<Cap 56 - You are fantastic>

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(CAPITULO NÃO REVISADO)

A poção que Hodge lhe deu tinha um odor agradável de junípero e folhas. Gulf ficou abrindo o frasco e cheirando no caminho de volta pelo corredor. Infelizmente, ainda estava aberto quando entrou no quarto e viu Mew espalhado na cama, olhando para seu caderno de desenhos. Com um singelo gritinho de espanto, Gulf derrubou o frasco; caiu no chão, espalhando um líquido verde-claro.

-Ai, meu Deus - disse Mew, sentando-se e largando o caderno de lado. - Espero que não seja nada importante.

-Era uma poção para dormir - Gulf disse, irritado, tocando o frasco com a ponta do tênis. - Agora não sobrou nada.

- Se ao menos Namjoon estivesse aqui. Ele podia entediá-lo até você cair no sono.

Gulf não estava com humor para defender Namjoon. Em vez disso, ele se sentou na cama, pegando o caderno.

- Geralmente não deixo ninguém ver isso.

-Por que não? - Mew estava descabelado, como se ele próprio estivesse dormindo. - Você é um artista muito bom. Às vezes excelente.

-Bem, por que... é como um diário. Exceto pelo fato de que não penso em palavras, e sim em figuras, então só tem desenhos. Mas, mesmo assim, é muito pessoal. – Gulf imaginou se soava tão louco quanto suspeitava.

Mew pareceu ofendido.

- Um diário sem desenhos de mim? Onde estão as fantasias tórridas? As capas de livros de romance? Os...

- Por acaso todos os garotos e garotas que te conhecem se apaixonam por você? – Gulf perguntou suavemente.

A pergunta pareceu desinflá-lo, como um alfinete estourando um balão.

-Não é paixão - Mew disse após uma pausa. - Pelo menos...

- Você poderia tentar não ser tão charmoso o tempo todo - disse Gulf. - Pode ser um alívio para alguns.

Mew olhou para as próprias mãos. Já eram como as mãos de Hodge, com pequenas cicatrizes brancas, embora a pele fosse jovem e não tivesse rugas.

-Se você está cansado, posso colocá-lo para dormir - Mew disse. - Posso contar uma história de ninar.

Gulf olhou para ele.

- Você está falando sério?

- Sempre falo sério.

Gulf imaginou se o cansaço havia deixado ambos um pouco loucos. Mas Mew não parecia cansado. Parecia quase triste. Gulf repousou o caderno na mesa de cabeceira e se deitou, curvando-se para o lado sobre o travesseiro.

-Tudo bem.

- Feche os olhos.

Gulf os fechou. Ainda dava para enxergar as lâmpadas refletidas nas pálpebras, como pequenas estrelas cadentes.

- Era uma vez um menino - disse Mew.

Gulf o interrompeu imediatamente. - Um menino Caçador de Sombras?

-É claro. - Por um instante, uma alegria contagiou a voz dele. Depois desapareceu. - Quando o menino tinha 6 anos, ganhou do pai um falcão para treinar. Falcões são aves de rapina, para matar pássaros, o pai lhe dissera, os Caçadores de Sombras do céu.

"O falcão não gostava do menino, e o menino não gostava dele. Tinha um bico afiado que o deixava nervoso, e aqueles olhos brilhantes que sempre pareciam observá-lo. Sempre avançava nele com o bico e as garras quando ele se aproximava: durante várias semanas, o menino ficou com os pulsos e as mãos sangrando. Ele não sabia, mas o pai havia selecionado um falcão que habitara o mundo selvagem por mais de um ano, portanto era quase impossível domá-lo. Mas o menino tentava, pois o pai ordenara que tornasse o falcão obediente, e o menino queria agradar ao pai."

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