꧁ 28 - Buquê ꧂

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    New York - 24 de Julho - Domingo - 07:21 AM

Pov Melinda

Levantei cedo e tomei um banho, hoje era domingo e eu estava com vontade de sair, estava cansada de passar os dias trancada dentro desse apartamento. Troquei de roupa e desci, Isabel estava colocando a mesa do café da manhã, fui até ela, a abracei e depositei um beijo em sua bochecha.

— Bom dia. — falei com um pequeno sorriso no rosto. Ela devolveu o comprimento e andou em direção a cozinha. Ouvi passos na escada e Emilly apareceu descendo ela. Estava com o rosto inchado, a roupa amarrotada e com o telefone na mão. Tirou a atenção do celular e me olhou.

— Bom dia ruiva. — passou por mim e foi sentar na mesa.

— Bom dia. — respondi. Fui até a cozinha e ajudei Isabel a levar o resto das coisas para a mesa. Sentamos e tomamos nosso café da manhã. Ouvimos o elevador subir e vi Emilly levar os olhos até ele.

— Senhorita Melinda? — virei-me e encontrei Marcos com um buquê de tulipas azuis em mãos. Franzi a testa e levantei. — mandaram para você. — balancei a cabeça em positivo e andei até ele, pegando o buquê. Havia um cartão branco entre as rosas. Peguei o cartão e levei as rosas até meu rosto. Elas eram muito cheirosas. Soltei um sorriso involuntário e abri o cartão.

Havia sido Bruna que enviará o buquê, estava agradecendo pela a agradável noite que tivemos ontem. Fiquei feliz de certa forma, era a primeira vez que eu recebia flores de alguém. Pedi a Isabel para ela colocar as flores em um jarro e assim ela fez. Emilly não falou nada, apenas voltou a comer.

***

— Fiquei bonita nesse? — Vanessa perguntava, enquanto experimentava o décimo vestido que a atendente trouxe.

— Vanessa, não quero morar no shopping, você pode por favor escolher um logo? — ela bufou e fechou a cortina, logo saindo vestida com sua roupa e com os braços segurando os vestidos. Passou pisando firme do meu lado e se direcionou até o caixa da loja.

Explicando como do nada ela apareceu de repente. Depois do meu aniversário surpresa, ela teve que voltar para Seattle. E hoje de manhã quando eu havia acabado de sair de casa ela me ligou dizendo que estava saindo do aeroporto. Acabamos combinado de nos encontrar no shopping e eu aproveitei para perguntar se ela não queria passar umas noites no "meu" apartamento.

Ainda não havia falado com Emilly com relação a isso, mas creio que ela não vá se importar, até porque ela só para em casa na parte da noite. Se ela não deixar, dou um jeito de convencê-la. Enfim, saímos do shopping e fomos dar uma volta na cidade, Marcos e Alfred já deviam estar irritados pelo fato de termos rodado a cidade inteira e não ter parado quietas um só minuto.

Fizemos mais algumas compras e comemos um pouco, já passava das 8 da noite quando resolvemos ir para casa. Esperava de verdade que Emilly já estivesse em casa. Não queria perguntar se Vanessa poderia ficar lá depois dela acabar dormido lá essa noite. Ela poderia ir para um hotel facilmente, mas senti tanta saudade dela que não quero que ela se afaste muito novamente.

Entramos no apartamento com várias sacolas e nos jogamos no sofá. Isabel apareceu na porta da cozinha sorrindo, apresentei Vanessa para ela e perguntei por Emilly, ela informou que ela estava no escritório. Caminhei até lá e bati na porta. Ela permitiu a entrada, abri a porta devagar e entrei. A vi sentada em uma grande cadeira de couro giratória, estava com alguns papéis nas mãos e com o computador ligado, em seu rosto havia um óculos de grau e estava vestida apenas com um top e um calção.

Ela me olhou e vi um pequeno sorriso brotar no seu rosto. Caminhei para perto de sua mesa.

— Esta ocupada? — ela retirou os óculos e relaxou sobre o encosto da cadeira.

— Não, o que houve? — perguntou.

— Então... — falei meio sem jeito.

— O que quer me pedir? — me cortou. Bufei e me sentei em uma das cadeiras livres que haviam ali. De frente a sua mesa.

