꧁ Noite ruim ꧂

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Brasil, RJ -  3 de Maio  -  Terça-feira  -  9:12 AM

Dia 3

   Pov Alecxa

Não lembro que horas cheguei ontem, provavelmente deve ter sido bem tarde já que Melinda já estava dormindo. Apesar do horário da minha chegada ter sido tarde, não me impediu de as 7 estar acordada. Fiz uma corrida matinal pela a orla da praia, o dia hoje estava frio e seco. Voltei ao hotel por volta das nove, adentrei o quarto e Melinda ainda de encontrava dormindo, seus cabelos desarrumados se espalhavam pelo travesseiro, o rosto com uma expressão serena e seus braços ao redor do travesseiro.

Caminhei até minha mala e peguei uma muda de roupa, fui em direção ao banheiro e tomei um banho rápido. Saindo do box, escutei gritos vindo do cômodo ao lado. Vesti minha calça e um top e rapidamente fui em direção ao barulho. Melinda se debatia na cama e gritava, tentava se soltar de algo que não a prendia, me aproximei e toquei seus ombros com a intenção de acorda-lá. Seu peito arfava e seu rosto estava suado como se tivesse acabado de correr uma maratona.

Retirei o lençol do seu corpo e a chamei, seus gritos se tornaram mais altos e ouvi Marcos bater na porta perguntando se estava tudo bem. Respondi que sim e a chacoalhei mais forte, ela acordou e sua expressão estava totalmente assustada. Se afastou e se encolheu na cama.

— Ei, calma. Sou eu, vem cá. — me aproximei e ela permaneceu encolhida. Seus olhos acompanhavam meus movimentos atentamente, tentei passar o máximo de segurança e me encostei na cabeceira da cama.

— Está tudo bem, eu não vou machucar você. Vem aqui. — toquei sua mão e tentei trazê-la até mim, ela recuou por um momento mas logo cedeu. Seu corpo pequeno se aninhou ao meu e senti lágrimas molharem meu pescoço. Passei as mãos pelas a suas costas com a intenção de conforta-lá. Não sabia como agir diante daquilo, geralmente sempre era eu quem precisava de ajuda, agora parece que as coisas mudaram.

Não sei quanto tempo ficamos daquele jeito, ela chorando e eu apenas falando que estava tudo bem. Quando nos demos por nós, já passava das 13:00 da tarde. Ela se levantou da cama e andou até sua mala, a olhei pelo reflexo do espelho e seu rosto estava vermelho e inchado, indicando o tanto que ela havia chorado. Senti uma estranha necessidade de protegê-la naquele momento, ela parecia tão frágil e sensível, como se fosse uma boneca de porcelana que o mínimo de descuido poderia quebrar.

Caminhou até o banheiro e pouco tempo depois escutei o barulho do chuveiro. Aproveitei o momento e pedi nosso almoço, conversei com Marcos sobre o que aconteceu e pedi para que ele não deixasse ninguém nos incomodar. Voltei ao quarto e ela ainda se encontrava no banheiro, tirei a colcha de cama que estava ensopada de lágrimas, suor e sei lá o que mais. Deixei em um canto qualquer do quarto, depois alguém pegaria, coloquei uma colcha nova e peguei meu celular, queria saber sobre como estava as coisas em Nova York.

Escutei a porta do banheiro ser aberta e quase que automaticamente meu olhar se virou para vê-la. Seu cabelo estava molhado e o corpo pequeno dentro de uma conjunto de moletom azul. Nossos olhares se cruzaram por um instante e ela o quebrou, caminhou até sua mala e guardou suas coisas. Ouvi o serviço de quarto chamar e me levantei para ir atender.

— Espero que esteja com fome, pedi nosso almoço. — falei antes de abri a porta. O rapaz branco do cabelo meio enrolado, entrou guiando o pequeno carrinho para dentro do quarto, vi seu olhar pairar na ruiva e um certo incômodo me atingir. Desviei os pensamentos para longe e o agradeci, ele saiu e fechei a porta.

Ela se sentou à mesa e começou a se servir, queria perguntar o que foi aquilo mais cedo, se ela estava bem, na verdade eu não queria apenas saber, era quase como uma necessidade. Querendo ou não eu era responsável por ela. Esperei que ela terminasse de se servir e me sentei em sua frente, me servi e comemos em silêncio.

THE CONTRACTOnde histórias criam vida. Descubra agora