Ellen ━━ Emiliano Rigoni

Quarenta

𖧹

Enquanto Ellen agradecia pela gentileza de Emiliano ao puxar a cadeira da mesa do restaurante para que ela se sentasse, o jogador aproveitava para admirar mais um pouco a imensa beleza dela, descendo seus olhos pelo corpo bem marcado pelo vestido colado, até chegar à fenda da perna e encarar demoradamente a coxa desnuda, sentindo que seria o homem mais infeliz da face da Terra se eles dois não acabassem em uma cama para dar fim em toda aquela saudade no final da noite. Já não aguentava mais nem um minuto sem sentir o corpo da morena colado ao seu.

— Acorda, Emiliano. — Ouviu junto a um estalar de dedos e piscou algumas vezes, afastando os pensamentos e vendo Ellen, já sentada, o encarar confusa. — Você vai ficar em pé?

— Não. — Respondeu rápido e caminhou para o outro lado, sentando no lugar e ficando de frente para Rivera.

A morena olhou ao redor, observando o restaurante escolhido por Rigoni para o primeiro encontro deles. Era um ambiente bonito e aconchegante, mais chique do que qualquer lugar que ela já havia ido antes, e agradeceu mentalmente pelo jogador ter tido a ideia de a presentar com roupa, porque muito provavelmente Ellen não tinha nenhuma peça dentro do seu guarda-roupa digna de ir até ali.

— Bem bonito aqui. — Comentou.

— Você gostou? — Perguntou Rigoni, a olhando com ansiedade. Ellen voltou a atenção para o rosto dele e sorriu levemente, confirmando com a cabeça. — A comida é muito boa também. — Contou.

Rivera voltou a olhar ao redor e não o respondeu por alguns minutos, até encarar Emiliano novamente.

— Estranho, não é? — Disse baixo e viu ele franzir as sobrancelhas. — Tudo isso. — Completou.

— Por que, mi amor? — Indagou sem entender e Ellen sentiu o coração acelerar pelo apelido carinhoso saindo dos lábios dele de maneira tão natural.

— Ah, não sei. — Comprimiu os lábios. — Acho que eu já estava tão acostumada com nossas noites presos em um quarto que estou estranhando essa nova programação. — Riu baixo, de maneira nervosa, apertando as mãos e olhando ao redor outra vez, fazendo Emiliano inclinar a cabeça para o lado e a olhar confuso.

— Ellen...

— Bonito aqui, não é? — Disse novamente.

— É, amor. Você já disse isso. — Falou cuidadoso. — Está tudo bem? Você quer ir para outro lugar?

— Não, está tudo bem. — Garantiu, olhando para ele e o vendo levantar as sobrancelhas. — Emi, não estou acostumada a vir em lugares assim, é um pouco estranho e eu me sinto meio... deslocada? — Falou, sem saber se era a palavra correta para o momento. Se inclinou para frente, o incentivando a fazer o mesmo, e continuou: — Eu nem sei para que serve esse tanto de talher. — Cochichou.

Emiliano riu alto e ela sentiu as bochechas esquentarem de vergonha, então o deu um fraco chute na canela, por debaixo da mesa, para que ele parasse.

— Ai. — Resmungou, fazendo careta e se recuperando do riso. — Relaxa, meu amor. Não tem motivos para se sentir deslocada, é só um restaurante qualquer.

— Cheio de gente chique e bem arrumada. — Resmungou ela.

— Gente bem arrumada? — Olhou ao redor. — Não vejo ninguém que chegue aos seus pés. É a mulher mais linda daqui. — Falou. — Daqui e de todos os outros lugares também. — Sorriu.