꧁ 64 - Presentes ꧂

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Roma, Itália - 25 de Dezembro - Segunda-feira - 01:29 PM

Pov Alecxa

— Quer descer? — perguntei baixinho a ruiva enquanto puxava ela pela cintura fina. Encarei seu rosto e ele tinha uma expressão séria, estava me segurando para não rir dela.

Era uma tarefa difícil tirar o sorriso dos lábios, o clima estava gostoso, era o primeiro natal em anos que eu realmente me sentia bem e confortável. Acho que apesar de tudo, a família sempre vai ser o lugar aonde vamos nos sentir realmente bem. Dependendo da família, obviamente.

— Para onde? — devolveu a pergunta. Fui seguindo pelo corredor e avistei minha avó, precisava deixar o presente do pequeno amigo secreto que iríamos fazer mais tarde com ela.

— Lá para baixo. É tipo um porão, só que voltado para um ambiente descontraído. Posso te ensinar a jogar baralho caso você não souber. — enquanto Melinda não me respondia, me aproximei de vovó e deixei o presente com ela.

— Não quero que sejamos as únicas mulheres no meio dos seus tios. — parei ela em frente a porta que dava acesso às escadas do porão e encarei seu rosto.

— Deve ter alguma outra prima minha lá, ou tia. — ela continuava hesitante. — Mas você quem sabe, se quiser, eu posso chamar a Aurora para fazer companhia a você. O que acha? — ela colocou um bico nos lábios e revirou os olhos.

— Engraçadinha. — disse num tom irônico e se virou para abrir a porta.

Ainda achava que o seu pequeno surto de ciúmes não tinha acontecido, não acreditava que ela havia sentido ciúmes de Aurora. A garota é deslumbrante, mas não rolava e nunca rolou mais que só uma boa amizade entre nós.

A ruiva não precisava se preocupar com as outras mulheres que me cercava ultimamente, a única que ronda meus pensamentos é ela.

Seguimos escadas a baixo e chegamos ao que seria mais ou menos uma área de lazer da casa. Não era bem um porão, já que não cumpria seu papel de guardar as coisas inúteis da família.

Adentramos o ambiente bem iluminado e de longe pude ver a mesa onde meus tios e meus primos jogavam. Senti a mão da ruiva entrelaçar a minha e olhei para nossas mãos unidas. O anel que simbolizava nosso casamento falso brilhava em seu dedo anelar. E por um momento gostaria que aquilo fosse realmente de verdade.

Tirei minha atenção de nossas mãos e fui em direção à mesa, eles estavam iniciando uma partida de truco, olhei ao redor e puxei uma cadeira para me sentar próximo dali, independente de quem perdesse eu iria entrar no lugar.

— Aonde eu vou me sentar? — a ruiva perguntou num sussurro. Agarrei sua mão e a puxei para perto de mim.

— É sério? Tenho mesmo que sentar no seu colo na frente da sua família? — sussurrou novamente. Não falei nada e ela entendeu como um sim, quando ela se sentou, passou um dos braços pelos meus ombros e segurei firme sua cintura, a ajeitando em cima de mim.

— Então quer dizer que se estivéssemos sozinhas seria mais fácil para você? — disse em seu ouvido. Senti suas unhas arranharem levemente minha nuca, em sinal para que eu ficasse calada. Dei uma risada silenciosa e ficamos observando os homens a nossa frente jogarem calmamente.


THE CONTRACTOnde histórias criam vida. Descubra agora