Capítulo 03 - Reunidos novamente

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Uma tempestade repentina começa no meio da noite tirando todo o sono que Amélia tinha. Somente seus irmãos sabiam disso, mas ela morre de medo de tempestades.
Com isso, ela corre até o quarto de seus irmãos e bate na porta, Tom abre a mesma com seu rosto levemente inchado o que a leva a acreditar que eles já estavam dormindo, mas antes que Tom possa dizer qualquer coisa Amy o abraça e ele retribui.

— Tom, quem é? — Mattheo pergunta com sua voz rouca e então escuta um trovão e logo entende o que está acontecendo e corre para porta.

— Os anos se passam e a minha pequena Amy ainda tem medo das tempestades? — ele debocha sorrindo e puxa a irmã para um abraço e no caminho deixa um beijo em sua testa.

— Entrem antes que Tomas ache que isso é uma reunião familiar e resolva se juntar a nós. — Tom brinca e os irmãos riem.

— Vem, fica na minha cama. — Tom pede e Amélia corre até a grande e espaçosa cama do irmão mais velho. 

Tom se deita e a convida a fazer o mesmo. Mattheo por sua vez pega um dos livros de história de quando Amy era criança e se encosta na grande cama do irmão mais velho.

— Vocês podem ficar comigo até a tempestade acabar? — Amy pergunta enquanto Tom enrola pequenos fios de seu cabelo com os dedos.

— Nós vamos sempre estar com você, Amy. — Tom responde com um pequeno sorriso.
Amélia era a única que conseguia arrancar um sorriso genuíno do irmão mais velho.

— Não importa o que aconteça, Amy. Agora fique quieta, vou ler pra você. — Mattheo chama a atenção de Amy que dá um sorriso ao ouvir o irmão.

— Sabe que não sou mais criança, não sabe, Matt? — ela questiona o irmão rindo e Mattheo revira os olhos. — Você vai sempre ser a nossa irmã mais nova, agora fique quieta.

Depois de dez minutos de leitura Amélia e Tom já tinham pegado no sono, Mattheo aproveita que seus irmãos estão dormindo para fazer o que fazia escondido todas as noites desde que tinha quatorze anos. Ele tentava caminhar de um jeito que não fizesse barulho pela casa até chegar no telhado da casa, onde ele tira um baseado do bolso e o ascende mas antes que possa o levar a boca se assusta com uma voz.

— Então aqui é seu esconderijo? — Tomas pergunta sorrindo e então se senta ao lado de seu filho. 

Mattheo sem entender nada oferece ao pai seu baseado e para sua surpresa ele aceita, então foi por isso que ele o achou, ele também estava procurando um lugar para fumar.

— Se puder não contar... — Mattheo começa a falar mas é interrompido por seu pai.

— Eu não vou falar pros seus irmãos, será o nosso segredo. — ele lhe envia uma piscadela e Mattheo por um momento se permite ter essa conexão de pai e filho com Tomas. Por um momento aquilo parecia certo, por um momento Mattheo sentiu que podia confiar no pai.

— Legal o que vocês fizeram pela Amélia. — Tomas comenta ao devolver o baseado a Mattheo que o olha com dúvida, como ele sabe sobre ela?

— Sabe, eu me lembro da primeira vez que eu a peguei no colo foi um dos momentos mais felizes da minha vida, sabe por que? — Tomas pergunta como se Mattheo soubesse a resposta.

— Porque ela é a sua favorita? — Mattheo pergunta soltando fumaça dos lábios e Tomas ri.

— Não tenho um filho favorito, mas boa tentativa. Eu fiquei feliz porque ela se parecia comigo. Você e Tom são iguais a mãe de vocês, tanto na aparência quanto na teimosia. Tom só tem os meus olhos, mas a Amélia ela é a que mais se parece comigo. — pela primeira vez Mattheo viu o que pareceu um sorriso sair dos lábios de Tomas.

as três maldições (em pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora