Desejo Implacável

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Sem correção

No trânsito apressado do final da tarde, William dirigia o carro calmamente, como se tivesse todo o tempo do mundo para fazer a jornada de volta para casa, ouvindo atento as aventuras do filho na escola nova. Lançou um olhar de soslaio para Cindy e sorriu.
__ Tenho que admitir uma coisa: esse garoto é incansável, afoga a gente com tanto entusiasmo! - disse ele de modo casual, mas cheio de orgulho.
Cindy deu um de seus sorrisos amplos; quase infantil, divertido e contagioso.

__Parece que quanto mais tempo fazendo atividades, mais elétrico ele fica. - ela completou olhando pela janela os luminosos das fachadas que já começavam a brilhar e ponderou, querendo muito não alimentar mais dúvidas dali para a frente. Mas tudo dependeria das próximas atitude de William.
Esticou a mão e pousou sobre a coxa dele, que a olhou surpreso com o gesto espontâneo. Cindy sorriu e ele a levou aos lábios depositando um beijo na palma. Era hora de pensar em dar mais uma chance ao amor, e na possibilidade de ser sim, a esposa de William. As palavras de Eleanor e o modo como ele tinha se posicionado naquela tarde a fizeram balançar, porém analisaria tudo racionalmente até dar a sua resposta definitiva.

No início da noite, o jantar transcorreu em ambiente tranquilo. Pareciam dividir uma cumplicidade depois dos acontecimentos daquela tarde, e juntos compartilharam da agradável, mas árdua tarefa de pôr Noah para dormir. O danadinho exigiu nada mais nada menos que duas histórias, mas para alívio de ambos, acabou se entregando ao sono no meio da segunda.

No final disso, ela afundou na banheira quente para pensar com calma na vida que se desenharia dali para frente, e ignorando um vago pressentimento de perdição iminente, Cindy se concentrou em escolher algo para dormir logo após o banho relaxante.

Depois de revirar um tempo na cama, esperando ouvir algum barulho que anunciasse a entrada dele no quarto ao lado, olhou o relógio na mesa de cabeceira, marcando 22:30, admitiu que queria a companhia de William. Ela desceu silenciosa, o encontrando na sala íntima com a lareira aquecendo o ambiente.

__ Atrapalho? - sussurrou na porta para não assustá-lo.

William hesitou por um momento, depois desviou os olhos das planilhas que analisava, girando a cabeça.
__ Achei que já estivesse na cama. Sem sono?

__ Huhumm...
O perfume de amêndoas do creme hidratante que usava o cercou quando ela cruzou ao seu lado. Cindy vestia um pijama de cetim rosa claro. O sangue dele aqueceu ao vislumbrar as pontinhas dos seios delineados pelo tecido sedoso quando ela sentou-se no sofá perto do fogo. O brilho dos abajures e das labaredas emprestavam calor e sensação aconchegantes à sala. Ela abriu o livro que trazia nas mãos, que começara a ler na noite anterior.
__ Pode continuar o seu trabalho, Will. Prometo que fico bem quietinha aqui. É que fico tanto tempo sozinha nesta casa que é impossível não descer para desfrutar nem que seja em silêncio de uma companhia. Nem sempre a leitura ou a escrita preenchem o vazio dos meus dias.

Havia uma melancolia na expressão de Cindy que fez o coração de William se apertar.
__ Tudo bem, já estava terminando de ler esses relatórios. Preciso acabar com o hábito de trazer trabalho para casa para fazer a noite.

__ Por favor, não se sinta constrangido. Não há necessidade de mudar nada em sua rotina só porque está aqui conosco.

Ele suspirou, clicando na caneta.
__ Nada que eu não possa dar conta amanhã no escritório. - disse deixando as folhas na mesinha lateral da poltrona.

__ Quer uma bebida?

__ Seria bom para trazer o sono...Vinho. Apenas meia taça, por favor!

Ele levantou-se e serviu dois copos da bebida vermelha cintilante, alcançando um a ela. Seus olhares se encontraram, o brilho do diamante negro com o do violeta ansioso.

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