Capítulo 38

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Ana

16:08 SÁBADO

Olho nos olhos de Christian e o agarro como se ele fosse a única coisa que me mantém de pé. Neste ponto, ele só poderia ser.

Pode ser a adrenalina, ou porque acabei de ver Christian marcar um homerun com a cabeça do meu ex-marido, ou porque acabei de me lembrar de outro dos muitos orgasmos alucinantes, e mais uma vez estou ficando um pouco molhada... mas meus joelhos estão fracos.

Achei que Christian e eu não poderíamos ficar juntos... que eu devia a Norbert ser uma boa esposa e não decepcioná-lo.

Mas foda-se Norbert!

Não que ele não gostasse disso, aparentemente.

Deve ter sido por isso que Jeff estava se desculpando quando liguei para ele mais cedo, ele devia estar mijando nas calças pensando que eu queria cancelar o casamento.

Não posso acreditar que eu era quase a barba de Norbert.

-Christian… -sussurro sem fôlego e seguro seu rosto perto do meu. Lentamente curvo meus lábios em um sorriso arrogante, e ele arqueia uma sobrancelha com curiosidade.

-O que?

-Eu ganhei.

-O que?- Christian franze as sobrancelhas um pouco, e ele segura minha cintura, mas se inclina para trás, olhando para mim em confusão.

-Eu ganhei. A aposta que fizemos? -Sorrio para ele. -Eu me lembro como a noite passada terminou... com tempo de sobra.

-Oh sim? -ele pergunta, e embora esteja claramente confiante, não perco o momento de hesitação que passa por seu rosto. Ele ainda espera que eu lhe entregue os papéis do divórcio? Depois que ele acabou de me tirar do helicóptero de um traficante assassino?

-Acho que vou pegar minha caneta preta… -diz ele.

Christian tenta se afastar, mas eu agarro a gola de sua camisa e o puxo de volta para mim. Ele não resiste, mas me deixa puxá-lo na minha frente. Christian sorri para mim, e meu coração pula uma batida.

-Não, você não vai.

De pé aqui no telhado de um hotel em Las Vegas, depois de uma noite cheia de orgias gays, ringues ilegais de luta de lagostas, carros alugados em chamas, ex-maridos traficantes e dentaduras douradas... sinto que estou na faculdade novamente. Sinto como se estivesse olhando para Christian pela primeira vez, e cupido ou o que quer que tenha acabado de me esmagar na nuca com um bloco de concreto.

Estou totalmente sem chão.

-Por que eu não vou? -Christian pergunta, com aquele sorriso presunçoso no rosto. Ele sabe qual vai ser minha resposta – ele só quer me ouvir dizer.

-Porque eu disse até que a morte nos separe… -Olho para Jack. Sangue escorre de seu nariz, e há um pouco de cuspe pendurado no canto de sua boca enquanto seus pés se contorcem. -E você não vai se livrar de mim tão facilmente.

-Porra, eu não vou.

Christian me puxa para mais perto e me beija. Levanto minha outra mão em seu cabelo, agarrando as mechas curtas enquanto nos beijamos como duas pessoas que acabaram de ter uma experiência de quase morte... o que, com toda a justiça, é exatamente o que tivemos.

Sua mão desliza pela minha bunda, apertando-a enquanto nos separamos novamente e olhamos para o telhado do hotel. As pessoas no chão estão olhando para nós, observando Sammi, Mia e Kate se beijando com seus maridos.

-Eu não posso acreditar que você não desistiu de mim.

-Que tipo de idiota eu seria se o fizesse? -Christian pergunta, com uma expressão de descrença.

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