Orelha 🦅
Quando desci, não tinha ninguém. Mas eu senti o perfume doce de enjoar da Carina, ela com maior certeza teve aqui. Subi rápido saindo dali e peguei meu raidinho, colocando na linha de todos os moleques.
Orelha: Quero uma tropa procurando pela Carina agora, ela tá no morro e tava na minha casa, vocês não procuraram caralho nenhum.- Falei alto, abrindo as portas e procurando por ela.
Coronel: Como assim na tua casa, viado? - Falou de volta.- Mandei moleque ir ai, qual foi?
Orelha: No esconderijo.- Falei vendo que ela não tava mais aqui.- Ela tava aqui caralho.
Coronel: Vem pra cá.- Desliguei o raidinho colocando na cintura e saí pegando meus bagulhos com a arma na mão.
Tava puto de ódio e só queria encontrar ela na minha frente, ia acabar com a vida dela da maneira mais foda possível. Saí andando pra casa do Coronel, aproveitando pra entrar nos becos e procurar por ela, mas não tinha sinal nenhum.
Abri o portão, fechei e entrei pela porta vendo o Coronel falando no rádio, coloquei meus bagulhos em cima do sofá e ele me olhou.
Coronel; Achou algum bagulho? - Neguei.
Orelha: Só o perfume pelo ar, não faz muito tempo que ela saiu dali, eu tenho certeza. Ela ainda tá pelo morro.- Falei bolado.- Ela não pode sair daqui, irmão. Se ela sair e decidir abrir a boca pra fuder com todo mundo, acabou tudo.
Coronel: Vai atrás da mãe dela.- Falou me encarando.- Ela vai aparecer na hora.
Andressa: Melhor você mandar outros meninos.- Falou aparecendo e a gente olhou pra ela.- A última coisa que vocês têm que fazer agora é dar bobeira pela pista.
Orelha: Ela tá certa.- Coronel confirmou com a cabeça e eu dei o endereço certinho pra ele, que foi ligar pra os moleques.- Aí ó, toda patroa dando as ordens.
Andressa: Que ordem moleque, salvando tua vida, isso sim! - Falou rindo e eu abracei ela de lado.- Maior psicopata tua namorada ein, imagina se tu não tivesse percebido e ela ainda estivesse lá?
Orelha: Nem fala cara, eu não ia nem tá aqui essas horas.- Andressa me olhou feio.
Andressa: Vocês agora tão com uma mania de falar sobre morte, tá tudo maluco da cabeça. Quero todo mundo vivo aqui pra viver em família, com as crianças correndo, na paz depois que tudo isso acabar.
Orelha: Que crianças? Só tem uma, maluca.- Sentou no sofá e deu os ombros.
Andressa: Sei lá, vai que apareça outra aí.- Encarei ela curioso.
Orelha: Tá grávida, andressinha? - Gastei vendo o Coronel entrar na sala
Andressa: Não.- Falou rindo e eu encarei ela desconfiado.
Coronel: Mandei os moleques irem lá, tu dorme aqui hoje.- Apontou.
Orelha: Tô precisando mermo é transar pra passar o estresse.- Falei pegando o celular do bolso.
Andressa: Se manca, dumbo. Vai dormir que amanhã é outro dia.- Bateu na minha cabeça se levantando.
Ela foi pra cozinha e Coronel negou com a cabeça, fui pro quarto e me joguei na cama, fiquei tranquilinho ali mas por dentro tava querendo só terminar isso tudo.
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Estilo vagabundo.
Teen FictionHistória do Orelha. Quarta e última temporada de "lance criminoso." Desde novinho cresceu vendo coisas erradas, vivendo num mundo torto, cheio de ideias tortas. Aprendeu ter o coração grande, talvez grande demais ao ponto de ser incapaz de amar só...