Ellen ━━ Emiliano Rigoni

Quarenta e Seis

𖧹

O mais novo da família ainda tinha algumas lágrimas rolando pelo rosto e ele soluçava certas vezes, fazendo o corpinho pular, depois do pai ter passado remédio nos machucados e o fazer sentir um pouquinho de dor.

— Agora é só colocar isso bem aqui e... — murmurou Emiliano, colando com cuidado o band aid de peixinhos sobre o machucado presente no joelho do filho — prontinho. — Concluiu, dando um beijinho em cima e depois olhando para Gio. — Está vendo? Foi rapidinho. Nem doeu, não é? — Perguntou sorrindo.

Ellen soltou uma risada quando viu uma expressão de indignação aparecer no rosto de Gio.

— Doeu sim, papá! — Choramingou.

— Ah, mi príncipe... — Sussurrou ele, pegando o menino no colo. — Desculpa, mas temos que fazer isso para ficar bom logo.

— Gigio não gotou. — Falou dengoso, escondendo o rosto no pescoço do pai e soluçando outra vez.

O jogador riu baixo e deu um beijo no ombro do filho mais novo, o ninando em seu colo para acalmá-lo e fazer aqueles soluços pararem.

— Bom, pelo menos você não levou um soco. — Falou Fran, mexendo os ombros e se esticando para pegar uma maçã do cesto no centro da mesa, se levantando e indo lavar a fruta antes de voltar para o assento e dar uma mordida.

Olhou para Ellen e depois de pensar por alguns segundos, se levantou novamente e foi se sentar no colo dela, que sorriu e passou a mão no cabelo da filha em forma de carinho, observando com cuidado todo o rosto dela. Afastou alguns fios de cabelo, colocando atrás da orelha, e aproximou a boca dali.

— Estou orgulhosa de você. — Sussurrou e Fran sorriu, olhando encantada para ela. — Que bom que defendeu o seu irmão. Eu nunca quero ver você abaixando a cabeça para ninguém, tá bom? — Continuou com o tom de voz baixo.

— Tá bom, mamãe. — Fran respondeu no mesmo tom e deu um beijo na bochecha da morena.

. . .

Ellen saiu do banho e ao invés de ir até a mochila que tinha levado aquela manhã para a casa de Rigoni, caminhou em direção ao closet dele, entrando e olhando ao redor até escolher uma camisa azul escura e vestir. Voltou para o quarto e ouviu a porta ser aberta, então olhou para lá e encontrou Emiliano, que a encarou da cabeça aos pés.

— As crianças dormiram? — Perguntou ela, caminhando até a mochila e pegando o perfume, espirrando no corpo.

— Dormiram. — Respondeu o jogador, trancando a porta e se aproximando dela, a abraçando por trás e escondendo o rosto na curva do pescoço, puxando o ar para sentir o perfume que tinha acabado de ser espirrado ali.

— Dia longo, não é? — Comentou, guardando o perfume e virando para ele, passando os braços pelo pescoço do namorado. — Parecia que as horas não passavam nunca, ainda mais com o Gio todo dengosinho daquele jeito. Ele pegou no sono rápido? — Indagou preocupada. — Não seria melhor ter dado um remédio pra ele? Como ele gosta de dormir de bumbum pra cima, acho que vai doer o joelho quando ele apoiar na cama. — Disse.

Emiliano segurou o riso, fazendo carinho no rosto dela e afastando alguns fios teimosos, que mesmo com o cabelo preso em um coque, ficavam na frente do rosto dela.