<Cap 67 - Lair of Vampires>

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...Capitulo não revisado...

- Entre aí e faça pelo seu amigo o que eu não pude fazer pelo meu irmão. - disse Raphael.

Mew devolveu a lâmina serafim ao bolso e olhou para Gulf. -Siga-me - ele disse, e atravessou a grade com um único movimento suave, com os pés primeiro. Gulf prendeu o ar, esperando um grito de agonia ou surpresa, mas só ouviu o suave ruído de pés aterrissando em terra firme. - Está tudo bem - Mew disse, com a voz sufocada. - Pode pular que eu seguro você.

Gulf olhou para Raphael.

-Obrigado pela ajuda.

Ele não disse nada; apenas estendeu a mão. Gulf a utilizou para se equilibrar enquanto se posicionava. Ele tinha dedos frios. Soltou-as sim que Gulf escorregou pelo buraco. A queda durou apenas um segundo e Mew pegou-o, o short dele subindo pelas coxas e a mão dele passando pela sua perna enquanto Gulf escorregava pelos seus braços. Ele soltou Gulf quase imediatamente.

- Você está bem?

Gulf abaixou o short, aliviado por Mew não poder vê-lo no escuro. - Tudo bem.

Mew pegou a lâmina levemente acesa do bolso, levantando-a, deixando que a luz iluminasse os arredores. Eles estavam em um espaço estreito, com o teto baixo e o chão de concreto rachado. Quadrados de sujeira mostravam onde o chão havia sido quebrado, e Gulf podia ver que as vinhas pretas haviam começado a subir pela parede. Uma entrada, cuja porta não estava mais lá, conduzia a outra sala.

Uma batida alta fez com que Gulf parasse e virasse para ver Raphael aterrissando, com os joelhos dobrados, a alguns metros dele. Ele os havia seguido pela grade. Ele se recompôs e sorriu.

Mew parecia furioso. -Eu falei...

-E eu ouvi. - Raphael acenou, interrompendo-o. - O que vai fazer a respeito? Não posso sair pelo caminho que entramos, e vocês não podem simplesmente me largar aqui para ser encontrado pelos mortos... Podem?

- Estou pensando nisso - disse Mew. Ele parecia cansado. Gulf viu com alguma surpresa que as bolsas sob os olhos dele estavam mais acentuadas.

Raphael apontou.- Temos que ir por ali, em direção às escadas. Eles ficam nos andares mais altos do hotel. Vocês vão ver. - Ele passou por Mew, pela entrada estreita.

Mew olhou atrás dele, balançando a cabeça. -Estou começando a odiar os mundanos - ele disse.

O andar inferior do hotel era um emaranhado de corredores que pareciam labirintos desembocando em armazéns vazios, uma lavanderia deserta-pilhas de toalhas mofadas em cestos apodrecidos de vime - até mesmo uma cozinha fantasmagórica, bancadas de aço inoxidável se esticando pelas sombras. Boa parte das escadarias que iam para os andares superiores não existia mais; não apodrecidas, mas deliberadamente arrancadas, reduzidas a pilhas de tacos apoiados na parede, pedaços de tapetes persas outrora luxuosos grudados nos tacos como botões de mofo peludo.

Os degraus faltantes deixaram Gulf abismado. O que os vampiros tinham contra escadas? Finalmente, encontraram uma escadaria intacta, escondida atrás da lavanderia. Devia ser utilizada por empregadas para carregar toalhas e lençóis para cima e para baixo antigamente quando não existiam elevadores. Os degraus tinham camadas espessas de poeira agora, como montes de neve cinzenta, que fizeram Gulf tossir.

- Shhh - sibilou Raphael. - Eles vão ouvir. Estamos perto de onde eles dormem.

- Como você sabe? - Gulf sussurrou de volta. Ele nem deveria estar ali. Quem lhe dera o direito de passar sermão a respeito de barulho?

- Posso sentir - o canto do olho dele tremeu, e Gulf percebeu que ele estava tão assustado quanto ele. - Você não?

