<Cap 100 - Just The Beginning>

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(...CAPITULO NÃO REVISADO...)

Com uma onda de fúria distorcendo suas feições, Valentim olhou para o filho. Gulf jamais esqueceria aquele olhar, fez com que ele sentisse um desejo avassalador de estar com a mãe. Pois, por mais irritada que Jocelyn já pudesse ter ficado, ela nunca havia olhado para Gulf daquele jeito. Ela sempre tinha olhado para o filho com amor. 

Se Gulf pudesse sentir mais pena de Mew do que já estava sentindo, teria sido naquele instante. 

- Muito bem - Valentim disse e deu um passo para trás através do Portal, de modo que seus pés atingiram o solo de Idris. Os lábios dele se curvaram em um sorriso. - Ah - ele disse. - Minha casa. 

Mew correu para a borda do Portal antes de parar, com a mão apoiada no contorno do espelho, uma estranha hesitação tomando conta dele, mesmo enquanto Idris brilhava diante dele como uma miragem no deserto. Bastaria um passo...

- Não, Mew - Gulf  disse afobada. - Não vá atrás dele.

- Mas o Cálice - disse Mew. 

Gulf  não sabia o que Mew estava pensando, mas a adaga na mão dele balançava violentamente enquanto ele tremia.

- Deixe a Clave cuida disso! Mew, por favor. que Se você passar por este Portal, pode nunca mais voltar. Valentim vai matá-lo. Você não quer acreditar, mas é o que ele vai fazer.

- Seu irmão tem razão. - Valentim estava no campo verde florido, com as plantas passando pelos pés dele, e Gulf que percebeu que, apesar de estarem a poucos centímetros de distância, estavam em países diferentes. - Você realmente acha que pode vencer esta batalha? Mesmo tendo uma lâmina serafim e eu estando desarmado? Não só sou mais forte do que você, como também duvido tenha coragem de me matar. E terá que me matar, Jonathan, antes que eu entregue o Cálice. 

Mew apertou a adaga do anjo com mais força. - Eu posso...

- Não, você não pode - Valentim estendeu a mão, através do Portal, e pegou Mew pelo pulso, arrastando-o para a frente até a ponta da lâmina serafim tocar-lhe o peito. Onde a mão e o pulso de Mew haviam passado pelo Portal, pareciam brilhar como se tivessem sido imersos na água.

- Então faça  - disse Valentim. - Enterre a lâmina. Oito centímetros, talvez dez. - Ele puxou a lâmina para a frente e a ponta rasgou o tecido da camisa. Uma linha circular vermelha como uma papoula surgiu bem acima do coração. Mew, engasgando, puxou o braço de volta para si e cambaleou para trás. - Como eu pensei - disse Valentim. - Fraco demais. 

E, com uma rapidez repentina, ele lançou o punho em direção a Mew, Gulf gritou, mas o golpe não o acertou: em vez disso, atingiu a superfície do Portal entre eles com um som que parecia um milhão de coisas frágeis estilhaçando. Rachaduras como teias de aranha se formaram no vidro que não era vidro: a última coisa que Gulf ouviu antes que o Portal se dissolvesse em um diluvio de cacos foi a risada desdenhosa de Valentim.

Pedaços de vidro caíram pelo chão como um banho de gelo, uma cascata estranhamente bonita de cacos prateados. Gulf deu um passo para trás, mas Mew estava completamente parado enquanto o vidro caía a seu redor, olhando para a forma vazia do espelho.

Gulf havia esperado que ele fosse resmungar, gritar ou xingar o pai, mas em vez disso, ele simplesmente esperou que o vidro parasse de cair. Quando aconteceu, ele se ajoelhou silenciosa e cuidadosamente, e pegou um dos pedaços maiores, virando-o na mão.

- Não. - Gulf se ajoelhou a seu lado, repousando a faca que estava segurando. Não se sentia mais confortável em segurá-la. - Não havia nada que você pudesse ter feito.

-  Havia sim. - Ele continuava olhando para o vidro. Pedacinhos quebrados estavam caídos sobre o cabelo dele. - Poderia tê-lo matado.-  Ele virou o caco para Gulf. - Olhe - ele disse.

Gulf olhou. No pedacinho de vidro, ele ainda podia ver um fragmento de Idris um pedaço de céu azul, a sombra das folhas verdes. Ele suspirou dolorosamente. - Mew...

- Vocês estão bem?

Gulf olhou para cima. Era Luke, de pé sobre eles. Ele estava desarmado, os olhos evidenciavam sua exaustão.

- Estamos bem - Gulf disse. Ele podia ver a figura abatida no chão atrás dele, metade coberta com o longo casaco de Valentim. Uma mão saia de baixo da ponta do tecido; a ponta era de garras. - Alaric... 

- Está morto - disse Luke. Havia dor em sua voz, apesar de mantê-lo conhecido, Gulf sabia do peso da culpa que ficaria com ele para sempre. E é assim que você paga a lealdade inquestionável que comprou tão barata, Lucian. Deixando que ele morra por você. 

- Meu pai escapou - contou Mew. - Com o Cálice. - sua voz soava vazia. - Entregamos nas mãos dele. Eu fracassei. 

Luke deixou uma das mãos cair sobre a cabeça de Mew, tirando os pedaços de vidro de seus cabelos. As garras ainda estavam para fora, os dedos manchados de sangue, mas Mew não pareceu se incomodar com o toque dele, e não disse nada.

- Não é culpa sua - disse Luke, olhando para Gulf. Seus olhos azuis eram firmes. Eles diziam: seu irmão precisa de você; fique com ele Gulf.

Gulf fez que sim com a cabeça, e Luke os deixou e foi até a janela. Ele a abriu, permitindo que uma corrente de ar entrasse no quarto e derrubas se as velas. Gulf podia ouvi-lo gritando, chamando os lobos abaixo. 

Gulf se ajoelhou perto de Mew.

- Está tudo bem - Gulf disse hesitante, embora não estivesse, e talvez nunca mais estivesse, e pós a mão no ombro dele. O tecido da camisa era duro contra as pontas dos dedos dele, úmido de suor, estranhamente reconfortante. -Temos minha mãe de volta. Temos você. Temos tudo que importa.

- Ele estava certo. Por isso não consegui atravessar o Portal - sussurrou Mew. - Não conseguiria. Não conseguiria matá-lo. 

- Você só teria fracassado - Gulf disse - Se tivesse feito isso.

Mew não disse nada, apenas soluçou baixinho. Gulf não conseguiu ouvir muito bem suas palavras, mas estendeu a mão e pegou o pedaço de vidro da mão dele. Ele estava sangrando onde o havia segurado, em duas linhas finas. Ele descartou o vidro e pegou a mão de Mew, fechando os dedos sobre a palma machucada.

- Sinceramente, Mew - ele disse, tão suavemente quanto o tocou - Você não sabe que não deve brincar com vidro quebrado?

Mew emitiu um ruído como uma risada engasgada antes de estender a mão e tomar Gulf em um abraço. 

Gulf estava ciente de Luke os observando da janela, mas fechou os olhos e enterrou o rosto no ombro de Mew. Ele cheirava a sal e sangue, mas, somente quando a boca dele se a do ouvido dele, Gulf conseguiu entender o que ele estava dizendo, o que havia sussurrado antes, e era a ladainha mais simples de todas: O nome dele. Apenas Gulf...

(...Obs: Olá filhotes, tudo bem com vcs? Eai, vcs acham que eles são irmãos ou não??? Logo logo vocês irão descobrir o que está por vir...)

!¿Where it all began?!Onde histórias criam vida. Descubra agora