Sem correção
Deitada, observando o sol fraco que se infiltrava pelos vãos da cortina, Cindy ouvia o barulho no banheiro, indicando que William ainda estava por ali. Não percebeu que a porta do quarto onde os dois estavam dormindo desde que tudo se ajeitara entre eles, se abriu. O aposento ficava no final do corredor e era tão confortável quanto o outro e a decisão de mudarem para lá, partiu de ambos, devido as noites de paixão que viviam desde então. Ela suspirou profundamente, era sábado e não precisavam ter pressa para nada. Enfiada embaixo do edredom, com o rosto afundado no enorme travesseiro, sentindo o pulsar do coração entre os seios, os pensamentos se agitavam em tumulto em sua mente, revivendo tudo o que passara na noite anterior. Ainda não tinha conversado com William sobre o desagradável episódio no banheiro com Elisabeth, e embora tivesse tentado fazer com que aquela discussão não estragasse o resto da noite, foi impossível.
Elisabeth tinha perdido o seu homem e era muito natural que a odiasse, mas a atitude da rival, ela sabia sim, que uma parte foi movida por puro despeito.
"Uma mulher não tem como lutar contra a inveja. Porém, precisa aprender a conviver com ela", lembrou de ter lido essa frase em algum livro um dia. Mas Cindy, apesar de tudo, sentia um enorme prazer de tê-la feito engolir todas aquelas ofensas que lhe desferiu. Também sentia-se um pouco vingada pelo tratamento e pelas humilhações que recebera na mansão dos Fletchers.
Embora soubesse que Elisabeth, sempre que a encontrasse tentaria a rebaixar, os tapas foram um aviso que não lhe daria mais esse direito novamente, e
talvez, depois do café da manhã, entrasse no assunto com William.Na volta para casa, William notou que Cindy estava tensa, e enquanto preparavam-se para dormirem, ela procurou separar de sua mente as ameaças de Elisabeth e ignorar a onda de apreensão que invadia desde a saída da rival do leilão. Ao deitarem, William compreensivo, apenas buscou o seu corpo esguio para junto do dele para que descansasse e Cindy aninhou-se mais perto, como quem procurava proteção; e querendo evitar que seus pensamentos lhe tirassem o sono, freou as lembranças. Depois do que houve, o que podia fazer senão esperar o dia amanhecer para pensar com mais clareza e não acabar discutindo com William por causa da outra?
Adormeceu embalada pela segurança que só o amor do homem que amava podia proporcionar.William por sua vez, ficou acordado ainda um tempo a admirando. Ao lado da beleza de Elisabeth, Cindy parecia uma flor do deserto, delicada, mas de cores radiantes, muito feminina, segura e serena. O final da noite não fora perfeito como havia imaginado, mas era compreensível que ela logo tivesse fechado as pálpebras, devia estar exausta por causa dos nervos.
Ao ouvir a vozinha infantil e alegre, Cindy reagiu de modo automático, virando-se sobre o colchão.
__ Mamãe!
Noah entusiasmado atirou-se sobre ela, descobrindo seus ombros nus.
Os olhos perspicazes com as sobrancelhas juntas pararam sobre a mãe.
__ Por que está sem roupa?Cindy puxou a coberta escondendo o início dos seios que se descobrira.e naquele instante, William apareceu na porta do pequeno espaço adjacente ao banheiro e ao closet, usando roupão branco, para salvá-la da insaciável curiosidade do filho.
__ Sua mãe é muito calorosa. Que história é essa de entrar sem bater, mocinho?
Ela sorriu gratificada, mexendo a cabeça e foi com esforço que William conteve o riso.
__ Eu bati, mas ninguém ouviu.
O rostinho infantil voltou-se para a mãe cobrando mais explicações.
__ Por que você pode dormir sem pijama quando está com calor e eu não, mamãe?Cindy disse com suavidade, tentando não demonstrar a sua vontade de rir.
__ Noah...porque eu sou adulta. Não deixo cair as cobertas à noite.Noah passou o olhar de um para o outro, desgostoso.
__ Isso não é justo. Sempre tenho que dormir de pijama..., mesmo quando acaba o inverno. E você, papai, também sente calor e dorme pelado?
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Diamante Negro 🔞
Roman d'amourQuando Cindy Collins intentou em servir como voluntária num campo de refugiados na França, antes de iniciar a faculdade, não imaginou que ao final da experiência, seus sonhos iriam ser sufocados pelas garras cruéis do destino. Agora, quatro anos d...