Coronel 🥷
Beatriz: Eu pretendia voltar em paz, não sabia que tava acontecendo essa guerra toda.- Falou amarrando o cabelo.
Coronel: Pode meter o pé com a Clara daqui amanhã mermo, tá maluco...- Falei sentindo minha perna doendo.
Beatriz: Precisa de pontos, não tenho condições de fazer isso.- Falou olhando minha perna que saia sangue pra caralho.
O bagulho foi o seguinte, eu tava subindo o morro com meu mano orelha, mas acabei sendo visto e percebi que os manos iam atrás do Orelha na covardia. Tive que botar minha vida ali pela dele e enfrentar mais de cinco moleque, sai atirando tranquilinho em geral, achei que tinha acabado pelo menos ali.
Quando eu fui sair do beco só senti o soco no meu rosto, dei uns passos pra trás e fui pegar o fuzil, colocando pra frente, mas levei um chute na barriga. Encarei na parede tentando não cair no chão e o alemão safado chutou meu rosto, que tava no alcance dele.
Eu caí no chão no papo dez de dor e ele enfiou uma faca na minha perna, dei maior grito porque o bagulho tava um dor horrível filho, não tinha como! Ele tava pronto pra me arrastar quando eu consegui atirar nele, ele caiu por cima de mim fazendo a faca entrar mas e eu fiquei ali no chão sem saber o que fazer, porque nem levantar eu conseguia.
A Beatriz apareceu do nada no beco, achei até que era assombração feiona, mas ela me ajudou e me colocou pra dentro da casa que era na esquina.
(pra quem não lembra, Beatriz é a mãe da Clara, apareceram em "química bandida." todo o babado da paternidade falsa com o Coronel.)
Beatriz: A chance de infeccionar e você perder a perna tão de 80.- Falou rindo nervosa.- No máximo, 12 horas pra você ir pra um hospital resolver isso.
Coronel: Se eu sair desse morro ou eu apareço moro, ou preso. Não tô afim de nenhum.- Falei jogando a cabeça pra trás.- Faz algum bagulho porra, paguei curso de enfermagem pra tu atoa?!
Beatriz: Se manca. Eu ia um dia e faltava o resto da semana.- Falou pegando os bagulhos na caixa de primeiros socorros.- Vai doer pra caralho.
Joguei a cabeça pra trás e quando ela apertou um bagulho enrolando na minha perna eu segurei pra não gritar por causa da Clara que dormia na cadeirinha, bati a cabeça na parede sem querer e fiquei ali sentindo dor por uns minutos, até ela me dar um remédio.
Coronel: Tenho que ir pra casa do Orelha cara.- Falei tentando me levantar.- Preciso ver se tá suave lá.
Beatriz: Você tá praticamente se arrastando, nem isso direito. Fica aqui e espera os tiros pararem de vez, já tá quase.
Tomei a cabeça de lado e sentei no chão de novo, a Beatriz foi arrumar os bagulhos que tavam cheios de sangue e eu fiquei ali calado. Meu celular e meu rádio eu não fazia nem ideia onde tava, por isso o bagulho tava marolando na minha mente.
Quando os tiros foram parar, já era de noite. A Beatriz tava dando comida pra Clara e eu me apressei em meter o pé. Ela ficou reclamando e foi procurar algum menor pra me ajudar, eu fiquei olhando pra Clara que resmungava alguma em alguma língua diferente e soltei uma risada.
Quando os moleques chegaram, me levaram pra casa de moto. Agradeci a feia e meti o pé, quando cheguei em casa a Andressa tava na sala junto com a Ana e o Goiaba, assim que eu entrei a Andressa praticamente surtou.
Andressa: Achei que você tivesse com o Fábio.- Falou me ajudando a sentar.- Onde você tava? O que aconteceu, cara?!
Coronel: Caralho, longa história...- Beijei o rosto dela e agradeci os moleques, vendo eles saindo.- Cadê a Luana, Orelha e Gaspar?
Goiaba: Lua tá dormindo, Orelha tá resolvendo uns bagulho com a Carina e Gaspar foi pego.- Encarei ele.
Coronel: Qual foi desse bagulho? Carina tá de volta? Como que deixaram o Gaspar ser pego? - Falei bolado.
Andressa: O Orelha já tá resolvendo tudo isso, você precisa ir pro hospital.- Falou olhando minha perna.
Coronel: Eu vou pro postinho do lins, liga pro Orelha e pede pra ele vim aqui.- Pedi a ela que levantou.- Fala com o frente do comando.- Apontei pro Goiaba.
Goiaba: Já falei, tá achando que eu sou fraco? - Falou se gabando.- Tu tava aonde ein moleque?
Coronel: Depois troco ideia, tá doendo pra caralho viado.- Goiaba riu.
Goiaba: As novinhas aí tavam tudo loucas, surtadas, quase chorando achando que tu tava com o Fábio. O pai aqui que teve que acalmar os bagulhos né, sabe como é...
Ana: Na real ele tava quase chorando junto com as meninas.- Falou negando com a cabeça.
Andressa: Ele tá vindo. Falou me olhando.
Coronel: Pô Ana, faz favor pra mim.- Ela me olhou.- Leva lá essa aqui pra comer, tomar um banho ali, tranquila.
Andressa: Para de bobeira cara, eu tô bem. Vou com você.- Neguei.
Ana: Real é que a Luana tá tentando fazer isso desde cedo.- Encarei a Andressa feio.
Coronel: Para de tuas neuras cara, tô tranquilo. Vou com os moleques, vou e volto namoral. Vai tomar banho e dormir, não quero tu nessa não, tá com um moleque aí na barriga, se liga!
Ela respirou fundo me olhando feio e eu beijei a mão dela que tava no meu ombro, o Orelha chegou na maior emoção e ainda bateu na minha perna. Me segurei pra não gritar xingando ele de tudo por causa da Luana e Goiaba foi o único a rir, o que era de costume.
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Estilo vagabundo.
Teen FictionHistória do Orelha. Quarta e última temporada de "lance criminoso." Desde novinho cresceu vendo coisas erradas, vivendo num mundo torto, cheio de ideias tortas. Aprendeu ter o coração grande, talvez grande demais ao ponto de ser incapaz de amar só...