(CAPITULO NÃO REVISADO) 2391 palavras
Eles eram os únicos passageiros daquele vagão que ia para a parte norte da cidade. Gulf sentou sem falar nada, pensando em Namjoon. De vez em quando, Mew olhava para ele como se estivesse prestes a dizer alguma coisa, antes de voltar para um silêncio incomum.
Quando saltaram do metrô, as ruas estavam desertas, o ar pesado e metálico, as bodegas, lavanderias a e caixas eletrônicos silenciosos por trás das portas noturnas de ferro corrugado. Finalmente, encontraram o hotel, após uma hora procurando, em um dos lados da 116th Street. Passaram por ele duas vezes, pensando que fosse apenas mais um prédio abandonado, antes de Gulf ver a placa, que tinha se desprendido de um prego e estava pendurado por trás de uma árvore. Deveria dizer HOTEL DUMONT, mas alguém havia pintado o N, substituindo-o por um R.
- Hotel Du mort - disse Mew quando Gulf mostrou a ele.
- Que gracinha! – Gulf só havia estudado dois anos de francês, mas era o bastante para que ele pudesse entender a piada. - Du mort- Gulf disse. - De morte.
Mew fez que sim com a cabeça. Repentinamente, Mew havia ficado alerta, como um gato que vê um rato escondido atrás do sofá.
- Mas não pode ser o hotel - disse Gulf. As janelas estão todas fechadas, a porta foi cimentada... Oh - ele concluiu, percebendo o olhar dele. - Certo. Vampiros. Mas como eles fazem para entrar?
- Eles voam - disse Mew, e apontou para os andares superiores do prédio. Claramente, havia sido um hotel luxuoso e agradável algum dia. A fachada de pedras era elegantemente decorada com arabescos e flores-de-lis entalhadas, escuras e gastas por anos de exposição a ar poluído e chuva ácida.
- Nós não voamos. - Gulf se sentiu na obrigação de frisar.
- Não - concordou Mew. - Nós não voamos. Arrombamos e invadimos. - Ele começou a atravessar a rua em direção ao hotel.
- Voar parece mais divertido - disse Gulf, apressando-se em alcançá-lo.
-Agora tudo parece mais divertido. – disse Mew.
Gulf imaginou se Mew estaria falando sério. Havia um quê de excitação nele, uma ansiedade que precedia a caça que fazia com que Gulf não acreditasse que ele estava tão insatisfeito quanto alegava estar. Ele matou mais demônios do que qual quer pessoa de sua idade. Ninguém matava tantos demônios assim na retaguarda, de modo relutante.
Uma brisa quente passou, soprando as folhas caídas à frente das árvores do lado de fora do hotel, fazendo com que o lixo da sarjeta e da calçada voassem pelo pavimento rachado. A área era estranhamente deserta, pensou Gulf - em geral, em Manhattan, sempre havia mais alguém na rua, mesmo às quatro da manhã. Diversos postes de luz que alinhavam as calçadas estavam apagados, embora o mais próximo do hotel emitisse um singelo brilho amarelo na rua que levava ao que um dia havia sido a porta da frente.
- Mantenha-se longe da luz - aconselhou Mew, puxando-o pela manga em direção a ele. - Eles podem estar espiando pela janela. E não olhe para cima - ele acrescentou, mas era tarde demais. Gulf já tinha olhado para as janelas quebradas dos andares superiores. Por um instante, ele achou que tivesse visto uma espécie de movimento em uma das janelas, um flash branco que poderia ter sido um rosto, ou uma mão manuseando um...
- Vamos. - Mew puxou-o com ele para o meio das sombras, para perto do hotel. Gulf sentiu o nervosismo subindo pela espinha, chegando ao pulso e pulsando nas orelhas. O barulho distante de carros parecia muito longe; o único ruído provinha dos sapatos dele passando pelo chão cheio de lixo. Gulf desejou poder andar silenciosamente, como um Caçador de Sombras. Talvez um dia pedisse a Mew para ensiná-lo.
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!¿Where it all began?!
RomanceIniciada: 26/12/2021. (1°temporada) Terminada: 27/07/2022 Gulf Kanawut decide passar a noite em uma boate popular em Nova York, e o maior de seus problemas possivelmente seria lidar com o segurança da entrada, certo? Errado. Gulf testemunha um cri...