Os Instintos de Uma Mulher Que Ama

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Sem correção

Mortificada pela vergonha por ter deixado que o seu amor  sobressaísse à razão, Cindy recostou-se no banco, e passou a observar os arredores através da janela.
As luzes brilhantes de Natal, a neve acumulada à beira da rua, os luminosos das lojas, o movimento das pessoas carregando sacolas de presentes lhe diziam que dali há três dias, Noah ficaria sabendo que Will era seu pai. Aquele lugar, onde as intempéries do clima não emudecia e nem parava seus cidadãos, agora seria o seu lar e do filho.
Procurou por um assunto seguro para conversar com William, mas não achou coragem.
Melhor seria deixar a tempestade das emoções se acalmar. Sentia-se vulnerável, exposta, carente.., e não queria dar voz àqueles sentimentos. Não naquele momento, quando tinha de usar a cabeça, e não o coração.
Pelo retrovisor, querendo pensar longe do interior do carro, via os seguranças a lhes seguirem. O dinheiro além de proporcionar conforto, também trazia perigos.
Suspirou, uma parte dela queria chorar pelo amor que não podia mais conquistar, outra dizia que não podia se tornar escrava daquele sentimento.

De canto de olho, o viu acionar o som e uma música suave fluiu das caixas acústicas, e depois de um suspiro, os músculos tensos de Cindy começaram a relaxar um pouco. Pensou nos sonhos e esperanças que tivera antes de conhecê-lo, no que realmente existiu entre eles e em como tudo poderia se desenrolar dali para frente. A força sexual entre ambos não podia ser ignorada. Pensou sobretudo naquele breve momento em que sentiu novamente as mãos e os lábios ávidos de William a explorarem o seu corpo. Bastou um beijo, para que suas emoções contidas se apresentassem todas de uma vez.

William, conforme dirigia, as sensações que Cindy lhe provocavam com sua presença, também o faziam pensar. Havia uma parte dele que desejava demais voltar ao que já haviam vivido: a afeição, o carinho, o clima de brincadeira, a espontaneidade, o amor sem inibições, sem obstáculos...
Procurou se concentrar no trânsito e a medida que ia saindo do tumultuado centro, as ruas que dobrava ganhavam uma leve subida, guarnecida por grandes pinheiros, até parar diante de um grande portão de ferro de duas folhas. Notando que ela evitava olhar para ele,
com cuidado como se tocasse num fino cristal, William trouxe seu queixo para que seus olhos pudessem ver os dela. Cindy mordeu a boca.
Será que ele fazia idéia do que o simples gesto lhe causava?

__ Cindy...preciso de um tempo para assimilar tudo o que está acontecendo conosco...- Will mostrava um olhar sombrio. __Eu menti quando disse que sentia muito. Não sinto. O que existe entre nós dois é algo que está acima do nosso querer...

O olhar violeta, emoldurado pelos longos cílios, pousaram na boca carnuda. Deus como desejava senti-la de novo!!

Para ele, foi necessário se impor extrema força de vontade para não tomá-la nos braços novamente naquele mesmo instante.
E o teria feito, se não existisse Elisabeth os dividindo. Como tê-la sorrindo ou o fitando com aqueles olhos, sem se deixar levar pelos seus encantos?
Querendo ser firme consigo mesmo, ele explicou:
__ Sobre o que aconteceu há pouco, quero que entenda que não é justo para com Elisabeth...Não quero jogar o jogo da traição.

Quando Cindy deu-se conta, a pergunta já havia sido feita.

__ Ela significa muito para você, não é?- Mordeu o lábio ainda mais forte, arrependida, e sentiu que ele retesava a musculatura do queixo.
A resposta foi dita sem muita convicção.
__ Quer saber se a amo?-
Faça a indagação: por que casais ficam juntos? Isso matará a sua curiosidade.

Assentindo com a cabeça, porque para bom entendedor meia palavra já basta, ela juntou o que lhe restava de sua dignidade.

__  Eu acho injusto também para mim. Não vim para cá com intuito de ser sua amante ou de relembrar, por mais breve que seja, o que vivemos naquele acampamento.
Como você disse, isso nunca mais irá acontecer. Você é comprometido, eu não sou uma qualquer, e sua noiva e nem eu merecemos ser o seu passatempo. Foi um deslize também da minha parte que nunca mais voltará a se repetir. Vamos nos concentrar apenas no bem estar de Noah, que é o único elo que nos une.

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