supliquei a ele.

— Podemos entrar em um desses banheiros e aproveitar, não Iram sentir nossa falta, prometo que serei rápido. — continuou falando em um tom baixo e saiu distribuindo beijos pelo meu pescoço, tentei me soltar de seus braços mas sem sucesso, ele era três vezes mais forte do que eu.

— Por favor, alguém pode nos pegar. — implorei mais uma vez.

— Está tudo bem por aqui? — alguém perguntou e ele se afastou rapidamente de mim, senti um alívio me invadir, porém sabia que mais tarde ele iria querer terminar o que começamos.

— Está tudo ótimo, vim perguntar a minha neta se ela precisava de algo. — john respondeu e tomei coragem para ver de quem se tratava, era ela, estava de braços cruzados, maxilar trincado e com a expressão séria.

— Não falei com você e sim com ela. — respondeu arrogantemente. Estendeu uma de suas mãos indicando que eu fosse até ela, não pensei nem duas vezes e andei em sua direção, agarrei sua mão e ela me puxou de volta a festa. Chegamos ao salão e ela continuava a me puxar, não sabia onde estávamos indo, ela abriu uma porta dando passagem para a vista de um belo jardim, não tinha muita iluminação mas dava para ver que era bem cuidado, soltou minha mão e fechou a porta, no local não tinha ninguém, apenas nos duas.

— Vai falar o que estava acontecendo ali ou irei ter que tirar minhas próprias conclusões? — perguntou arqueando uma das sobrancelhas que por sinal são muito definidas e cruzando os braços.

— Não foi nada, como ele disse, só estava perguntando se eu precisava de alguma coisa. — respondi desviando do seu olhar.

— E a parte de "podemos entrar em um desses banheiros e aproveitar", isso não é o tipo de coisa que um avô fala para uma neta ou seria? — merda, como eu iria sair dessa situação? Tentei disfarçar porém seu olhar estava fixo em mim. Eu era péssima mentindo e ela já percebeu isso.

— Você esta vendo coisas onde não tem. — falei simples e a encarei, tentei soar o mais convincente possível.

— Para Melinda, não tenta me enganar com essa história, eu presenciei aquela cena nojenta desde a hora que você saiu do banheiro. — Falou dando uma risada irônica. Sinceramente não sei porque ela está me fazendo esse interrogatório.

— Por que está tão interessada em minha vida? Não já assinei a droga do contrato? Não já estou aqui fazendo esse teatro todo? Então não tem necessidade de você se meter na minha vida pessoal. Não somos casadas e não somos amigas, então me deixe em paz! — falei em um tom alto e irritado, fui até a porta a abrindo mas senti ela agarrar meu braço e me colando encostada na parede, se inclinou deixando nossos rostos um perto do outro, tão perto que senti sua respiração bater em meu rosto.

— Se não tem nada para esconder porque está tão irritada? — falou, senti o cheiro do seu perfume invadir minhas narinas, tentei me afastar dela mas foi em vão.

— Deixa eu sair! — pedi. Ela fingiu não me escutar e continuou empatando a minha saída de seus braços.

— Olha aqui garota, não vou deixar esse assunto morrer aqui, se quer que seu avô continue abusando de você, isso é problema seu. Então peça a ele que faça isso em um lugar mais apropriado, tipo o seu quarto que tal? — falou e a encarei totalmente desacreditada do que estava ouvindo, ela era uma babaca e eu sabia disso, porém não imaginava que seria capaz de falar tais palavras. As lágrimas invadiram meus olhos e foi impossível segura-las. Me soltei de seu aperto e sai de lá, queria minha casa, tô cansada desse dia horrível, só quero me deitar e dormir, de preferência que eu nunca mais acorde. Enxuguei minhas lágrimas e voltei ao salão, procurei por meu pai no meio da multidão e fui até ele.

— Oi meu anjo, está tudo bem? — perguntou analisando meu rosto que deve estar mais vermelho que um tomate.

— Está, só vim avisar que estou voltando para casa, já deu por hoje. — Ele concordou sem objeções e encerrou a conversa entre as pessoas, me puxou até a saída do local e chamou um táxi para mim.

Fui até minha mãe e minha irmã, me despedi delas, e elas ficaram meio perdidas pois não sabiam o porque de eu já estar indo embora. Sai do salão e um monte de repórteres me cercaram.

— Senhorita Cooper como foi seu pedido de casamento? — perguntou uma mulher.

— Senhorita já sabe onde vai ser a lua de mel de vocês? — perguntou outro.

— Vocês pretendem ter filhos?

Meu deus, nem nos casamos ainda e já estão achando que queremos filhos? Misericórdia. Seguranças abriram espaço na multidão e entrei no táxi que já estava a minha espera, indiquei o endereço e ele dirigiu até lá, no caminho a vontade de chorar foi imensa mas não queria chorar na frente de um estranho, esperei chegar em casa para poder desabafar em meu travesseiro. O motorista parou o caro indicando que havíamos chegado, o paguei e entrei feito um furacão em casa, subi para meu quarto e me joguei em minha cama finalmente podendo me derramar em lágrimas. Tudo o que ela havia dito passava como um filme na minha cabeça, como alguém pode ser tão cruel a esse ponto? Depois de um longo tempo, quando já estava mais calma, levantei indo ao banheiro e tomando um banho demorado, tirei toda a maquiagem e vesti uma roupa folgada, deitei e dormir.




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Mais um capítulo para vocês
Espero que tenham gostado :)
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Beijos e boa leitura 🫶🏻

THE CONTRACTOnde histórias criam vida. Descubra agora