O Vazio Que Você Preenche

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Sem correção

Quando Cindy terminou de arrumar Noah, desceu com ele suspenso nos braços, encontrando William falando ao telefone no aparador ao lado dos degraus.
Logo, ela percebeu pelo tom das palavras que usava de quem se tratava do outro lado da linha. Então, sinalizou que ia para a sala em frente até que desligasse. Era noite de Natal e a última coisa que queria era escutar William ficar se desculpando por estar com o filho ou apaziguar a fera com palavras carinhosas, mas ele mexeu a cabeça negando, enquanto conversava. Tapou o microfone para falar com ela.
__ Pode ficar. Não tenho nada a esconder de você, Cindy.

__ Conversa particular, Will...Não me sinto bem.

Cruzou, mas ele retirou o aparelho do aparador, arrastou o fio e parou na sua frente trancando  o caminho com o fone contra o peito para evitar que o outro lado o ouvisse. 
__ Tudo bem se ficar, só me dá alguns minutos, ok?

Cindy torceu a boca , reprovando, mas concordou e William desviou os olhos negros dos dela e voltou à conversa em espera.
__ Você não está sozinha, Elisabeth. Sem melodrama, por favor! Havíamos combinado isso e você tinha concordado. Sua mãe e alguns amigos não estão aí?!... Talvez, seja melhor começar a se acostumar... Olha...

Elisabeth parecia não querer escutar.
__ A partir de hoje, não estarei tão disponível...Meu tempo agora tem prioridades... Não, acho melhor sua mãe ainda não saber de nada....
Não, você está enganada, eu sou um homem que honra com as responsabilidades que assume.
Will contraiu os lábios e antes de virar as costas e sair, Cindy perguntou-se por que Elisabeth humilhava-se daquele jeito? Apesar de todo o dinheiro, faltava-lhe amor próprio. Jamais ia implorar pelo amor de Will daquela forma.

__Sim, foi o que conversamos...Eu continuarei a lhe dar apoio até tudo se estabilizar. Elisabeth, por favor, desta forma deixará Hilary ainda mais nervosa! Já não basta ter perdido o marido e saber que está padecendo dessa terrível doença?! Espere, eu mesmo falarei com ela e explicarei a situação quando estiver melhor.

Do outro lado, pelo silêncio dele, provavelmente,  Elisabeth usava tudo o que sabia em matéria de convencimento para afastá-lo da mansão e por consequência de Cindy.
__ Sim, Noah já sabe...Reagiu bem. - esboçou um sorriso para o filho que estava parado perto do sofá a sua espera, mas em seguida, suspirou com alguma coisa que ouviu do outro lado.__ Poxa, você não é capaz de ficar feliz por isso?!

A noiva pediu algo, ele respondeu com uma indagação: __Tem certeza?

Mais uma vez, ele esperava ela falar.
__Vou ver se Cindy concorda.

Elisabeth argumentava e Will já parecia estar deixando a paciência de lado.
__Porque ela é a mãe, Elisabeth! Não posso passar por cima da sua autoridade. Se Cindy disser não, eu sinto muito, mas não irei contrariá-la.

Incomodada, por ser o assunto entre os dois, disfarçou e levou Noah para jogar gravetos nas labaredas da lareira. Os dois ajoelharam-se perante o fogo, e sentiu-se aliviada pelo filho fazer seus ouvidos desviarem-se do homem imponente, que vestia um jeans caro e suéter creme, de costas para eles.

__ Que horas iremos abrir os presentes? - ele indagou baixinho com seu jeito infantil.

__ Assim que acabarmos a ceia, querido.

__ Mas eu não consigo comer mamãe, minha boca tem feridinhas!

__ Eu sei, meu amor, mas tem uma sopa bem quentinha que a moça da cozinha deixou preparada especialmente para você!

__ Não iremos precisar pagar por ela, mamãe?

__ Não. Estamos vivendo uma nova vida. Aqui não há srta Hatcliff para anotar o que comemos. Você agora, tem um papai e ele nunca mais vai deixar que lhe falte nada.

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