<Cap 96 - Moonlight>

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(...CAPITULO NÃO REVISADO...)

- Como você me encontrou Gulf?

 - Luke - ele respondeu. - Eu vim com ele. Para resgatá-lo. 

Ainda segurando Gulf, ele olhou do rosto dele para a janela, com uma leve contração se formando no canto da boca.

- Então aqueles são... você veio com um clã de lobisomens? - Mew perguntou, com um tom estranho na voz. 

- Do Luke - Gulf disse. - Ele é um lobisomem, e...

- Eu sei - Mew interrompeu-o. - Eu deveria ter adivinhado... as algemas - ele olhou em direção à porta. - Onde ele está?

-  Lá  em baixo - disse lentamente. - Ele matou Blackwell. Subi para procurar você... 

- Ele vai ter que ordenar que o clã pare - disse Mew.

Gulf olhou para ele com total incompreensão.

- O quê?

- Luke - disse Mew. - Ele vai ter que cancelar a missão do bando. Houve um mal-entendido.

- O que exatamente, você se sequestrou? - Gulf queria que aquilo soasse como uma provocação, mas a voz saiu fraca demais. - Ora, Mew... - Ele tentou se soltar de seus braços, mas Mew resistiu.

Ele estava olhando fixamente para Gulf, e ele percebeu com assombro o que não tinha notado com a primeira onda de alívio. Da última vez em que vira Mew, ele estava cortado e machucado, as roupas manchadas de sangue, o cabelo sujo e empoeirado. Agora estava vestido com uma camisa branca larga e calças escuras, com o cabelo limpo caindo no rosto, Platinado e esvoaçante. Mew afastou alguns fiapos do olho com a mão livre, e Gulf viu que o anel estava de volta no dedo dele.

- Essas são as suas roupas? - Gulf perguntou, espantado. - E... você parece muito saudável. - Ele parou de falar. - Valentim parece estar cuidando muito bem de você.

Ele sorriu para Gulf com afeição esgotada.

- Se eu te contasse a verdade, você me chamaria de louco - ele disse.

Gulf sentiu o coração batendo forte no peito, como as asas velozes de um canarinho.

- Claro que não chamaria.

- Meu pai me deu essas roupas - ele disse. O coração de Gulf acelerou ainda mais.

- Mew - ele disse cuidadosamente. - Seu pai está morto.

- Não. - Ele balançou a cabeça. 

Gulf tinha a sensação de que ele estava contendo algum sentimento majestoso, como horror ou deleite... ou ambos. 

- Pensei que estivesse, mas não está. Foi tudo um grande equívoco.

Gulf se lembrou do que Hodge dissera sobre Valentim, e o talento que ele tinha para contar mentiras tentadoras e convincentes.

- Isso é alguma coisa que Valentim contou a você? Porque ele é um mentiroso, Mew. Lembre-se do que Hodge disse. Se ele está dizendo que seu pai está vivo, é uma mentira para conseguir com que você faça o que ele quer.

- Eu vi o meu pai - disse Mew. - Falei com ele. Ele me deu isso. - Ele puxou a camisa nova, limpa, como se fosse uma prova irrefutável. - Meu pai não está morto. Hodge mentiu para mim. Durante todos esses anos, pensei que estivesse, mas não estava.

Gulf olhou em volta, descontroladamente, para o quarto com a porcelana brilhante, tochas acesas, completamente vazio, cheio de espelhos. 

- Bem, se o seu pai se encontra realmente aqui, onde ele está? Valentim o sequestrou também? 

Os olhos de Mew estavam brilhando. O colarinho da camisa estava aberto e ele podia ver as cicatrizes brancas e finas que cobriam a clavícula, como rachaduras na pele dourada.

 - Meu pai...

A porta do quarto, que Gulf havia fechado atrás de si, abriu com um rangido, e um homem entrou.

Era Valentim. O cabelo levemente prateado e aparado brilhava como um capacete de aço, os lábios numa linha rígida. Ele tinha um revestimento no cinto grosso, e o cabo de uma longa espada estendia-se dele. Então ele disse, colocando uma das mãos no cabo enquanto falava.

- Já juntou as suas coisas? Nossos renegados só podem conter os lobos por.... - Ao ver Gulf, ele interrompeu a frase no meio. Ele não era o tipo de homem que era pego de surpresa com frequência, mas Gulf viu um leve indício de espanto nos olhos dele. - O que está havendo? - ele perguntou, voltando o olhar para Mew.

Mas Gulf já estava apalpando a cintura à procura da adaga. Ele a pegou pelo cabo, retirando-a da capa, e levantou a mão. Raiva latejava em seus olhos como uma batida musical. Gulf poderia matar aquele homem. Ele iria matar aquele homem. Mew segurou Gulf pelo pulso.

- Não.

Gulf não pôde conter a própria incredulidade. - Mas Mew...

- Gulf - ele disse, com firmeza. - Este é o meu pai....















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