Capítulo 33

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Kate

15:59 SEXTA-FEIRA

Então, lá estou eu, lançando minha calcinha da varanda como se fosse uma arma de caos da marca Victoria's Secret e bebendo tanto Goldschläger que pela manhã estarei cagando ouro.

-Sams, você entendeu tudo errado -informo minha melhor amiga morena, passando-lhe a garrafa. -Porque, tipo, escute. Se os romanos tinham tanta certeza de que Aníbal não conseguiria atravessar os Alpes com seus elefantes, então como diabos ele conseguiu atravessar os Alpes com seus elefantes, hein?

-Porque, idiota -Sam responde, pegando a garrafa do meu punho -se fosse fácil cruzar os Alpes com malditos elefantes, então não seria uma história tão boa, seria?

-Eu não sei. Elefantes, montanhas, quão difícil poderia ser? Lembra em Bangkok quando nós... ei, você ouviu isso?

Agora, aqui está a coisa. Normalmente, quando ouço um zumbido vindo de uma mala, é porque estou passando pela segurança do aeroporto e meu vibrador acabou de ligar dentro da minha mala.

Grande negócio. Esquadrões de bombas. Sempre acaba comigo curvada sobre uma mesa de metal com meus pulsos em algemas, exigindo falar com meu advogado enquanto um agente corpulento da TSA desembaraça uma varinha Hitachi furiosa de uma semana de calcinhas de renda.

Mas este é um tipo diferente de zumbido.

Este é o tipo de zumbido que soa muito como...

Espio por cima de nossa pilha de malas e vejo o telefone de Ana vibrando ferozmente em cima da mesa logo atrás de nossas malas.

-Ana! Seu telefone está tocando! -Grito para o banheiro onde Mia e Ana estão fazendo tratamentos faciais uma para a outra.

Ai meu Deus, não. Não esse tipo.

Tire sua maldita cabeça da sarjeta. O tipo normal, sua pervertida.

Ana sai trotando do banheiro com o rosto coberto com algo da cor e consistência de guacamole. Enquanto ela atende o telefone, pego uma batata frita da tigela no balcão e raspo na lateral de sua bochecha.

Sim. Definitivamente guacamole – e precisa de mais sal.

Ana me encara enquanto toma sua Corona e coloca o telefone no viva-voz.

-Então, estamos aqui um pouco mais cedo. Vai ser... uma surpresa -diz a voz ao telefone.

Reconheço essa voz. Parece um peido seco e chiado no deserto em uma terça-feira quente de verão.

Mas uma surpresa? Vindo de Norbert Butts? Levanto uma sobrancelha para Ana, que parece tão impressionada quanto eu.

A única coisa surpreendente sobre Norbert, no que me diz respeito, é que seu pau funciona para qualquer coisa mais picante do que C-SPAN.

-Você não acha que ela vai ficar com raiva?

Essa é outra voz, também masculina. Jeff, Ana falou para mim. O que faria sentido, porque esse é o padrinho do honorável Sr. Butts.

Um melhor amigo do Butts, por assim dizer.

E pelo som das coisas, Butts ligou para gente sem perceber.

-Ana? Não, claro que não. Tenho certeza de que ela está esperando por isso de qualquer maneira...

Então, ouvimos o bom e velho Norb dar instruções ao motorista de táxi... para o nosso hotel.

-Acho que ele está vindo aqui para me surpreender -Ana sussurra, obviamente chocada.

Há até um pequeno sorriso brincando em seus lábios quando ela desliga o telefone – tipo, finalmente, ela tem algum tipo de justificativa para se casar com esse babaca além do fato de ele ser legal.

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