— Queria saber se Vanessa pode dormir algumas noites aqui. — falei por fim.

— Só isso? Melinda, não me importo com quem trás aqui, de verdade, pode ficar a vontade. — falou e votou a mexer nos seus papéis. Levantei e caminhei em direção a porta.

— Obrigada e... você fica muito... bonita, com esse óculos. — falei antes de sair de sua sala. Voltei quase que pulando de felicidade e dei a notícia para Vanessa que ficou tão entusiasmada quanto eu. Subimos para o andar de cima e pedi para ela escolher um dos quartos livres. Acabou que ficamos no meu quarto, deitadas olhando para o teto enquanto conversávamos e lembrávamos dos bons momentos que passamos juntas.

— E você e a dondoca? Como estão? — ela se virou e me olhou. Suspirei, as coisa com Emilly estavam...inexplicáveis. Quando não estamos brigando, estamos nos beijando e flertando descaradamente.

— Nossa relação está meio confusa. — falei simples, não queria prologar o assunto mas sabia que Vanessa irá tentar arrancar algo a mais de mim.

— Ah não, explica isso direitinho. — pediu. E se sentou na cama. Forrei a cabeça com um travesseiro e a olhei.

— É complicado. Quando não estamos brigando, estamos nos beijando e tudo mais. — seus olhos se arregalaram e sua boca formou um pequeno O, em surpresa.

— Vocês andam se pegando? — fiz sinal para ela falar baixo e lhe deferi um tapa na perna.

— Mais ou menos isso. — sua testa franziu.

— Que mané mais ou menos Melinda, ou estão ou não estão. — bufei e revirei os olhos.

— Tá legal, é, a gente andou se beijando. — ela me olhou maliciosa e soltou um sorriso. Foi impossível não rir. — não me olha assim. É ela que vem atrás de mim. — tentei me defender.

— Vamos, me conte os detalhes. — suplicou. Balancei a cabeça em positivo e comecei a contar, não só o que havia acontecido na cozinha, mas também o que aconteceu enquanto estávamos no Brasil, sem privá-la dos detalhes sórdidos.

— Aí meu Deus, vocês são duas pervertidas. — neguei.

— Eu não, mas ela é.

— Vocês já transaram? — meu rosto corou e joguei um travesseiro nela.

— Óbvio que não. — ainda sentia minhas bochechas vermelhas.

— Porque não mel? Vocês tem química, e já se pegaram horrores. Só falta partir pra melhor parte. — me virei de bruço e afundei o rosto no travesseiro. Eu não gostava de fale sobre sexo, é estranho e vergonhoso.

— Quero que minha primeira vez seja algo especial, não com uma pessoa que transa com uma mulher diferente a cada semana. — desabafei. Ela voltou a deitar ao meu lado.

— Essa ideia de ter que ser algo especial é muito ultrapassada. — fez uma pausa. — sério, você vai sentir uma dor insuportável e na maioria dos casos, até sangrar vai. Não vai ser nada fofo e maravilhoso, você vai sofrer e ficar toda capenga depois. Cheia de dor e incômodos. O importante é que pelos menos a pessoa seja um amigo ou no seu caso, a mulher que você vai ficar casada por alguns anos. — finalizou. Fiquei em silêncio, eu não sabia o que falar, por que o que ela não sabe é que eu não irei sentir dor e nem sangrar. Já que meu querido avô já fez o favor de fazer isso, a muito tempo atrás. Então eu meio que já tive minha primeira vez. Mas não foi algo prazeroso, na verdade, nunca foi.

Nunca, nem uma mísera vez senti algum tipo de prazer quando eu era tocada por john. E fora ele, nenhuma outra pessoa chegou a ter esse tipo de contato comigo. Levantei e sentei na cama, ela me olhou.

— Chega desse assunto, vamos fazer algumas besteiras para comer e assistir um filme lá em baixo. — falei por fim. Levantei da cama e a arrastei para a cozinha.



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Mais um amores.
Aí gente, essa Bruna é uma fofa.
Espero que tenham gostado :)
Votem e comentem, beijos e boa leitura🫶🏻

THE CONTRACTOnde histórias criam vida. Descubra agora