<Cap 38 - The Cycle and the Sisterhood>

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<Capitulo não revisado>

Mew riu um barulho duro, quase maldoso, que arrepiou os pelos nos braços de Gulf.

-Duvido.

Gulf o encarou severamente.

-O que faz você ter tanta certeza? Você os conhece?

A risada abandonou completamente a voz de Mew quando ele respondeu.

-Se os conheço? Ecoou. - Acho São os homens que assassinaram meu pai. Você poderia dizer isso.

Gulf deu um passo à frente para tocar o braço de Mew, dizer alguma coisa, qualquer coisa. O que se dizia para alguém que havia acabado de ver os assassinos do próprio pai? A hesitação de Gulf revelou não ter importância alguma; Mew mexeu o ombro para espantar seu toque, como se o machucasse.

-Devemos ir - Mew disse, saindo do escritório e entrando na sala. Gulf e Namjoon se apressaram atrás dele. - Não sabemos quando Luke voltará.

Eles saíram pela porta dos fundos, Mew utilizou a estela para trancar tudo direto para a rua silenciosa. A lua pendurava-se como um amuleto sobre a cidade, emitindo reflexos perolados na água do rio. O ronco distante de carros passando pela Williamsburg Bridge preenchia o ar úmido com um ruído que se assemelhava a asas batendo. Namjoon disse:

-Alguém quer me dizer para onde estamos indo?

-Para a linha L do metrô. Disse Mew calmamente.

- Você só pode estar brincando- disse Namjoon, piscando os olhos. - Matadores de demônio andam de metro?

- É mais rápido que ir de carro.

-Achei que fosse alguma coisa mais legal, como uma van com a frase "Morte aos Demônios" pintada do lado de fora, ou... Mew nem se incomodou em fazer com que ele parasse. Gulf olhou de soslaio para Mew. Às vezes, quando Jocelyn estava muito irritada com alguma coisa, ou simplesmente de mau humor, ficava de um jeito que Gulf chamava de "assustadoramente calma". Era uma calma que fazia Gulf pensar em como o gelo brilhava antes de quebrar com o peso da pessoa. Mew estava assustadoramente calmo. Com o rosto sem qualquer expressão, embora algo estivesse queimando no fundo daqueles olhos dourados.

- Namjoon - disse Gulf. - Chega.

Namjoon o olhou de um jeito como se dissesse de que lado você está? Mas Gulf o ignorou. Ele continuava observando Mew enquanto viravam na Kent Avenue. As luzes da ponte atrás deles iluminavam os cabelos de Mew, criando um resplendor improvável. Ele imaginou se era errado o fato de ele estar satisfeito pelos homens que levaram sua mãe serem os mesmos que mataram o pai de Mew anos antes. Pelo menos por enquanto, Mew teria de ajudá-lo a encontrar Jocelyn, querendo ou não. Pelo menos por enquanto, não poderia deixá-lo sozinho.

- Você mora aqui? - Namjoon estava olhando para o alto da catedral com as janelas quebradas e as portas seladas com fita amarela de polícia. - Mas é uma igreja.

Mew pôs a mão por dentro do colarinho da camisa e puxou uma chave de bronze pendurada em um chaveiro. Parecia o tipo de chave que alguém usaria para abrir um baú velho em um sótão. Gulf assistiu à cena, curioso - ele não havia trancado a porta quando saíram do Instituto, apenas a fechou.

- Achamos útil habitar um solo oco.

-Tudo bem, entendo, mas, sem querer ofender, este lugar é um lixo - disse Namjoon, olhando dubiamente para a grade de ferro curvada que cercava a antiga construção, cheia de lixo empilhado nas escadas.

Gulf deixou a mente relaxar. Ele se imaginou pegando um pote de terebintina da mãe e passando na vista à frente dele, limpando o feitiço, como se fosse tinta velha. Um dos três. Lá estava: a verdadeira visão, brilhando através da falsa como luz através de um vidro escuro. E ai viu as espirais da catedral, o fulgor das janelas de chumbo, a placa de bronze fixada na parede de pedra ao lado da porta, com o nome do Instituto gravado. Conteve a visão por um instante antes de deixá-lo sumir, quase com um suspiro, - Tem muita magia, Namjoon - Gulf disse. - Não é realmente assim.

- Se essa é a sua ideia de magia, acho que vou repensar se vou deixar você ser a responsável pela minha mudança de visual.

Mew encaixou a chave na tranca, olhando para Namjoon por cima do ombro.

- Não sei se você tem noção da dimensão da honra que estou concedendo a você - ele disse. - Você será o primeiro mundano a ter entrado no Instituto um dia.

-Deve ser o cheiro que mantém os outros afastados.

-Ignore - Gulf disse a Mew, e deu uma cotovelada em Namjoon.

-Ele sempre diz exatamente o que vem à cabeça. Não tem filtro.

-Filtros são para cigarro e café - resmungou Namjoon enquanto entravam. - Duas coisas, por sinal, que cairiam muito bem agora.

Gulf pensou desejoso em café enquanto subiam escadas em espiral, cada uma entalhada com um grifo. Estava começando a reconhecer alguns - atormentavam sua visão como palavras semiescutadas em uma língua estrangeira atormentavam sua audição, como se simplesmente se concentrando um pouco mais fosse possível extrair algum significado.

Gulf e os dois meninos chegaram ao elevador e subiram em silêncio. Ele ainda estava pensando no café, grandes canecas de café, cujo conteúdo era metade leite, do jeito que Jocelyn fazia pela manhã. Às vezes Luke trazia saquinhos de rolinhos doces da confeitaria Golden Carriage em Chinatown. Ao pensar em Luke, o estômago de Gulf se encolheu e ele perdeu o apetite...

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