Quinze

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𖧹

Com uma mensagem carregada de ódio, Ellen pediu para Karine dar um jeito de descobrir qualquer coisa da antiga babá de Fran, dando o nome completo da mulher, que conseguiu arrancar de Magdalena com facilidade, e, com outra mensagem, Karine repassou o pedido para um amigo dela, o cobrando um favor e logo recebendo todas as informações possíveis da desconhecida. Mais uma mensagem foi o suficiente para Ellen saber de tudo e agora as duas estavam paradas na frente de uma casa simples, encarando a janela que mostrava a luz acesa dentro de casa e uma mulher passando para lá e para cá.

— Vamos ficar quanto tempo encarando essa feiosa, hein? — Perguntou Karine, cutucando Ellen com o cotovelo.

— Tem certeza que é a mulher que te passei o nome, não tem?

— Sim. — Disse.

— Que ótimo. — Sorriu, dando um passo para trás e encarando o portão pequeno, logo se aproximando novamente e colocando os pés em pontos estratégicos até conseguir passar para o outro lado. — Ah, olha só! Ainda sei invadir casas. — Comentou orgulhosa de si mesma e Karine riu, fazendo o mesmo que a amiga.

— É como andar de bicicleta, quem aprende não esquece nunca. — Falou e bateu as mãos uma na outra. — Se tivesse falado que iríamos roubar, eu vinha com uma roupa mais bonita. — Resmungou.

— Quem liga para roupa quando vai roubar, Karine?

— Eu ligo, tenho que estar bonita em qualquer situação. E se formos pegas? Eu tenho que atualizar aquela minha foto da prisão, na última eu estava bêbada e com a maquiagem toda borrada. — Falou indignada. — Imagina quantos policiais gostosos me viram feia daquele jeito?! Sem contar que aqueles ângulos não me favoreceram em nada.

— Você tava com a bochecha arranhada também. — Lembrou Ellen.

— Aquela vadia arranhou a minha cara! — Disse irritada. — A marca do meu rosto saiu, pelo menos. Diferente da dela, que continua lá para ela lembrar de mim todas as vezes que se olhar no espelho. — Jogou o cabelo.

— Nunca mais entro em uma briga por sua causa.

— A briga começou por sua culpa, Ellen!

— Que seja. — Deu de ombros e virou as costas, começando a caminhar até a porta principal e encarando a maçaneta, sentindo a amiga se aproximar. — Vai fazer o seu lance com o grampo ou posso meter o chute?

— Depende do que viemos, exatamente, fazer aqui.

— Eu vim arrebentar a cara de uma filha da puta. — Contou e olhou para Karine, que sorriu e deu alguns passos para trás, dando espaço para ela fazer o que quisesse com a porta.

Ellen deu de ombros e se afastou, até acertar um forte chute na porta e a fazer abrir.

— Que orgulho da minha menina. — Karine sussurrou, limpando uma falsa lágrima de emoção.

— O que está...?! — Ouviram e viram uma mulher um pouco mais velha que elas, de cabelos na cor rosa bem viva e olhos arregalados, se aproximar da porta agora arreganhada, encarando Ellen e Karine diversas vezes e se afastando. — Conheço vocês? — Perguntou. — O que estão fazendo na minha...

A mulher foi interrompida ao levar um soco no nariz e cair com o impacto repentino, soltando um grito de dor e levando a mão ao local.

Ellen ━━ Emiliano RigoniOnde histórias criam vida. Descubra agora