Ana 🦋
Eu estava realmente acabada, meu coração batia três vezes mais que o normal e até mal eu tinha passado, tive que tomar soro pra ver se ficava melhor. Mas era tudo muito novo pra mim, tudo muito complexo e preocupante.
A gente havia criado algo, e nem tempo de comemorar a gente teve, simplesmente tive que ver ele praticamente morto na minha frente.
E isso que me assusta, a parte do praticamente morto. Quando os meninos colocaram ele no carro ele apagou, eu chorava desesperadamente, não porque ele era o amor total da minha vida e eu estava perdida de amor. Mas porque era ele, era o Victor que eu conheci há meses atrás, o que começou fazer parte da minha vida.
O médico falou que ele tava passando por uma cirurgia, que ele estava muito fraco e que seria muito difícil tudo, tudo já estava sendo muito difícil.
Eu estava na sala de espera andando de um lado pro outro, parei pra tomar água e senti minha barriga doer de fome, me sentei na cadeira baixando a cabeça e alguns minutos depois escutei passos, levantei a cabeça e vi o Orelha me encarando nervoso.
Orelha: Oi, e aí? - Falou agachando na minha frente.
Ana: Ele tá na cirurgia, o médico falou que vai ser longa, cansativa e muito difícil.- Falei olhando pra ele que passou a mão no rosto.
Orelha: Caralho, isso foi culpa minha...- Falou esfregando a mão no rosto.- Era pra eu ter levado essa Ana, não ele. Eu que já deveria tá morto e os caralho, Goiaba não merece isso.
Ana: Ele te ama, por isso que tá lá agora. Se você com você o Victor ia sentir a mesma dor que sentiu na hora que foi proteger você.- Falei respirando fundo.
Orelha baixou a cabeça se sentando na cadeira do meu lado e ficou olhando pro chão, passei a mão no cabelo colocando pra trás e respirei fundo. Quando olhei pro lado o Orelha deixava algumas lágrimas caírem, fiquei sem saber o que fazer enquanto sentia lágrimas descendo novamente no meu rosto.
Ana: Você conhece ele melhor do que eu, ele vai ficar bem.- Falei abraçando o Orelha de lado.
Orelha: Ele tem que ficar Ana, se não eu nunca vou me perdoar por porra nenhuma.- Falou rouco, passando a mão no rosto.
Fiquei sem saber o que falar porque meu coração estava apertado e continuei abraçando ele, ele descansou nos meus braços e eu aproveitei pra fazer o mesmo, porque estava cansada num absurdo.
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Estilo vagabundo.
Teen FictionHistória do Orelha. Quarta e última temporada de "lance criminoso." Desde novinho cresceu vendo coisas erradas, vivendo num mundo torto, cheio de ideias tortas. Aprendeu ter o coração grande, talvez grande demais ao ponto de ser incapaz de amar só...