Orelha 🦅
Sai indo pra casa da mãe da Carina, no caminho os moleques chamaram por mim no rádio e eu só respondi aonde tava quando cheguei lá. Invadi o bagulho vendo os moleques que a gente tinha mandado há alguns dias, a dona Neide levantou do sofá assustada quando me viu e veio pagar de simpatia.
Neide: Finalmente você chegou. O que tá acontecendo, por que esses homens estão na minha casa? O que você fez com a minha filha? - Falou parando na minha frente.
Orelha: Aquela filha da puta tentou me matar, e eu vou te dar o papo que cansei desse jogo dela. Então é o seguinte, ou tu liga agora e faz ela vim aqui, ou eu te mato e não tem mais! - Apontei no rosto dela.
Neide: Ela não me atende, eu já liguei várias vezes desde que esses homens chegaram aqui.- Falou negando.- Eu falei pra ela se separar de você, ela deveria ter conseguido te matar pelo menos.
Orelha: Como é? - Tirei o fuzil das costas colocando na testa dela e ela engoliu no seco.
Neide: Você é só um moleque de merda que não tem responsabilidade alguma, que acha que todos que estão ao seu redor tem que seguir suas ordens calados. Você não sabe dá valor a ninguém do seu lado porque você é um lixo de ser humano, e passou todos esses anos fazendo minha filha da besta, você deveria ter sido morto por ela.
Orelha: O único problema disso tudo é que eu não me importo com nada disso, e ela teve a chance dela, mas não conseguiu porque é fraca. Então eu começo por você, depois vou atrás do sobrinho dela, e ai eu provo pra tu que sou um lixo de ser humano quando matar ele. O único problema é que tu não vai tá aqui pra ver ele morrendo...
Terminei de falar tirando a trava do fuzil e atirei na cabeça dela, o sangue voou pelos móveis e pelo meu rosto, os três moleques que tavam ali se olharam e a porta foi arrombada, eles apontaram as armas mas era só o Coronel e Gaspar.
Coronel: Escutei o tiro e achei que era inimigo.- Falou baixando a arma e Gaspar me olhou.
Gaspar: Ela poderia ser útil viva, em algum momento.- Apontou com a arma.
Orelha: Essa filha da puta não era útil em nada além de falar merda.- Passei a blusa no rosto limpando o sangue.
Gaspar: Irmão, eu sei que tá foda e a gente tá no mermo barco, dividindo todo peso. Mas calma, não dá pra ir na cega, tu veio sozinho pra cá e poderia ter muito bem caído numa armadilha, relaxa cara. A gente vai resolver o b.o junto! - Falou segurando minha nuca e eu neguei.
Orelha: Vocês dois têm filhos pra cuidar agora mano, Goiaba tá feliz com uma mina depois de muito tempo, eu não vou ficar quieto ao invés de fazer vocês criarem a família dez vocês na paz. Eu vou resolver essa porra toda, dar minha vida por isso pra que os filhos de vocês cresçam na paz, e com os pais do lado! - Apontei pros dois.
Coronel: Davi, tu faz parte da nossa família! - Falou negando.- E namoral, eu não vou perder ninguém pra um cuzão que passou maior tempo se escondendo e até hoje se esconde pra atacar.
Orelha: A diferença é que eu não tenho mais nada cara, nem mulher nem filho pra me preocupar. Vocês se viram sem mim, vocês deveriam meter o pé pra casa e ir cuidar dos corres de vocês lá, aqui eu resolvo!
Dentinho: Né por nada não, mas o papo tá maneiro e tal, tô até marolando.- Virei pra olhar pra ele e os outros dois moleques que ainda tavam ali.- Mas é questão de minutos até polícia bater, vizinhança escutou o tiro.
Gaspar: Nem lembrei de vocês aí, igual mulher escondida escutando fofoca.- Gastou e eles soltaram uma risada.- Bora meter o pé.
A gente saiu rapidinho e eu falei aonde a gente deveria ir, mas o Gaspar falou que a gente ia na casa da zona norte, perto da Ana, porque a gente podia encontrar algum bagulho lá, já que tinha visto gente lá.
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Estilo vagabundo.
Teen FictionHistória do Orelha. Quarta e última temporada de "lance criminoso." Desde novinho cresceu vendo coisas erradas, vivendo num mundo torto, cheio de ideias tortas. Aprendeu ter o coração grande, talvez grande demais ao ponto de ser incapaz de amar só...