꧁ 80 - (Des) controle ꧂

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New York - 3 de Fevereiro - Sábado - 19:57 PM

Pov Melinda

Não lembro com clareza qual foi a última vez que tive uma semana tão estressante como a que estou tendo no momento. Os dias pareciam não se passar, as horas andavam tão lentas quanto tartarugas e os acontecimentos pareciam estar querendo por meus nervos a prova a cada segundo.

Hoje completaria uma semana desde a viagem de Emilly até Miami e se ela não tivesse chegado ontem de surpresa, eu não consigo imaginar como eu estaria nesse momento.

Não consigo esclarecer em palavras tudo que senti quando escutei sua voz preencher o apartamento ontem à noite. Foi um misto de felicidade com saudade e um pouco de raiva. E diante dessa dúvida de sentimentos, não demorei para ir de encontro a ela. Estar nos seus braços depois de tanto tempo, foi como estar no paraíso. Desde primeira vez que nos abraçamos eu senti essa sensação de segurança, mas dessa vez era mais intenso. Estar abraçada a ela era como estar em casa.

Mas como tudo na minha vida parecia complicado, o assunto pelo qual ela viajou veio como um tormento em meus pensamentos, instalando uma chateação gigante contra ela. Foram dias insanos quase entrando em colapso diante do seu silêncio. Milhões e milhões de mensagens não respondidas, ligações que nem se quer se completavam e recados não ouvidos. Eu estava parecendo uma mãe preocupada com uma filha adolescente que resolveu sumir do mapa sem dar explicações.

Tentamos conversar após sua chegada repentina, mas não conseguimos com todos os nossos amigos presentes. Ainda não consegui assimilar o tanto de acontecimentos juntos no mesmo dia.

A pequena reunião de ontem com os meninos da empresa não foi totalmente planejada por mim, quem teve a ideia na verdade foi Vanessa, pois segundo a mesma, eu estava muito deprimida para passar uma sexta à noite sozinha e trancada num apartamento tão grande sem companhia alguma. Ela sugeriu sairmos para uma balada ou para um bar qualquer, mas recusei todos seus convites. Então ela simplesmente disse para que eu ficasse apresentável e do nada apareceu aqui com mais sete pessoas.

Quase pulei no pescoço dela quando a recebi e vi o restante do pessoal, o que eu mais queria era ficar enfurnada no meu quarto com um pote de sorvete e assistindo um seriado qualquer. Mas admirava a forma como ela gostava de cuidar de mim. Poucas pessoas tem a chance de ter uma amiga igual a ela.

No entanto, não foi tão ruim assim, apesar de ser suspeita de falar sobre isso. Porque com certeza tudo melhorou depois que ela chegou. Estive mais social do que no dias anteriores e foram apenas alguns minutos em sua presença que meu mal humor se dissipou.

A noite foi longa, como todas as outras nessa semana, mas dessa vez não me importei nenhum um pouco. Não sei quantas vezes quis abraçá-la, ou apenas fazer carinho em alguma parte dela. Não precisávamos fingir na frente das pessoas presentes ali, mas como explicar que eu não precisava mais fingir? Que tudo aquilo que as pessoas de fora acham que somos, eu realmente gostaria que fôssemos?

Meu corpo estava em uma agonia tremenda, ele não estava se conformando em tê-la tão longe, não depois de ter experimentado a sensação dilacerante de sua pele contra a minha depois de tanto tempo sem. Então foi uma noite difícil. E mais ainda sabendo a conversa que teríamos após todos irem embora.

Agonia, ansiedade e medo. Essas três palavras descreviam o estado emocional que me encontrei quando todos saíram e ficou somente nos duas. Foram longos minutos limpando tudo e organizando a bagunça que ficou, fizemos tudo em um silêncio confuso. Quando finalmente terminamos, já passava das duas da manhã e conseguia sentir meu corpo inteiro implorando por um bom banho e uma cama quentinha, porém, mais ainda pelo toque de uma certa mulher.

THE CONTRACTOnde histórias criam vida. Descubra agora