Trinta e Quatro

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𖧹

Magdalena balançou Gio em seu colo de modo carinhoso, observando as bochechas levemente vermelhas dele e seus olhos lentamente se rendendo ao sono e fechando devagar, enquanto Rigoni, no andar de baixo, preparava compressas de água fria em mais uma tentativa de abaixar a febre que o filho ainda sentia, mesmo após ter dado remédio e um banho de água fria que fez o garoto tremer da cabeça aos pés.

Subiu as escadas mais uma vez aquela noite e adentrou o quarto do filho mais novo, entregando as compressas para Magdalena, que ajeitou e segurou sobre a testa de Gio.

— Não é melhor levarmos ele no médico, Lena? — Perguntou ainda preocupado e sentou na cama, fazendo carinho nos fios de cabelo do menino. — Isso não quer passar de jeito nenhum.

— Emiliano, o remédio para essa febre do Gio é uma pessoa e você sabe muito bem quem. — Disse calma.

O jogador respirou fundo, ficando em silêncio e continuando a olhar Gio.

Fran, que acordou após ouvir toda a movimentação no corredor, se levantou preguiçosa e caminhou até o quarto do irmão, parando na porta e coçando um dos olhos, tentando entender o que estava acontecendo, enquanto os adultos continuavam conversando.

— Liga para ela.

— Ela não vai atender, Lena. — Murmurou desanimado. — Ellen já deixou claro que não quer mais ter contato comigo.

— Exato, com você. — Repetiu a governanta. — Mas é sobre o Gio. Ela viria correndo.

— Magdalena, ela nem vai atender a ligação quando ver o meu número lá. — Afirmou Rigoni. — Vamos esperar mais um pouquinho, se não passar eu levo ele no médico.

— Nem o melhor médico do mundo cura a saudade, querido. — Sussurrou Magdalena, voltando a atenção para o garoto em seu colo e o ninando, ao mesmo tempo que Emiliano soltava mais um suspiro e encarava o filho, se sentindo péssimo por não saber o que fazer.

Na porta, Fran piscou algumas vezes, até ter uma ideia – genial, na mente dela – e sair apressada dali.

. . .

— Por que a maconha é ilegal?

Ellen parou de andar de um lado para o outro na sala de seu apartamento e olhou para Karine, que encarava o teto como se fosse um mundo novo e totalmente diferente do que ela vivia, brincando com a ponta do cabelo. A morena revirou os olhos, ignorando a brisa da amiga e continuando agoniada.

Foi até a mesa de centro e pegou um cigarro e o isqueiro, logo indo até a janela e acendendo, dando um trago demorado.

— Ellen, já é o quarto cigarro que te vejo fumar e não faz nem meia hora que estou aqui. — Comentou Karine, olhando para a amiga. — Poxa, para com isso.

— Cala a boca, Karine. — Resmungou.

— Isso é vício, faz mal para a saúde e eu não quero te ver morrendo por estar com o pulmão todo fudido. — Continuou.

— Garota, você estava fumando maconha há cinco minutos atrás, não tem moral nenhuma para me repreender, está bem? — Disse e olhou para ela, que continuava no sofá, mas agora virada em sua direção, dando uma boa visão dos olhos vermelhos.

Ellen ━━ Emiliano RigoniOnde histórias criam vida. Descubra agora