Gulf balançou a cabeça. Ele não sentia nada, a não ser um frio estranho; depois do calor noturno lá de fora, o frio no interior do hotel era intenso.

No topo da escadaria, havia uma porta em que a palavra pintada "Lobby" era praticamente ilegível sob a sujeira acumulada. A porta soltou ferrugem quando Mew a empurrou. Gulf passou os braços em volta do próprio corpo...

Mas a sala em que a porta desaguava estava vazia. Estavam em um largo saguão, cuja tapeçaria apodrecida havia sido arrancada para mostrar os tacos de madeira cheios de farpas abaixo. O centro desse saguão fora uma escadaria majestosa um dia, elegantemente curvada, alinhada com corrimãos dourados e cheia de carpetes em vermelho-escuro e dourado. Agora só restavam os degraus superiores que levavam à escuridão. O resto da escadaria acabava logo acima de suas cabeças, no meio do ar.

A visão era tão surreal quanto uma das pinturas abstratas de Magritte que Jocelyn tanto apreciava. Esta Gulf pensou se chamaria "A Escadaria para o Nada".

A voz dele soava seca como a poeira que cobria tudo. - O que os vampiros têm contra escadas?

- Nada - disse Mew. - Eles só não precisam delas.- É uma maneira de mostrar que este lugar é um dos deles.

Os olhos de Raphael brilhavam. Ele parecia quase excitado. Mew olhou de soslaio para ele. -Você já viu algum vampiro de verdade, Raphael? - Mew perguntou. Raphael olhou para ele com uma expressão quase vazia.

- Sei como eles são. São mais pálidos e mais magros que seres humanos normais, mas muito fortes. Eles andam como gatos e atacam com a eficiência das serpentes. São belos e terríveis. Como este hotel.

- Você o acha belo? - perguntou Gulf, surpreso.

- Dá para ver como era antes, anos atrás. Como uma senhora que já foi muito bonita, mas teve a beleza levada pelo tempo. Você tem que imaginar a escadaria do jeito que ela foi um dia, com lampiões acesos por toda sua extensão, como pirilampos no escuro, e as sacadas cheias de gente. Não do jeito que está agora, tão... - ele parou, procurando uma palavra.

- Mutilado? - Mew sugeriu secamente. Raphael pareceu quase pasmo, como se Mew o tivesse acordado de um sono profundo. Ele deu uma risada trêmula e virou-se de costas. Gulf voltou-se para Mew. - Onde estão afinal? Os vampiros, quero dizer...

- Lá em cima, provavelmente. Eles gostam de ficar no alto quando dormem, como morcegos. E o sol já está quase nascendo.

Como marionetes com a cabeça presa em cordas, Gulf e Raphael olharam para cima simultaneamente. Não havia nada acima deles além do teto de afrescos, rachado e escurecido em alguns pontos, como se tivesse passado por um incêndio.

Um arco à esquerda deles levava mais adiante na escuridão; os pilares de ambos os lados esculpidos com figuras de temática de folhas e flores. Quando Raphael olhou de volta para baixo, uma cicatriz na garganta dele, muito branca contra a pele escura, brilhou como uma piscadela de olho. Gulf imaginou o que a teria causado.

- Acho que deveríamos voltar para a escadaria dos serventes - Gulf sussurrou. - Estou me sentindo muito exposto aqui.

Mew assentiu. - Você sabe que quando chegarmos lá você vai ter que chamar pelo Namjoon e esperar que ele consiga ouvi-lo?

Gulf imaginou se o medo que estava sentindo estaria estampado no rosto.

- Eu...

(...Oi filhotes tudo bem com vcs, desculpa ter dado uma sumida. Eu voltei e planejo terminar essa fanfic até o fim de julho, mas não se preocupem ainda tem muito chão pela frente, estamos só na metade do livro físico, faltam umas 290 páginas para acabar😅, bjs espero que estejam gostando...)

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