<Cap 62 - Little mouse>

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...Oi filhotes, depois de duas décadas eu finalmente voltei. Eu só tenho mais uma prova essa semana, depois disso eu estarei oficialmente de volta com os capítulos, bjs...

(CAPITULO NÃO REVISADO)

- E também não posso levar um rato no metrô - disse Gulf. - Vou deixá-lo cair, ou algum policial do metrô vai me prender por levar uma peste em transporte público. Não que você seja uma peste, é claro. - Namjoon chiou, irritado.

Uma garota que estava gritando perto da porta acabara de receber a companhia de seis ou sete outras. O som de vozes irritadas sobressaiu ao barulho da festa e à música. Magnus revirou os olhos. - Com licença - ele disse, voltando para a multidão, que se fechou atrás dele imediatamente.

Mild, cambaleando sobre as sandálias, suspirou.

- Que bela ajuda à dele!

- Quer saber? - disse Boat. - Você pode muito bem colocar o rato na sua mochila.

Gulf o encarou severamente, mas não conseguiu encontrar nada de errado para dizer. Afinal, ele não tinha bolso algum onde pudesse guardá-lo. As roupas de Mild não permitiam bolsos; eram justas demais. Gulf ficava impressionado por vestirem o próprio Mild.

Tirando a mochila das costas, ele encontrou um esconderijo para o pequeno rato marrom que outrora fora Namjoon, aninhado entre um casaco e um caderno. Ele se encolheu sobre a carteira dele, com um ar de reprovação.

- Desculpe – Gulf pediu triste.

- Não se incomode - replicou Mew. - A razão pela qual os mundanos tomam para si culpas que não têm é um verdadeiro mistério para mim. Você não forçou o drinque na garganta desse tolo.

- Se não fosse por mim, ele nem teria vindo para cá - disse Gulf, baixinho.

- Não seja convencido. Ele veio por causa de Mild.

Com raiva, Gulf fechou a mochila e se levantou.

- Vamos sair daqui. Estou cheio deste lugar.

Descobriu-se que os responsáveis pelos gritos à porta eram mais vampiros, facilmente reconhecíveis pela palidez e pela negritude morta dos cabelos. Aposto que pintam, pensou Gulf, não podiam ser todos naturalmente morenos. Além disso, alguns deles tinham sobrancelhas louras. Estavam reclamando em voz alta das motocicletas vandalizadas, e do fato de que alguns amigos estavam desaparecidos, e ninguém sabia deles.

- Provavelmente estão bêbados e desmaiados em algum lugar. -disse Magnus, acenando os longos dedos brancos de maneira entediada. - Vocês sabem como a sua espécie costuma se transformar em morcegos e montes de poeira quando tomam Bloody Marys demais.

- Eles misturam vodca com sangue de verdade - Mew disse no ouvido de Gulf. A pressão da respiração dele fez com que Gulf tremesse.

- Sim, entendi isso, obrigado. – Disse Gulf.

- Não podemos sair por aí pegando todos os montes de poeira que aparecerem para o caso de serem o Gregor de manhã - disse uma garota com a boca raivosa e as sobrancelhas pintadas.

- Gregor vai ficar bem. Eu raramente varro o chão - atenuou Magnus. - Será um prazer enviar qualquer um que ficar para trás de volta ao hotel amanhã; em um carro com janelas pretas, é claro.

- Mas e as nossas motos? - indagou um menino magro cujas raízes louras apareciam sob a tintura de cabelo malfeita. Um brinco de ouro em forma de estaca pendurava-se da orelha esquerda dele. - Levaremos horas para consertá-las.

- Vocês têm até o amanhecer - disse Magnus, claramente perdendo a paciência. - Sugiro que comecem logo. - Ele levantou o tom de voz. - Muito bem, CHEGA! Acabou a festa! Todo mundo: rua! - Ele balançou os braços, derrubando purpurina por todos os lados.

Com uma única batida sonora, a banda parou de tocar. Uma lamúria em alto volume foi emitida pelos convidados, mas eles acabaram se dirigindo para a porta, obedientes. Nenhum deles parou para agradecer a Magnus pela festa.

