Treze

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𖧹

— Rigoni.

O jogador sentiu seu corpo ser balançado e murmurou qualquer coisa como resposta, se virando e esticando o braço para puxar Ellen para se deitar junto a ele assim que reconheceu o cheiro da morena, mas tudo o que recebeu foi um forte tapa na mão, fazendo ele resmungar e recolher o braço no mesmo instante, ainda com os olhos fechados e meio sonolento.

— Ai, mi corazón. — Sussurrou.

— Não estou para gracinhas. — Avisou Ellen, se sentando ao lado dele na cama e voltando a chacoalhar o corpo do jogador. — Acorda.

— O que foi? — Perguntou com preguiça e puxou mais o cobertor para cima de seu corpo.

— Rigoni, por favor, é sério. — Pediu e ele abriu os olhos, piscando diversas vezes até se acostumar com a claridade presente no quarto. — Eu estou preocupada com a Fran depois do que aconteceu alguns minutos atrás, quando ela ficou... — Ellen falou apreensiva, gesticulando com as mãos ao falar, respirou fundo com a pausa repentina que fez e apertou as próprias pernas para fazer as mãos pararem de tremer.

— Calma. — Emiliano pediu, se sentando e segurando nos pulsos dela com carinho, aproximando as palmas das mãos de Ellen de seu rosto e beijando demoradamente cada uma delas. — O que houve com a Fran?

A mulher encarou as próprias mãos, agora sobre o peito dele, sentindo mais uma vez o coração do jogador e se acalmando com aquilo. Voltou o olhar para os olhos dele e se aproximou mais.

— Eu acordei a Fran, como sempre, e a levei para o quarto dela para que ela tomasse um banho e despertasse mais rápido, só que ela estava praticamente dormindo em pé e eu achei melhor ajudar a tirar a roupa dela e a dar banho. — Contou, sendo ouvida atentamente por Rigoni. — Só que quando comecei a levantar a blusa dela para tirar, ela se afastou bem rápido e me olhou muito assustada, perguntando o que eu estava fazendo. Expliquei que a ajudaria no banho, então ela disse que não queria, que não era para eu a tocar de jeito nenhum e me mandou sair do quarto, daí eu saí, porque não queria que ela ficasse ainda mais nervosa.

— Ellen, a Fran sempre gostou de tomar banho sozinha, é uma coisa dela. — O jogador disse calmamente fazendo carinho nos pulsos dela e Rivera gemeu de frustração.

— Não é isso, Rigoni! — Falou. — Porra, parece que você e a Magdalena são cegos para não enxergarem que alguma coisa de errado já aconteceu com a Fran bem debaixo do nariz de vocês dois e por isso ela é tão fechada do jeito que é. — Disse nervosa e pressionou um pouco mais as mãos no peito dele. — Sei a diferença de alguém que gosta de tomar banho sozinha para uma pessoa que tem trauma que alguém a dê banho. Entendeu?

Emiliano ficou em silêncio, enquanto a babá o olhava com os olhos um pouquinho arregalados e cheios de preocupação.

— Cadê a minha filha? — Perguntou.

— No quarto ainda. — Disse Rivera, afastando as mãos do corpo dele. — Já dei o banho do Gio e ele está tomando o café lá embaixo com Magdalena, quando vi que ela ainda não tinha descido, voltei para tentar conversar com ela, só que a porta está trancada e ela só diz que está sem fome e quer ficar sozinha. — Sussurrou. — Por favor, tenta falar com ela. — Implorou.

Mi amor, calma, está bem? — Rigoni segurou em seu rosto, fazendo carinho nas bochechas dela. — Eu vou lá falar com ela, tentar descobrir alguma coisa, e você vai descer e tomar um copo de água.

Ellen ━━ Emiliano RigoniOnde histórias criam vida. Descubra agora