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Mariana 🌻

Eu tava tranquila passando meus dias sozinhas, indo e voltando do trabalho, vivendo ótimos dias na minha casa. Um mês tinha se passado após o chá revelação da Andressinha, hoje era dia da ultrassom do bebê dela e eu estava esperando apenas ela pra começar.

Eu adorava acompanhar a gestação dela, assim como adorei muito participar da Luana e sentir o carinho que elas haviam criado por mim, acho muito bonito.

A minha secretária avisou que eles haviam chegado e eu fiquei esperando, mas só a Andressa, o Coronel e o Orelha estavam aqui hoje, analisei eles e olhei pra barriga dela que estava bem grandinha.

Mari: Veio sem todos os acompanhantes, como a ultrassom vai ser legal?! - Brinquei abraçando ela e fechando a porta.

Orelha: Se tem eu no bagulho, tem felicidade pra geral.- Brincou e eu encarei ele.

Não falava com ele desde o dia do nosso beijo, parecia que no momento era a coisa mais legal e certa a se fazer, mas depois fiquei com medo de acontecer algo e preferi não correr o risco.

Mas na verdade eu só queria ficar com ele, ou melhor, ficar perto de todos eles me faz achar legal, me faz achar bonito a família que eles têm e me faz invejar como é linda a relação entre todos eles.

Andressa: Jorge tá meio resfriado, os pais preferiram ficar com ele. E o outro casal estão brigados, então não quiseram vim.- Falou se deitando na maca com a ajuda do namorado dela.

Mari: Tô quase indo visitar o Jorge depois dessa notícia.- Brinquei indo pegar o gel e o Orelha tava na frente, não me deixou passar e eu olhei pra ele.- Licença?!

Orelha; Ué pô, não vai falar comigo namoral? - Eu encarei ele.

Mari: Oi, tudo certo?! - Falei sorrindo fraco.- Ótimo, licença.

Coronel: Aí doutora, o dumbo aí fez algum bagulho contigo? - Passei pelo Orelha, olhando pro Coronel.- Porque se ele fez pode falar que eu tiro ele daqui agora pô.

Orelha: Eu fiz algum bagulho?! - Perguntou pra mim e eu coloquei o gel na barriga da Andressa, que tava calada.

Mari: Não, ele realmente só estava atrapalhando a passagem.- Dei os ombros.

Ele resmungou algo que eu não entendi e Coronel negou, olhando pra tela. Observei tudo como de rotina, mostrei tudo que eles queriam, o coraçãozinho da menininha e falei tudo certinho.

Andressa: Preciso de ajudar no banheiro, vem cá.- Falou descendo com a ajuda do namorado e ele encarou ela.

Coronel: Vai lá, tô te vendo.- Apontou pro banheiro no canto da sala.

Andressa: Não consigo sozinha.- Puxou a mão dele que foi, e eles entraram no banheiro.

Tirei as luvas olhando pro Orelha que se aproximou, parando na minha frente e me deixando apenas com a bancada atrás de mim, suas mãos se apoiaram na bancada e ele se aproximou.

Orelha: Papo dez?! Não paro de pensar em tu, doutora.- Falou fazendo seu hálito bater contra meu rosto.

Mari: Isso pode dar errado de tantas formas.- Falei tentando não cair na total tentação.

Orelha: Que se foda o bagulho, só se vive uma vez pô.- Eu soltei uma risada e ele segurou meu rosto.

Orelha me olhou como um pedido de permissão e eu beijei ele sentindo suas mãos passearem pelo meu cabelo, abracei seu pescoço fazendo ele me puxar pra mais perto e eu me sentir totalmente entregue ali. 

Rodrigo: Mariana.- Escutei seu grito, juntamente das batidas na porta.

O alivio parou pelo meu corpo quando lembrei que trancava a porta em todas as sessões e eu afastei o Orelha que me encarou, Andressa saiu do banheiro com o Coronel e eu me ajeitei, destrancando a porta.

Mari: O que aconteceu?! Eu estou no meu horário de trabalho, você não pode ser tão sem educação assim! - Apontei e ele segurou meu braço, que abriu a porta, me fazendo encarar a sua mão.

Rodrigo: Eu falei que quando chegasse de viagem queria você em casa, eu não mandei você vim pra essa merda de clínica hoje.- Praticamente gritou, cuspindo palavras na minha cara e apertando minha mão.

Senti o Orelha atrás de mim, junto do Coronel e os três se olharam em um conjunto.

Mari: Estou no meu horário de trabalho, tem uma paciente grávida ali e eu não aceito seu desrespeito aqui.- Falei tentando me soltar dele ele simplesmente me empurrou, me fazendo bater no Coronel, que entrou na minha frente.

Rodrigo: Quem você acha que é?! Sai da frente da minha mulher.- Apontou pro Coronel, Orelha ia pra cima dele e a Andressa segurou sua mão, me fazendo encarar ela assustada.

Coronel: Mete o pé, cara! Minha mulher tá aqui e tá grávida, se ela passar mal e acontecer algum bagulho com minha filha, eu vou te caçar.- Sua voz soou tão grossa e fria, que chegou a me amedrontar junto.

Rodrigo; Te espero em casa.- Falou se afastando e dando as costas, assim que ele atravessou o corredor eu dei um passo pra trás e a Andressa me olhou preocupada.

Mari: Desculpa.- Falei envergonhada com a Andressa e ela negou.

Andressa: Você tá bem?! Mari, isso não é legal...- Falou tirando meu cabelo do rosto.

Mari: Ta tudo bem, Andressa. Fico feliz que você tá bem, mas eu preciso ir agora...- Falei pegando algumas coisas e saindo da sala, até sentir alguém puxando minha cintura.

Orelha; Tu não vai pra casa né, cara?! - Me questionou.- Tu não tá maluca, vem comigo cara. Tu não precisa desse maluco não pô, vamo comigo pro morro e mete o louco.

Mari: Eu vou pra casa dos meus pais, preciso conversar com eles. Tá tudo bem, relaxa.- Passei a mão no rosto dele e ele me encarou.

Orelha: Qualquer bagulho vai me ligar? No papo reto mermo?! - Eu confirmei rapidamente me afastando.

Mari: Valeu...- Falei dando as costas.

Sai dali sentindo alguns olhares sobre mim, mas nada direto. Peguei minhas coisas e pedi pra fecharem minhas coisas, segui até meu carro e quando entrei nele, vi o Rodrigo no estacionamento parado dentro do carro, me observando de longe.

Fechei os olhos respirando fundo e sai dali, indo pra casa dos meus pais que era meu lugar de abrigo e paz.

Estilo vagabundo. Onde histórias criam vida. Descubra agora