Gaspar 🕊
Fiz meus corres o dia todo, tava tranquilão com os novos esquemas, passei o dia com os moleques resolvendo os bagulhos. Voltei pra casa seis da noite e tava cansadão, papo do corpo tá te doendo e a mente a mil.
Se tinha um bagulho que eu marolava, era quando eu chegava em casa e via a minha mulher e meu filho de cara, porque há uns meses atrás eu nem chegava a pensar nesse bagulho, era parada de outro mundo pra mim.
Luana: Oi, amor.- Falou sem me olhar e eu fechei a porta, indo até ela e beijando e cabeça dela.
Gaspar: E aí.- Falei olhando o Jorge tomar água e virar o rosto da mamadeira, ele olhou pra mim todo manhoso e eu mandei beijo, me afastando.
Luana: Você sabe que ele fica chateado quando você não fala com ele.- Falou baixo.
Gaspar: Eu tô cansado, vou tomar banho e pego ele.- Falei passando por ela.
Luana: Eu também tô cansada.- Me encostei na porta do quarto olhando pra ela, que falou toda bolada.
Gaspar: Já te falei o bagulho, vou só tomar banho.- Apontei.
Luana: João, você passa quase uma hora pra tomar banho.- Ignorei ela entrando no quarto e peguei minha toalha.
Entrei no banheiro me jogando na água de cara, nem demorei muito quando escutei o choro do Jorge. Sai colocando minha bermuda e fui pra sala pegar ele, Luana tentava brincar com ele mas ele tava nem aí pra ela.
Gaspar: Pronto feia, vai lá.- Falei pegando ele no colo.
Luana: Vou dar banho nele, tava esperando você sair.- Falou amarrando o cabelo.
Gaspar: A água lá de trás não tá esquentando? -Ela negou me olhando.- Eu esquento aqui, vai lá.
Luana fez um bico e eu beijei ela, Jorge continuo no choro dele e eu ajeitei ele no meu colo, falei com ele e coloquei a água dele pra esquentar. Fiquei trocando uma ideia com ele enquanto esperava os bagulhos dele, ajeitei o banho maneirinho e fui dar banho no moleque que não parava de chorar, até eu pegar os brinquedos dele e jogar tudo na água.
Luana: João, eu quero férias.- Chegou reclamando atrás de mim.
Gaspar: Problema teu.- Falei concentrado no bagulho ali com meu menor.
Luana: Tô falando sério, você não tinha falado que ia olhar com os meninos pra gente viajar? - Falou deitando a cabeça nas minhas costas.
Gaspar: Ia, mas geral tá com preguiça de procurar os bagulhos.- Falei sentindo ela beijar meu braço.
Luana: Se eu encontrar uma casa legal e organizar as coisas com a meninas, podemos ir? - Falou pegando a toalha do Jorge do varal.
Gaspar: Jae.- Falei olhando pro Jorge que colocava o patinho na boca.
Luana: Vou deitar, não esquece de colocar a fralda do lado certo.- Falou beijando minha bochecha e me entregou a toalha.
Dei os ombros enrolando o Jorge na toalha e ela foi pro quarto. Fui tranquilinho pro quarto do meu filho e deitei ele na cama, ajeitei ele todo gatinho e ele tava quase dormindo já. Deitei ele no berço do quarto mesmo, liguei os bagulhos que dava pra escutar quando ele chorasse e levei pro quarto da gente. Luana tava deitada e provavelmente dormindo, então eu peguei meus bagulhos e fui pra sala.
Bolei um cigarro na maior marola e acendi, tava deitado no sofá fumando quando escutei os passos da Luana, me estiquei vendo ele vim na minha direção e ela se jogou em cima de mim, deixando a cabeça no meu peito.
Luana: Cochilei e sonhei com a minha mãe.- Falou baixo.- Sonhei que ela queria tirar o Jorge de mim.
Gaspar: Ninguém tira o nosso menor da gente.- Falei soltando a fumaça e coloquei o cigarro na boca dela, Luana puxou e eu neguei com a cabeça.- Para de fumar esses bagulhos cara, se manca.
Luana: Você é um chato.- Falou soltando uma risada, Luana me olhou segurando meu rosto e eu afastei o cigarro vendo ela me beijar.
Passei os dedos pelo cabelo dela e ela segurou meu rosto, Lua soltou minha boca dando um beijo na minha bochecha e deitou a cabeça no meu ombro. Beijei a testa dela voltando a fumar e ela dormiu ali, mesmo depois de ter terminado de fumar, continuei deitado por causa dela e fiquei cochilando ali, só fui acordar no bagulho quando Jorge acordou chorando. Tirei de cima e fui até a cozinha, coloquei o leite pra esquentar e fui pro quarto dele.
Era maior bagulho cansativo no papo dez, bagulho de tu chegar e só querer passar o dia dormindo, mas se eu não vivesse esses bagulhos, minha vida ia ser maior parada chata.
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Estilo vagabundo.
Teen FictionHistória do Orelha. Quarta e última temporada de "lance criminoso." Desde novinho cresceu vendo coisas erradas, vivendo num mundo torto, cheio de ideias tortas. Aprendeu ter o coração grande, talvez grande demais ao ponto de ser incapaz de amar só...