New York - 17 de Julho - Domingo - 15:21 PM
Pov Alecxa
Caminhei até o pequeno espaço onde eu guardava minhas bebidas e me servi um pouco de bourbon. Antes que venham falar algo sobre não misturar trabalho e bebida, fiquem tranquilos, não costumo ficar bêbada na empresa. Eu tenho essa consciência, só que fica mais fácil lidar com os problemas com um pouco de álcool no sangue.
O dia hoje não foi tão puxado como eu imaginava, tirando as papeladas do evento de ontem que tive de assinar. Tive uma reunião, para acertar os últimos detalhes sobre as filiais nos outros países e uma entrevista. Agora estou sentada na minha mesa, com um copo em mãos e uma garrafa do meu uísque preferido em cima de minha mesa, a minha disposição.
Como hoje é domingo, nem todos os funcionários estão presentes na empresa, e os poucos que vieram, já foram liberados. Não sou o tipo de chefe que faz os funcionários trabalhar nos feriados ou nos fins de semana. Só quando é preciso claro, é pra isso que eles são pagos. Ouvi a porta ser batida e estranhei, já que na minha cabeça todos já haviam ido.
— Pode entrar. — falei alto para que a pessoa escutasse.
— Eu estava pensando em jantarmos fora, e depois, saímos para uma festa, que tal? — Sarah falava.
— Não tô no clima. — tomei mais um gole da bebida escura despejada dentro de meu copo.
— O que ouve? Problemas no paraíso? — ela puxou uma cadeira e se sentou.
— Que paraíso? Esse casamento tá mais para provações do inferno. — ela riu. Pegou meu copo e tomou um gole de minha bebida. Fez uma careta e logo me devolveu o copo.
— Meu Deus, bourbon é péssimo. — comentou.
— Não ouse falar do meu bourbon, sua consumidora de vodka. — pigarreei.
— Mas iai? Não vai me contar sobre o que tá acontecendo entre você e Melinda? — e lá vamos nós. Sarah nunca vai deixar o seu jeito intrometido.
— Não. — respondi simples e com tédio.
— Vamos Emilly, costumávamos contar tudo uma para a outra. Sabe que eu sou um ótima conselheira. — tentava me convencer.
— Você não se importa, só está curiosa. — fui sincera.
— Tudo bem, então irei perguntar para Melinda. Ela sim vai me falar. — falou levantando e se aproximando da porta.
— Um dia antes do casamento eu tive um deja-vu. — confessei. A lembrança me fez sentir o peito apertando e tomei o resto da bebida para ver se o efeito do álcool batia mais rápido.
— Um deja-vu? Com o que? — voltou para perto de minha mesa e se sentou na cadeira novamente.
— Eu estava na Lucy, lá no sunset park. Aquele restaurante mexicano. — sinalizei com as mãos.
— Sim. E?
— Eu estava andando até meu carro quando do nada uma lembrança de Fernanda me veio na mente. Depois que ela morreu, não consegui ir na Lucy. Aquele dia foi a primeira vez que fui depois... Enfim, você sabe. — servi mais um pouco de bebida.
— Emilly, você sabe que se estiver precisan... — a interrompi antes que terminasse a frase.
— Não Sarah, não estou triste ou algo do tipo. É só que, cara eu tenho uma família, eu tenho funcionários, eu tenho uma enorme empresa para administrar, tenho pessoas que me admiram, mas eu não sou feliz. E para completar, forcei uma garota a se casar comigo, só por puro capricho e dinheiro. Tem noção do quão problemático isso é? Porra, já fazem três anos e não tem um dia sequer que eu não olhe para aquele apartamento e imagine meu filho correndo por ele. Ou, imagino Fernanda cozinhando na nossa cozinha. — desabafei com lágrimas nos olhos. A bebida já estava fazendo efeito.
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THE CONTRACT
RomanceCLASSIFICAÇÃO +18‼️ Não imaginaria que aos meus 20 anos eu estaria a ponto de me casar com alguém que nem conheço por dinheiro, mas o que fazer quando essa é a única solução que dão a você? Então, essa é a minha história.