- Vamos - Mew empurrou Gulf para a saída. A multidão era densa. Gulf segurou a mochila na frente do corpo, com as mãos embrulhando-a de forma protetora. Alguém esbarrou em seu ombro, com força, e ele cambaleou e foi para o lado, afastando-se de Mew. Uma mão tocou a mochila dele. Gulf levantou o olhar e viu o vampiro com o brinco de estaca sorrindo maliciosamente para si.

-Olá, bonitinho - ele cumprimentou. - O que você tem na mochila?

- Água benta - disse Mew, reaparecendo ao lado de Gulf como se tivesse sido conjurado, como um gênio da lâmpada mágica. Um gênio com cabelos platinado e sarcástico com problemas de comportamento.

- Uhhhh, um Caçador de Sombras - disse o vampiro. – Que medo! - Com uma piscadela, ele voltou para a multidão.

- Vampiros são tão exibicionistas. - Magnus suspirou da porta. -Sinceramente, não sei por que dou estas festas.

- Por causa do seu gato – Gulf o lembrou. Magnus se recompôs.

- É verdade. O Presidente Miau merece todos os meus esforços. - Ele olhou para Gulf e para o grupo de Caçadores de Sombras logo atrás. - Vocês estão saindo?

Mew anuiu com a cabeça.

- Não queremos abusar da sua hospitalidade.

- Que hospitalidade? - indagou Magnus. - Eu diria que foi um prazer conhecê-los, mas não foi. Não que não sejam charmosos, e quanto a você... - Ele deu uma piscadela para Boat, que parecia perplexo. - Me liga?

Boat enrubesceu e gaguejou, e provavelmente teria ficado ali parado a noite inteira se não fosse Mew, que o pegou pelo cotovelo e o arrastou para a porta, com Mild logo atrás. Gulf estava prestes a seguir quando sentiu um toque no braço; era Magnus.

- Tenho um recado para você - ele disse. - Da sua mãe.

Gulf ficou tão surpreso que quase derrubou a mochila.

- Da minha mãe? Quero dizer, ela pediu para você me falar alguma coisa?

- Não exatamente - disse Magnus. Seus olhos felinos, rasgados pela única linha vertical que eram as pupilas, como fissuram em uma parede verde-dourada, pareciam sérios pela primeira vez. — Mas eu a conheci de um jeito que você não conheceu. Ela fez tudo isso para mantê-lo fora de um mundo que ela odiava. Toda a sua existência, as fugas, os esconderijos, as mentiras, como você as chamou, foram para protegê-lo. Não desperdice os sacrifícios dela arriscando a própria vida. Ela jamais iria querer isso.

- Ela não desejaria que eu a salvasse?

-Não se para isso você tivesse que correr perigo.

- Mas eu sou a única pessoa que se importa se acontecer algum mal a ela...

- Não - disse Magnus. - Não é não.

Gulf piscou os olhos.

- Não estou entendendo. Existe... Magnus, se você sabe de alguma coisa...

Ele interrompeu Gulf com precisão brutal. - E uma última coisa. Os olhos dele desviaram-se para a porta, através da qual Mew, Boat e Mild haviam desaparecido. - Tenha em mente que, quando a sua mãe fugiu do Mundo de Sombras, não era dos monstros que ela estava se escondendo. Não era dos feiticeiros, dos lobisomens, das fadas, nem dos próprios demônios. Era deles. Era dos Caçadores de Sombras.

Eles estavam esperando por Gulf do lado de fora do armazém. Mew, com as mãos nos bolsos, estava apoiado no corrimão da escada e observando enquanto os vampiros passeavam em volta das motocicletas quebradas. Reclamando e xingando. Ele tinha um sorriso suave no rosto. Boat e Mild estavam um pouco afastados. Mild estava esfregando os olhos, chorando, e Gulf sentiu um ódio irracional - Mild mal conhecia Namjoon. Não era uma desgraça para ele. Gulf era o único com o direito de se sentir daquele jeito, não o Caçador de Sombras.

Mew desgrudou do corrimão quando Gulf surgiu. Ele foi para o lado dele, sem falar nada. Parecia perdido nos próprios pensamentos. Mild e Boat, apressados na frente, pareciam estar discutindo um com o outro. Gulf apressou o passo, esticando o pescoço para ouvi-los melhor...

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