Sem correção.
Desculpem o atraso, tive uns contratempos, mas para compensar, estou publicando dois capítulos hoje.Cindy bateu na tecla, que indicava o ponto final da máquina de escrever, na na frase, finalizando assim o conto que iniciara há alguns dias. Espichou os braços no alto da cabeça e suspirando procurou satisfeita o relógio na parede. Os ponteiros acusavam que tinha extrapolado o tempo de William ficar com o filho. Não era justo, que depois de fazer companhia por uma noite inteira, ainda o tivesse deixado perder a tarde do feriado. Certamente, que estava cansado.
Saiu da cadeira decidida a preparar algo quente e chamá-lo. Seria a forma mais educada de lhe agradecer por tanto empenho. Colocou as folhas dentro de uma pasta e a guardou dentro da gaveta da escrivaninha. Antes de deixar o recinto, afastou a cortina para olhar a claridade tímida da tarde de inverno, mal dando para ver os poucos flocos de neve que caíam. Há alguns metros, avistou William e Noah perto do canil. Provavelmente, para saciar a infinita curiosidade do filho, ele explicava algo, pois estava agachado para ficar na altura de Noah.Uma revoada de lembranças absorveu seus pensamentos e ela ficou olhando os dois rindo e brincando na neve, revoltou-se consigo mesma por se sentir tão perdida quanto ao que estavam vivendo. Emitiu um débil sorriso e deixou o recinto.Na cozinha, pôs uma chaleira aquecer.
Ao ver sua imagem
distorcida no aço inox, pensou que sua própria vida também tinha ficado assim desde que conhecera Will. Queria fugir dos seus pensamentos dividos, mas não conseguia. Queria mais que tudo se entregar a seus braços, contudo não ia se rebaixar ao ponto de aceitar que ele ainda pudesse dormir com Elisabeth. Amar no seu entendimento tinha que ser completo, não pela metade. Engoliu em seco. Detestava sentir-se tão fraca sempre que aquele homem a fitava ou tocava e Cindy percebia que já não estava conseguindo controlar mais suas emoções. Uma imensa vontade de chorar a invadiu, temendo pelo futuro incerto daquele amor. Embora fosse um ato de coragem rejeitá-lo, sempre que o via, o queria por perto mais do que qualquer coisa no mundo. Mas não podia se submeter aos caprichos dele, lembrando que ele propusera uma situação inaceitável para resolver aquele impasse.Cindy estava cortando um pedaço de torta de maçã quando a porta da cozinha foi inteiramente aberta. Uma rajada de ar frio entrou no local juntamente com o pai e filho.
William trazia o sorriso branco e perfeito embelezando-o ainda mais.
Noah foi logo contando entusiasmado:
__ Mamãe, vamos fazer um boneco de neve lá na parte da frente do jardim! Precisamos de uma cenoura para o nariz. Você tem aqui?
Os olhos azuis dela se arregalaram ligeiramente, vendo o estado lastimável em que os dois se encontravam.__ Meu Deus, você estão congelados!- disse largando a fatia de torta no pratinho.
No segundo seguinte, já estava batendo a neve da touca do filho.
William tirou os olhos de Noah e encarou-a. Seu olhar refletindo uma certa tristeza.__ Não tanto quanto o seu coração, Cindy.
Ela rebateu com voz calma, lutando contra a dor que a invadia ao ouvir aquilo. Se fechara-se numa concha era por culpa dele.
__ Foi você quem quis assim, Will.
__ Tem uma cenoura?- Noah insistiu mexendo a perna ansioso.
Ela desviou do olhar negro.
__ Sim, querido.- buscou a cesta de legumes em cima de um dos balcões.__ Nariz grande ou pequeno?- balançou duas na mão, sorrindo para o menino.
__ Grande!
__ Quer ir nos ajudar com a nossa obra de arte?- Will convidou.
__ Adoraria, senhores!- brincou.
Jamais quebraria as expectativas de Noah, que certamente, já contava com a sua presença por receio de ficar perto de Will.
__ Pois saibam que ficaria muito ofendida se me deixassem fora dessa brincadeira.
Vou buscar o meu casaco e colocar as botas impermeáveis. Volto num minuto.
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Diamante Negro 🔞
RomanceQuando Cindy Collins intentou em servir como voluntária num campo de refugiados na França, antes de iniciar a faculdade, não imaginou que ao final da experiência, seus sonhos iriam ser sufocados pelas garras cruéis do destino. Agora, quatro anos d...