Ellen ━━ Emiliano Rigoni

Cinquenta e Oito

𖧹

A ansiedade tomava todo o corpo de Ellen, fazendo suas mãos voltarem a tremer levemente, enquanto ela se olhava no enorme espelho na sua frente e observava a costureira passar de um lado para o outro ao seu redor, dando os últimos ajustes no vestido de noiva que mandou fazer especialmente para ela depois de semanas indo de loja em loja na grande São Paulo, experimentando dezenas de modelos e nunca achando que ficavam bons o suficiente. Com o que mandou fazer, se sentia perfeitamente adequada para um dos dias mais importantes de sua vida.

Suspirou fundo e apertou as mãos uma na outra, desviando o olhar do próprio reflexo e vendo Fran, Karine e Ketellyn juntas. A mais nova recebia a ajuda das outras duas para ajeitar a franja de modo que não ficasse caindo no rosto dela o tempo inteiro.

Toda a espera pelo seu casamento acabava aquele dia. Dali a algumas horas, seria oficialmente Ellen Rigoni, a esposa do jogador Emiliano Rigoni, e não podia estar mais feliz e ansiosa para que aquilo acontecesse. Para adentrar a igreja e avistar o homem que amava com todo o coração a esperando no altar. Para dizer um milhão de vezes que, sim, aceitava se casar com ele.

— Querida. — Ouviu e desviou a atenção do espelho, virando o rosto na direção da porta e encontrando Magdalena com Joaquín no colo. — Tem um bebê dengoso querendo a mamãe. — Sorriu levemente e Ellen riu.

— Oi, meu pedacinho. — Sorriu para o filho mais novo, que formou um beicinho e estendeu os braços para ser pego no colo. — Você pode me dar um minuto, por favor? — Pediu para a costureira, que confirmou com a cabeça e se afastou, dando espaço para Lena se aproximar e entregar Joaquín para a mãe. — O que foi, meu neném? — Perguntou, beijando amorosamente o rosto dele.

O menino choramingou, esfregando o rosto no decote dela.

— Ah, é claro. — Riu baixo.

Com a ajuda de Magdalena, que segurou na barra do vestido, Ellen caminhou até uma poltrona presente no quarto. Olhou para todo o vestido, se perguntando como faria aquilo, e então encarou a costureira. Ela sorriu e se aproximou, abrindo alguns botões atrás e folgando a peça para que Rivera conseguisse abaixar na parte dos seios.

Assim que concluiu o processo, a noiva ajeitou o filho no colo e deixou que ele encontrasse seu mamilo, começando a sugar.

— Nem pense em me morder. — Alertou e ele não deu a mínima, apoiando a mão sobre o peito da mãe e batendo os dedinhos em um carinho, continuando a mamar.

Ellen acariciou os fios de cabelo dele, o observando.

— Mi papá está bonito, Lena? — Fran quebrou o silêncio do quarto, perguntando animada e com um grande sorriso no rosto. — E o Gigio? Ai, Dios, o Gigio deve estar uma gracinha! — Soltou um gritinho. — O Bob está uma fofurinha, então Gigio também está!

As mulheres riram e olharam para a mais velha, esperando pelo o que ela tinha a dizer.

— Não vi o Emiliano e nem o Gio. — Disse e também se sentou, passando as mãos no vestido que usava. — Os dois estão levando bem a sério essa coisa de só vermos eles na igreja. O Luciano quem me entregou o Joaquín e explicou que ele estava choroso e querendo a Ellen. — Contou.

— O Rigoni com certeza está usando uma camisa do São Paulo. — Karine afirmou e cruzou as pernas.

— A Ellen morre na porta da igreja se isso acontecer. — Riu Ket.

— E como o Emiliano não quer ficar viúvo antes mesmo de se casar, creio que não fará uma maluquice dessas. — Completou Magdalena. — Não fique preocupada, querida. — Se dirigiu a Ellen, que respirou fundo e olhou para o filho novamente.