Orelha 🦅
O papo é, a cada dia que passava eu tava mais tranquilo com a vida. Parecia que tinha encontrado algum bagulho maneiro que me deixasse em paz, que finalmente eu tinha achado alguém maneiro pra viver esses bagulhos comigo.
E o engraçado era que eu sempre achei que ia encontrar uma mulher pra isso, já que eu sempre fui porra louca atrás de mulher, sempre botei fé que uma hora ia chegar uma dama maneira que ia me fazer mudar de vida.
Mas na real mermo, quem me mudou foi os moleques. Começando pelo Jorge, o Miguel, e até a Ester que nem nasceu ainda, de alguma forma me fez querer ser melhor pra eles, de ser aquele tiozão maneiro e tal. Porém quem ganha o maior mérito nas costas é o Miguel.
Não esperava que tudo iria acontecer como aconteceu, eu tava todo fudido depois do Miguel chegar na minha vida, Carina morreu, desacostumei com um bagulho que era fácil pra mim, tive que aprender a me virar, fazer altos bagulhos pra cuidar de uma criança que eu nem vi nascer.
E namoral mesmo, desde que ele chegou tudo que eu faço é pra ele. Ser melhor nos bagulhos é pra ele, aprender alguma coisa maneira, tudo por ele mermo. Porque se a mãe dele achou que eu era capaz de dar essa moral toda pra ele, eu tinha que honrar esse bagulho, e eu levava muito a sério essa parada.
Vim buscar ele na escola, eu quase nunca vinha mas hoje tava por perto e cheguei por aqui. De longe vi ele com maior cara de triste, fiquei esperando ele chegar perto de mim e encarei ele.
Orelha: Qual foi dessa cara feia aí? - Ele olhou pra mim.
Miguel: Um menino me zombou,próxima semana tem uma apresentação de dia das mães e...- Falou de cabeça baixa.
Orelha: Quem foi? - Levantei a cabeça dele e ele me encarou, apontou pra um moleque que tava numa rodinha e eu caminhei até lá, sendo seguido por ele.
Quando cheguei no meio dos moleques, eles me olharam e eu olhei pro Miguel de novo, que apontou pro menino. Maior cara de playboy, olhei dos pés a cabeça e ele tinha no máximo sete anos.
Orelha: Vou te dar um papo, se eu descobrir que tu zoou o Miguel de novo, de qualquer forma, tu vai ser o próximo a ficar sem mãe, entendeu? - Falei sério, os outros meninos correram dali e ele me olhou com cara de choro.- E se tu contar o que eu falei pra alguém, vou atrás de tu.
Balancei a cabeça dando as costas e o Miguel segurou minha mão, saindo dali comigo. Soltei uma risada vendo que eu tava marolando na mente de uma criança e entrei no carro.
Miguel soltou uma risada fraca e eu neguei com a cabeça saindo dali e desci pro morro. Fui pra casa e a gente comeu uns bagulhos e ficou de marola ali, de noite a gente tava jogando no play e ficou ali, na maior paz e tranquilidade do mundo.
Mulher era um caso a parte, eu tava bem com o Miguel e não queria outra vida. A Mariana de vez em quando vinha pra cá, a gente ficava, curtia uns momentos juntos, mas não era nosso lance firmar juntos. Era tinha vivido muita parada ruim, e eu não fico atrás, os dois tavam de bem com a vida e só queriam paz.
E no final foi isso mermo, tenho meus irmãos do lado, minhas meninas também, mesmo algumas vezes eu sendo maior otario com geral, ninguém nunca me largou, e esse era o bagulho de família mais foda que a gente tinha. Tava em paz com geral, tava marolando nos meus sobrinhos novos, nos que nem nasceram e os que já tavam quase indo pro corre comigo, não existe outra vida, essa era a melhor!
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Fim! 💚Realmente o final, depois de quatro livros. Espero que vocês tenham gostado dessa "tetralogia."
No livro de cada personagem (Gaspar, Goiaba, Coronel e Orelha) Vou soltar capítulos bônus dos filhos deles, pra vocês terem um gostinho já que não vai ter temporada dos filhos. Quem sabe num futuro muito distante (nunca) eu faça, igual todas as outras que já falei que ia ter nova temporada.
a mídia do próximo capítulo vai conter as idades, e quem é filho de quem, beijos. 😘
livro novo: Primeira dama.
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Estilo vagabundo.
Novela JuvenilHistória do Orelha. Quarta e última temporada de "lance criminoso." Desde novinho cresceu vendo coisas erradas, vivendo num mundo torto, cheio de ideias tortas. Aprendeu ter o coração grande, talvez grande demais ao ponto de ser incapaz de amar só...