Orelha 🦅
Quase seis da noite e eu tava brincando com o Jorge, Mariana sentou do meu lado e eu olhei pra ela, que sorriu com um copo de cerveja nas mãos.
Orelha: Tá adorando essa vida né, cara? - Brinquei.
Mariana: Minha vida de antes.- Levantou o copo dando um gole.- A galera tá animando pra sair mais tarde, vamos?
Orelha: Hoje vou ficar de babá tranquilão, os moleques já comentaram comigo.- Neguei.- Luana vai querer ficar por causa do Jorge e ultimamente ela é que menos curte os bagulhos, vou dar essa moral pra ela.
Mari: Ah, entendi! - Deu os ombros e a Luana tava vindo na nossa direção.
Luana: Gaspar ainda tá dormindo? - Falou enrolada na toalha.
Orelha: Aquele ali tá morto pra caralho, capotou desde mais cedo.- Luana revirou os olhos estendendo as mãos.
Luana: Valeu por ter ficado com ele, amigo.
Orelha: Vai lá descansar também pô, tô afim de beber hoje não, te dou o descanso de hoje.- Ajeitei o Jorge no colo, que babava minha mão todinha.
Mari: Pode ir, Lua. Eu ajudo a cuidar dele, relaxa.- Luana abriu um sorriso entrando em casa.
Não demorou muito pro Jorge começar a chorar e pelo que eu entendi, era hora dele comer. Mariana me ajudou a esquentar o leite e a gente ficou na cozinha conversando, enquanto eu dava a comida do abusado.
O Miguel entrou correndo com a Andressa e subiu as escadas, dizendo que iam tomar banho pra jogar no videogame. Fiquei tranquilo por ele tá com ele e fiquei vendo o tempo passar. Quando deu quase meia noite, Miguel tava dormindo no sofá e geral criando coragem pra se arrumar.
Luana: A babá tá vindo aí, ela vai ficar com eles.- Falou olhando pro Jorge que dormia.- Ainda tô pensando se realmente devo deixar ele com uma babá.
Gaspar: Deixa de marola, ele só vai acordar pra comer.- Falou do lado dela.
Luana: Mas se ele sentir falta? - Eu soltei uma risada.
Andressa: Se acontecer qualquer coisa da vai ligar, Lua. Fora que os seguranças vão estar aí e todos vão ficar de olho.- Luana encarou a Andressa pensativa e negou.
Luana: Acho melhor eu ficar cara, ele tá muito pequeno pra ficar sozinho.- Cocei a cabeça.
Goiaba: Deixa de ser feia, garota. Vai tá sozinho não, geral aí fora tá de olho nos dois, tu não tava reclamando que fazia tempo que não saia pra curtir? Agora tu vai nem seja arrastada.- Apontou.
Depois de maior falação, Luana decidiu ir. Eu subi pra me arrumar, deixei o Miguel dormindo no quarto e eu sabia que com ele não dava nada, porque ele dormia igual uma pedra, nem se mexia.
Sai com geral e o bagulho era ir pra um barzinho que as meninas tinham encontrado. Tava geral agarrado e só eu e a Mariana largadão no bagulho, soltei até uma risada vendo isso e a gente sentou no bar.
Goiaba: Podem comer qualquer bagulho, hoje a conta vai toda pro Orelha e pra doutora aí que são os únicos solteiros e sem filhos.- Eu abri maior olhão.
Gaspar: Ana tá grávida? - Falou antes de geral e ela negou.
Andressa: E que filho tu tem cara? - Apontou.
Goiaba: Ana é pior que criança, isso vale pô.- Deu os ombros.
Orelha: A conta vai toda pra tu só por ser feio! - Ele me chutou e eu neguei com a cabeça.
Mari: Vou ter que casar no rolê pra não pagar a conta? - Brincou e eu soltei uma risadinha.
Orelha; Pra tu ver como é os bagulhos hoje em dia.- Pisquei vendo ela sorrir.
De um lado a Luana tava sentada e o do outro, ela. Eu pedi junto de geral e Luana deitou a cabeça no meu ombro, enquanto tava todo mundo conversando.
A noite foi maneira pra caralho, fazia maior tempo que a gente não se juntava pra beber e ficar tranquilo assim, a Andressa até se estressou porque queria beber, mas não deu cinco minutos pra ela tá tranquilona e nem aí pra nada.
Quase cinco horas da manhã quando geral desceu pra praia mais próximo ali, eu e os moleques já tava tudo animado, os quatro marolando da mente e fazendo dancinha, na areia.
Cada um sentou com sua mulher e eu soltei uma risada, puxando a doutora pra sentar no meio das minhas pernas. Ela sentou rindo e encostou no meu peito, encarei o mar vendo o dia clareando aos poucos e ela sorriu, mostrando um cachorro que brincava na beira da água.
Olhei pra ela que olhava pra frente com um sorriso e encostei a mão no rosto dela, virando pra mim beijei ela deixando nem ela pensar no que tava rolando e ela demorou uns segundos, mas me beijou segurando minha nuca.
Goiaba: Camisa dez, joga lindo.- Escutei a voz dele e nem dei atenção, senti a Mari ignorar ele da mesma forma e se virar um pouco mais pra me beijar.
Nem eu sei por quanto tempo a gente ficou naquilo, mas senti meu malucão dando sinal de vida e me afastei, vendo ela me encarar. Passei a mão no cabelo olhando pro lado e soltei uma risada fraca olhando pra cada um dos manos.
Goiaba conversava algum bagulho com a Ana que revirava os olhos e olhava pra ele com deboche, enquanto ele explicava na maior animação pra ela.
O Coronel tava agarrado com a Andressa, os dois tavam calados e ele tava fazendo carinho no cabelo dela, que tava de olhos fechados na maior calma.
Já o Gaspar tava dando altos beijos no rosto da Luana enquanto ela ria pra caralho tentando se afastar, ele tava com a postura dele em dia, mas com um sorrisinho enquanto dava os beijos nela.
Eu soltei uma risada de lado olhando pra doutora que me encarava e ela beijou minha bochecha, beijei a testa dela puxando a boca dela pra mim de novo e a gente ficou ali até o dia amanhecer, na paz que geral tava precisando.
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Estilo vagabundo.
Teen FictionHistória do Orelha. Quarta e última temporada de "lance criminoso." Desde novinho cresceu vendo coisas erradas, vivendo num mundo torto, cheio de ideias tortas. Aprendeu ter o coração grande, talvez grande demais ao ponto de ser incapaz de amar só...