Vinte e Cinco

1.9K 148 90
                                    

𖧹

Faltava poucos minutos para o início do jogo e Emiliano Rigoni não se sentia preparado para entrar em campo como em outras partidas, incomodado demais em como estava sua situação com Ellen após o baita fora que havia dado nela algumas horas atrás. Se afastou do vestiário barulhento com o celular em mãos, procurando por um local menos barulhento e iniciando uma chamada de vídeo com a morena, que demorou alguns segundos – que pareceram uma eternidade para o ansioso jogador – para atender.

Com um sorriso no rosto, a imagem de Ellen apareceu na tela do celular e no mesmo instante ele reconheceu a camisa do São Paulo que a deu de presente, personalizada com seu número e o nome "Ladrazinha".

— Oi, Emi! — Cumprimentou. — O que houve?

— Precisava falar com você. — Disse baixo, abrindo um leve sorriso por Ellen não estar estranha. — Amor, lo siento pela maneira que saí de casa mais cedo. É claro que eu quero tentar algo mais sério com você, mas com calma, sem pressa para darmos um passo importante como esse. — Falou e viu a mulher sorrir mais.

— Está tudo bem, meu amor. — Sussurrou e caminhou para um pouco mais longe das crianças, que já estavam sentadas no sofá esperando pelo jogo do pai. — Não fiz aquela pergunta para te pressionar ou apressar. Ela escapou sem querer. — Riu baixinho. — Tira isso da sua cabeça, você tem jogo daqui a pouquinho e eu quero te ver fazendo uma boa partida e marcando três gols. Fiquei sabendo que prometeu para as crianças também, agora vai ter que se virar para cumprir.

Rigoni riu e concordou com a cabeça.

— Vou tentar.

— Vai conseguir! — Corrigiu Ellen. — Confiamos em você e no seu potencial. Estamos na torcida. — Mostrou melhor a camisa e logo em seguida mirou a câmera em Fran e Gio, que também estavam com o manto tricolor.

— Estão lindos. — Elogiou ele, sorrindo largamente. — Tenho que desligar, só fugi por uns minutinhos para te pedir desculpas, não conseguiria entrar em campo com isso na cabeça.

— Garanto que está tudo bem. — Disse. — Relaxa.

— Você pode me ajudar com isso amanhã, quando eu voltar de viagem. — Falou baixo e deu o famoso sorrisinho de lado, carregado de uma malícia gostosa que, facilmente, fazia a intimidade de Ellen pulsar.

— É claro. — Confirmou a morena, devolvendo um sorriso igual. — Crianças, mandem beijo para o papai! — Mudou de assunto, virando o aparelho na direção dos mais novos mais uma vez, que jogaram beijos.

Besos, mis amores! — Retribuiu Rigoni. — Besos, mi ladrazinha. — Sorriu para Ellen.

— Beijo, meu amor. — Sussurrou ela. — Bom jogo. — Desejou e aproximou a câmera do celular da sua boca ao jogar o beijo e fazer o coração do jogador disparar antes mesmo dele entrar em campo.

Enquanto Rigoni corria de volta para o seu espaço no vestiário e jogava o aparelho celular dentro da bolsa, Ellen, a quilômetros de distância da cidade que o jogador estava, voltava para o sofá e se sentava no meio das crianças, que rapidamente se agarraram a ela, olhando ansiosas para a TV.

Logo as duas equipes estavam no gramado cumprindo todo o protocolo de início de jogo de futebol, para só depois cada um se posicionar em seus lugares, esperando pela autorização do árbitro.

— Bora, bora, bora! — Gritou Luciano, incentivando o time.

— Vou guardar três hoje, hein. — Avisou Rigoni, se movimentando e ficando um pouco mais próximo do companheiro, que riu.

Ellen ━━ Emiliano RigoniOnde histórias criam vida. Descubra agora