Estilo vagabundo.

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Orelha 🦅

No papo dez eu tava nervoso, Carina tinha razão e eu sabia, o Fábio não ia deixar as coisas tão fáceis assim, então na minha mente só passava como a gente tinha sido burro de dar maior vacilo. Principalmente com o Gaspar.

Carina: Eles tão num galpão, mas é impossível entrar lá, é na mangueira. São muitos homens armados fazendo turno, fora que tem câmera que o Fábio monitora o dia todo.- Falou encolhida no sofá.

Orelha: Qual era o sentido dessa missão? - Carina ficou calada.- Caralho, eu te juro que tô a dois passos de mandar os moleques trazerem o moleque aqui e matar ele na tua frente.

Carina: Você não é assim, você não mata crianças. Para de ameaçar ele.- Falou chorando.

Orelha: Tu me conhece ainda, sabe que eu odeio isso. Por mim nem encostava no moleque, mas se tu não abrir o bico eu mando alguém fazer o trabalho sujo. É o Gaspar que tá lá fora, Carina. Ele acabou de ter um filho, tá felizão pra caralho.- Apontei vendo ela me olhar, enquanto as lágrimas desciam.- O Fábio é obcecado pela Luana, Gaspar defendeu ela, tu acha que ele vai pegar leve?

Luana: Ele não atende.- Apareceu me olhando com cara de choro.

Andressa: O Coronel também não, os moleques falaram que não viram ele.- Falou entrando, ela tinha ido falar com os moleques.

Luana: Você tá pálida, Andressa.- Falou indo pra perto dela.- Você tem que se acalmar, tá nos primeiros meses e sabe como tudo é complicado...

Andressa: Eu só não aguento na possibilidade de perder mais alguém, eu não vou conseguir.- Falou chorando e eu olhei pra Carina que tava encolhida olhando pra elas.

Carina: O Fábio quer usar o dois como moeda de troca pela Luana, ele pegou o Coronel porque acha que vai ser mais fácil, afinal ele sabe que com os dois aqui vocês jamais iriam possibilitar a troca.- Falou negando com a cabeça.- Ele não pretende chegar de cara, ele quer passar pelo menos um mês com os dois longes, sem vocês terem nenhuma informação.

Orelha: E como a gente faz pra entrar lá? - Carina negou.

Carina: Vocês são peças de xadrez no jogo dele, ele faz o que quiser porque sabe que vocês vão estar preocupados com o Gaspar e Coronel. Ele pretende sumir a ponto de vocês pensarem que eles morreram.

Luana: E por que eu deveria acreditar no que sai da sua boca? - Falou alto, soltando a Andressa.- Você simplesmente traiu pessoas que você conviveu por anos.

Carina: E o que essas pessoas me deram? Humilhação, falta de respeito, exclusão? É engraçado você falar, Luana. Quando você chegou todos te trataram como princesa, e eu desde o começo sempre fui motivo de chacota pra eles.

Andressa: Porra, tu é muito amável ne garota? Sempre se achou mais do que devia, tu acha o que? Amizade e amor é bagulho pra se conquistar.- Voltei a olhar pra Carina.

Carina: Eu só tô falando a merda toda por causa desse bebê que você carrega na barriga, e por causa do moleque lá dentro. Então vocês deveriam socar a língua no meio do cu e ficarem caladas.- Falou encarando as duas.

Orelha: Caralho depois vocês discutem. Me fala algum bagulho que me ajude.- Apontei pra ela.

Carina: Tem um moleque que eu fico.- Falou me encarando.- Ele não concorda com nada do que tá acontecendo, queria fugir comigo pra longe. Ele pode ajudar, mas eu tenho que ir até ele.

Orelha: Tu só sai daqui morta, tá achando que tem otário aqui? - Segurei o rosto dela.

Carina: Então eu e todos seus amigos estamos no mesmo barco, todos mortinhos.- Deu os ombros.

Luana: Tu tá pedindo muito pra apanhar, não tá garota?! - Foi pra cima dela.

Eu cocei a cabeça escutando a Luana dá maior tapão na Carina e olhei pra Andressa que tava passando a mão na barriga enquanto olhava pro nada com uma cara de choro. Tirei a Luana de cima da Carina que tava com o rosto todo arranhado xingando a Luana e fui levar ela pra salinha de tortura.